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Os domingos de igreja eram os mais desagradáveis da vida de Donghyuck. Desde que se entende por gente, lembra-se de ter que se sentar durante mais de uma hora para escutar as mesmas palavras todos os fins de semana.

Não apenas tinha que fingir estar interessado nas palavras evangélicas, como também fazia parte do coral da igreja, no qual tinha uma posição de destaque devido à sua voz que encantava a maioria, para não dizer todos.

Ele tentava se mostrar interessado nas palavras que o pastor declamava, mas não conseguia de tão entediado que ficava, então escondeu seu telefone entre suas pernas para poder conversar tranquilamente com Mark.

"Vou na sua casa mais tarde, prepara uma aveia com chocolate pra mim <3"

Ele escreveu, vendo as setinhas logo ficarem azuis. Mark já havia visto sua mensagem.

"Não"

"Eu tô fazendo dever. Presta atenção aí, você tá numa igreja, tem que ter respeito >:("

Donghyuck leu fazendo uma careta, que não passou despercebida por sua mãe, quem estava ao seu lado. A mulher o olhou com uma expressão desgostosa.

— Donghyuck, me dá seu celular — Sussurrou estendendo a mão. Donghyuck bloqueou a tela e negou — Dá aqui, é uma falta de respeito!

— Aff, tá — Grunhiu lhe entregando o celular com má vontade, não tinha conseguido responder Mark.

Sua mãe guardou o aparelho na sua bolsa e voltou a prestar atenção.

Donghyuck, com uma feição irritada, estalou a língua sem saber o que fazer para matar o tempo que faltava. Ele não teve outra escolha a não ser esperar que o pastor fizesse a pausa para que os meninos e meninas do coral fossem se preparar; pelo menos sabia que quando isso acontecesse faltaria pouco para poder ir para a casa de Mark.

Logo chegou a hora de ele subir ao palco para cantar e a única coisa que podia fazer durante a canção era dar seu melhor sorriso, se não o fizesse, não o deixavam sair. Sua mãe assistia seu filho cantar com orgulho, inclusive gostava de gravar cada uma de suas apresentações, elogiando-o e dizendo-lhe o quão bem havia se saído.

Ao fim de toda cerimônia, tinha que ficar quieto enquanto esperava sua mãe se despedir de suas amigas até o próximo domingo. Ele achava isso ridículo já que elas podiam se ver durante a semana, não só na igreja.

— Já vamos? — Se aproximou de sua mãe que conversava com duas outras senhoras. Não se lembrava delas, para ser sincero, sequer sabia ao certo quem era o pastor — Tenho que ir para a casa do Renjun — Mentiu.

Sua mãe se virou com um sorriso amável e Donghyuck fez uma careta.

— Donghyuck, meu amor — Puxou-o pelo braço para que se aproximasse e as outras mulheres o olharam encantadas — Esse é o meu filho, Donghyuck — Disse orgulhosa — É um menino muito talentoso, já está terminando a escola, planeja ser...

— Mãe... — Grunhiu para que ela não dissesse mais do que o necessário.

— Donghyuck, quero te apresentar para a Song Sooyeon — Sua mãe apontou para uma mulher de uns quarenta anos que sorria para ele, ao seu lado, estava uma menina que o encarava... assustada? Nem era tão feio! — E essa é a filha dela, Song Nayeon — Agora apontava para a menina com cara de susto.

Donghyuck, mesmo que sem vontade, acenou para a mulher e sua filha.

— Hoje elas virão jantar conosco, então quero que fique em casa, nada de ir à casa de Renjun.

Mom, I'm gay too『Tradução pt/br』 | MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora