𝓟 𝓡 𝓔 𝓕 𝓐 𝓒 𝓘 𝓞

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" Uma dor tremenda corroía seu peito, sentia o desejo de chorar mas já não tinha lágrimas para derramar, sua força agora vinha da dor que aprendeu a suportar..."

Minha doce menina!!!







Aquele som doce era o que acalmava o clima sombrio daquele lugar, o toque melancólico daquele instrumento inspiravam todos a sua volta fazendo até mesmo as serviçais pararem para admirar o dom de sua senhora. Um som de calmaria em meio aos sofrimentos da Guerra.

Seus cabelos brancos balançavam ao dedilhar de seus dedos nas teclas preto e branco, seus olhos negros brilhavam exaltando a Lua que reinava e abençoava os mortais que se arristavam aos perigos da noite. Envolvida em um ritmo perigoso de amor e ódio, enquanto lutava internamente com o luto de seu pai, morto pela tirania de um rei, buscando forças nas melodias daquele instrumento de madeira, enquanto dentro de si guerreiava para vencer seu lado negro sedento de vingança.

Mortes, prisões, torturas espreitavam os quatro cantos do reino, diariamente vários inocentes pagavam pela crueldade de um rei ambicioso, nem mesmo a morte dos seus o paravam, sempre avançava em busca de novas conquistas.

Não conseguia imaginar os sofrimentos que seu povo passava como prisioneiros de uma nação tão cruel. Assassinatos por mero prazer, torturas por diversão, estupros à mulheres e crianças e no fim de tudo o encontro da lâmina afiada pronta para rasgar a carne de inocentes.

Seus olhos clamavam por misericórdia, aquela canção era seu sacrifício para seus Deuses em busca de um socorro para a maldade dos humanos. Sentiasse impotente por não poder ajudar, só podia rogar e clamar em busca de uma luz para aquele seu povo.

- Princesa __ uma voz firme interrompia seu transe.- A rainha lhe chama.

Sem proferir uma única palavra, ela encerrou seu clamor, agradecendo e partindo para onde sua mãe se encontrava.
Os corredores eram escuros, nem mesmo as velas iluminavam seu sombrio caminho, aqueles passos eram só seus. Seu encontro com aquela enorme porta de madeira escura deixava claro sua situação __ Ah! A vida já não é mais tão colorida._

Adentrando no espaço pouco iluminado pelos candelabros espalhados pelo local, olhando para ia detalhes cinzentos tendo a certeza que já não era mais a mesma pessoa de tempos atrás. Olhou para o corpo deitado sobre os lençóis macios de cor bege tendo novamente outra certeza, que logo estaria sozinha.

" Como está minha filha? ".

Sua voz saia fraca indicando a fragilidade de sua saúde, já não tinha o brilho no olhar de meses atrás.

- Sente-se melhor minha mãe?

Perguntou desviando de sua própria condição de dor e sofrimento.

" Sim, Querida, estou melhorando a cada dia " _ tossiu.

Ela sabia que aquelas palavras eram mentiras para acalma-la, já não acreditava mais no que dizia, afinal, o colorido do mundo a qual cresceu era uma mentira. Buscava em si as palavras para descrever o que sentia, mas nem mesmo as lágrimas em seus olhos surgiam, quanto mais palavras para descrever o sofrimento em seu interior.

- Deseja algo minha mãe?

Suas perguntas eram frias escondendo o real calor que nelas continham

" Sim! " _ sorriu fraco.- " Fique comigo! "

Ela não disse mais nada, com delicadeza deitou a seu lado acariciando seu longo cabelo negro enquanto a ouvia cantarola uma antiga e bela canção.


Minha linda luz escuta meu clamor, acalmar o coração que enchido está de dor.
Minha grande flor, alegra o coração, acalmar meu clamor que machuca minha razão
Buscai o bela luz o brilho do amor afasta de minha alma essa terrível escuridão
Oh Deuses dos céus, recebe essa minha alma, acalma o coração de quem chorar com pesar, guardai essa canção para força ela lhes dar.
Minha grande luz, lute pelos céus, rasga essa minha alma para a dor logo passar
Minha bela flor a morte me espera, a vida já se foi ja não pertenço a ela
Minha Gentil luz acalma o coração guia-te os teus caminhos para a mim encontrar, siga teu amor e sua determinação, pois um dia nós encontraremos nós versos dessa nossa canção...


Adormeceu ali sentindo as lembranças de sua infância correr sua mente tendo a certeza que aquilo jamais voltaria...

Era cedo quando despertou, o cheiro de terra molhada invadia suas narinas, uma indicação do sereno da noite que se intensificava para uma forte tempestade.
Ela olhou a sua volta tendo a certeza que aquele não era seu quarto, olhou para seu lado e observou o corpo gélido e desfalecido de sua mãe que parecia dormir com um calmo sorriso no rosto.

Não gritou, nem chorou, somente acariciou sua pele pálida beijando o topo de sua cabeça dando assim seu último Adeus, ali partiu o último pedaço de sua alma quebrada, a única coisa que a deixava conectada com sua frágil inocência infantil.

Saindo daquele lugar, avisou aos conselheiros que já abatidos lhe proferiam palavras de pena, perdendo sua soberana logo depois de perder seu rei.

Acalentando suas dores, ela os acolheu e tomou para si a determinação de lutar para continuar soberana naquele lugar, buscando forças em seus sofrimentos para continuar firme em seus objetivos.

Aquela deixava de ser somente uma simples e inocente Princesa para torna-se a Rainha, soberana de uma nação inteira de pessoas que estavam dispostos a dar seus corpos para proteger sua Rainha.


Espero que der um gostinho de quero mais meus amores, uma nova história mais detalhada, com os personagens que amamos e odiamos, com detalhes mais reais e mais sério.

Boa leitura estrelinhas.

Beijis e até o primeiro cap😘

𝕯𝖎𝖆𝖒𝖔𝖓𝖉 𝕳𝖊𝖆𝖙𝖍 (𝑹𝒆𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂𝒈𝒆𝒎)Onde histórias criam vida. Descubra agora