Elisa
(Na noite da barraca)
"Seu pai morreu assim que você nasceu minha filha"
Me peguei pensando nessa frase que a minha mãe me disse há muitos anos, na verdade ela nunca me deu uma explicação, por exemplo o modo como aconteceu, é sempre essa explicação bem rasa. Acho que isso é o que mais me frusta! Porque na verdade eu nem o conheci, ela nunca quis me mostrar uma foto dele...talvez isso já bastasse para mim.
"Elisa, está tudo bem?" ~Eric pergunta me tirando dos meus pensamentos
"Sim, eu pareço estranha?" ~eu digo dando um leve sorriso de canto
"Não, apenas pensativa" ~responde me olhando com um sorriso e logo desviando o olhar
Eu não sei o que esse Eric tinha, mas eu me sentia tão confortável conversando com ele, parecia até que já o conhecia de tempos. Sempre fui vista como a garota séria que pode te dar uma resposta grosseira a qualquer momento, mas na verdade por dentro só eu sei como sou sentimental. Só que eu sempre segurei esse meu lado para ninguém notar, só que eu não sei se agora eu convenço mais alguém...
(...)
No tardar da noite, logo sinto um vento bem gelado vindo da entrada. Não encontrando nada para me cobrir, tento me aquecer juntando os dois braços em forma de "abraço". Em seguida vejo Eric olhando para mim com um olhar preocupado e em seguida se levanta, aparecendo com algo para me cobrir.
"Obrigada". ~eu agradeço e não teve como não fixar o olhar naqueles olhos negros como a noite
"De nada". ~ele agradece fixando o olhar de volta nos meus e eu quase não contendo a respiração acelerada
Aiai Elisa se contenha! Não consegue manter a sua postura?
Quem eu quero enganar? Já consegui esconder meus sentimentos por muito tempo, mas não está dando mais! E também eu já estava doida para me abrir para o mundo e poder sorrir para as pessoas e ser uma menina alegre como qualquer uma. Só preciso de um jeito de tirar esse meu eu pessimista e oprimido do subconsciente.
(...)
No dia seguinte quando chegamos finalmente no tal corredor a qual o amigo do Eric havia falado. Podíamos notar como ele era comprido, levaríamos horas ou dias para chegar lá...talvez dias seja um leeeve exagero da minha parte (estou andando demais com a Amanda haha), mas horas com certeza sim.
"Ok, gente. Pelo visto não vamos chegar nem tão cedo, então bora fazer alguma coisa? Tipo cantar?" ~Amanda diz isso quebrando o silêncio que estava
"Que cantar Amanda! Cantar num momento desses?" ~digo com um tom mais sério
A Amanda é aquele tipo de pessoa aleatória que sempre acaba te fazendo rir. Eu não sei porque, amava implicar com o que ela fazia e falava, deve ser coisa de irmã sei lá, ainda mais que eu conheço ela desde sempre graças a bela amizade da minha mãe com a Sra. Miranda (vulgo mãe da Amanda), mas esses momentos foram os únicos que eu me permiti dizer tudo o que realmente sentia em relação a ela.
(Algumas horas depois)
Depois de muito tempo andando, chegamos no fim do corredor. Mas só havia uma parede, eu não me aguento e digo furiosa
"Só falta agora aquele garoto ter nos passado a perna".
Depois que digo isso, fico em silêncio e só escuto Eric e Amanda discutindo, digamos assim. Mas não era só isso, também comecei analisar aquela parede, estava muito estranha para ser uma...como se ela não fosse física. Eu começo a me aproximar dela e analisar mais de perto
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Dois mundos e other times
MaceraImagine abrir a porta da sua casa e se deparar com o passado? Idade média, só que um pouquinho diferente de como a gente conhece nos livros de história, para não levar mesmo ao pé da letra. A história tem como personagem principal, Elisa, uma menina...