A verdade nua e crua

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Elisa

O silêncio ainda dominava o ambiente, não conseguia dizer uma palavra sequer, na verdade ninguém ali dizia nada. Mas estava tudo muito confuso, não fazia o menor sentido o que eu tinha acabado de escutar.

"Eu tentei te dizer antes, mas além de talvez ser um pouco estranho por acabarmos de nos conhecer naquele momento, eu ainda não conseguia falar nada do que eu pretendia". ~diz Elisabeth de um jeito apreensivo

"Na verdade você é a "outra" ne, você morreu quando ela era bem pequenininha". ~diz Paolo com o sorriso escancarado

"Eu estava custando a aceitar que você era uma versão minha mas...parece que ser filha é ainda mais estranho". ~continuo olhando para ela perplexa

"Eu sei que é, mas por isso que eu estava sempre tentando ficar próxima de você e te proteger. Me desculpe acabar te deixando tão perturbada nessa situação". ~diz Elisabeth triste

"Que isso, nada disso é culpa sua. É bem estranho mesmo, mas pensando bem...você pode ser a visão da filha que eu terei no futuro, não é qualquer uma que tem essa vantagem!". ~eu digo já dando um sorriso para tentar reanimá-la

"Tá tudo muito lindo, mas vamos parar de papo furado! Agora eu quero ver quem eu escolho primeiro". ~diz essa última frase olhando um por um

Eu queria entender qual é o problema desse cara! De todas as coisas estranhas que eu já vi por aqui, com certeza ele é o mais sem noção. Nunca vi esse homem na vida, que tanto ódio assim ele tem de mim? Estava muito curiosa para saber sobre isso, então, como talvez eu poderia morrer ali mesmo, resolvi tomar coragem e enfim tirar minha dúvida.

"Então, PAOLO ~digo imitando o seu jeito sarcástico ~ agora que já estou aqui e em breve irá conseguir o que quer, me diga, o que eu fiz para você?".

"Bom...especificamente você, não fez nada porém, é mais confiável evitar qualquer maneira de te ter no nosso meio, você e todos do seu sangue!". ~Ele diz mudando a sua expressão, estava totalmente sério

"Ok, mas ainda não explicou quase nada! Em que eu afetaria sua vida?". ~digo franzindo o cenho

Ele fica um tempo calado, apenas andando de um lado para o outro e coçando a cabeça, era visível que a minha pergunta mexia com ele. Depois de muito silêncio, ele finalmente resolve falar:

"Seu pai, ele já me trouxe muitos problemas, me livrei dele, agora falta você!".

"Como assim? Você está delirando, meu pai morreu quando eu era recém nascida". ~eu digo sem entender nada

"Garota, pelo visto tem muita coisa que sua mãe não deve ter te contado".

"Seja direto! Você conhece meu pai então?". ~digo começando a ficar nervosa

"Conheço e muito! Meu parceiro, amigo ~fala com deboche ~ até o momento que eu tive que dar um jeitinho nele".

"Jeitinho!? Você o matou??". ~aumento a voz e arregalo os olhos

"Depende do que você acredita por matar...digamos que eu apenas dei um sumiço nele".

Eu só posso ter batido a cabeça em algum lugar ou sei lá, eu ouvi isso mesmo? Meu pai pode estar vivo!? Se for mesmo verdade, agora eu que tenho meus motivos para odiar esse Paolo Bernieri!

"Você tem noção que acabou com o psicólogo de uma adolescente de DEZESSETE ANOS?? Eu me fechei para o mundo porque eu pensava que tinha perdido o meu pai! Pior, eu nem sei como ele é, ainda por cima minha mãe mentiu esse tempo todo para mim então". ~falo aumentando a voz e fechando mais ainda a cara

Dois mundos e other timesOnde histórias criam vida. Descubra agora