Bônus

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Edgar estava sentado no sofá lendo — tentando ler — um livro, enquanto Ranpo estava com a cabeça esparramada pelas coxas do escritor jogando em seu videogame portátil. Ele perdeu pelo o que Poe pode notar pelo murmuro desanimado e foi quando Poe soube que poderia esquecer seu livro, colocando-o na mesinha ao lado da cabeceira e levando a mão direita a fazer carinho no cabelo de Ranpo que fechou os olhos em resposta.

— Quanto tempo? — Edgar perguntou.

— O que?

— Não se faça de tolo, não combina com você.

Ranpo abriu os olhos.

— Certo, você fala a quanto tempo me encontro apaixonado por você?

Poe assentiu sentindo a vermelhidão subir pelo seu pescoço.

— Eu não sei.

Poe murchou.

— Digo, eu nem tinha percebido — Ranpo soou derrotado em admitir isso — quem percebeu foi Yosano-san. Ela apontou que eu passava muito tempo com você e que eu dividia meus doces com você. Eu realmente não me importo de dividir meus doces com você, você não come muito mesmo — Edgar sorriu — E você fica feliz quando eu te dou balas, principalmente as de canela.

O rubor tomou conta do rosto de Edgar.

— E você não se importa de eu ter tentado te matar e todo o drama da guilda? — Edgar queria fazer aquela pergunta já tinha um tempo, mas ele ainda não tinha coragem o suficiente.

— Se eu me importasse não teria sido seu amigo antes de tudo — Ranpo o examinou melhor — E outra, você não me mataria, ou me deixaria preso naquele livro de qualquer forma.

Edgar gostaria de rebater, mas ele sabia que Ranpo estava certo.

— E também, Dazai matou pessoas, Atsushi também, toda agência já matou, o que importa é de que lado você quer estar agora.

— Do seu — Edgar respondeu sem pensar.

Ranpo travou e pela primeira vez Edgar pode registrar um leve rubor cobrindo o rosto do detetive. Edgar sorriu abertamente como nunca antes, ele gostaria de poder emoldurar aquela cena.

— Para de me encarar assim — Disse Ranpo empurrando levemente o rosto de Edgar para trás.

— Você fica apenas fofo demais dessa forma.

E Ranpo ficou ainda mais vermelho. Oh, Edgar havia descoberto o ponto fraco do outro. E somente o pensamento de que ele o tinha no alcance de suas mãos fazia seu coração tremer. Uma voz no fundo de sua mente dizia que ele não merecia aquilo, porém pela primeira vez em muito tempo ele não deu ouvidos a ela. Edgar segurou levemente o pulso de Ranpo e deixou um beijo ali, vendo o outro prestes a explodir em uma vermelhidão incomum.

O resto do dia foi calmo, e talvez não fosse assim para sempre, talvez as coisas se complicassem na próxima rua, porém Edgar não estava sozinho agora e Ranpo também não. Talvez eles não ficassem juntos para sempre, mas seja como for, o futuro pouco importava agora que o presente o agraciava com todo aquele amor.

Balas de Canela - RanpoeOnde histórias criam vida. Descubra agora