S E I S

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Donghyuck parecia não se lembrar de que tinha uma casa própria sem ser a de Mark, já que fazia dias que não dormia em seu quarto ou via seus pais. Não o prejudicou muito, já que agora ele era mais responsável com suas decisões.

Não faltar às aulas para ficar com seu namorado era uma delas; ele não se daria esse luxo de arriscar que a escola telefonasse para seus pais novamente.

Era mais um dia em que ele acordava na casa de Mark, mas dessa vez não o viu ao seu lado quando finalmente abriu os olhos. Com claros sinais de desorientação, ele olhou ao redor do quarto, sem encontrar nenhum rastro de seu namorado.

— Mark está perdido de novo — Sussurrou, rolando na cama e se deitando de bruços, continuaria dormindo.

No silêncio do cômodo, ouviu uma respiração que não era a sua, além do ronco de motocicleta do canadense. Ele ergueu o rosto do colchão, franzindo a testa para tentar descobrir de onde vinha o som.

E ele se lembrou de tudo.

Durante a noite, Mark o chutou, então, como uma boa vingança, ele o empurrou até que caísse no chão. Surpreendentemente, Mark não pareceu reagir ao golpe forte quando atingiu o solo, apenas continuou dormindo.

Donghyuck se esticou até colocar a cabeça na beirada da cama, esbarrando no moreno deitado de barriga para cima, os braços ligeiramente dobrados e a boca aberta, deixando escapar um ronco alto.

— A princesa está morta — Sussurrou, removendo os lençóis de seu corpo, levantando-se para se ajoelhar ao lado do corpo possivelmente inerte de Mark — A única solução é um beijo de amor verdadeiro, então a princesa vai acordar e se casar comigo.

Olhou para o rosto de Mark, percebendo que um de seus olhos estava ligeiramente aberto; Mark às vezes dormia com um dos olhos aberto, era estranho, mas de acordo com Donghyuck, era porque Mark cuidava dele até mesmo quando estava dormindo.

— E em um ato de necrofilia, o príncipe Donghyuck, beijou a feia princesa Markeyla — Ele se inclinou acariciando o rosto de Mark, aproximando seus lábios dos de seu namorado, era difícil considerando a boca aberta de Mark, mas nada o impediria de beijá-lo.

Afastou-se um pouco, como mostram os filmes, esperando ver os olhos arregalados de Mark olhando para ele com amor, mas não foi assim, tudo o que conseguiu foi um ronco.

— A princesa está com defeito — Apontou, torcendo os lábios.

Então Donghyuck não teve escolha a não ser tomar medidas drásticas. Ele foi ao banheiro, pegou o copo que continha alguns pincéis, tirou-os de lá e encheu-o de água fria.

Ficou ao lado do corpo de Mark, com o copo na mão e olhando para baixo sério. Ele esticou o braço de modo que, quando girasse o pulso, a água caísse direto no rosto de Mark.

— Sinto muito, Mark, mas essas são coisas que precisavam acontecer — Disse em um monólogo — Eu te amo, mas não é certo que você continue dormindo. Hasta la vista, baby.

Ele derramou todo o líquido no rosto de Mark e logo teve a imagem do namorado tossindo e batendo no peito, aparentemente a água entrou direto na sua garganta.

— A princesa despertou! — O ruivo exclamou, jogando o copo para trás, ergueu os braços olhando para baixo enquanto Mark começava a se levantar com o rosto e o torso encharcados — Vamos nos casar amanhã de manhã!

— Eu vou é te enforcar, vem cá — Ele praguejou, abrindo os olhos e encarando o outro, que se afastava com pequenos passos para trás.

— A princesa foi possuída, o Príncipe Donghyuck terá que desembainhar sua espada e derrotá-la para então beber seu sangue e se tornar o melhor treinador Pokémon — Donghyuck, com os pés encharcados de água, virou-se em um mau movimento com o propósito de escapar rapidamente de Mark e acabou caindo direto no chão, batendo a lateral do corpo.

Mom, I'm gay too『Tradução pt/br』 | MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora