O Final: última parte

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Jay virou sua cabeça em direção ao barulho. Se aproximou da porta sem pressa, com cuidado.

Agora, sua arma não estava mais fazendo barulho, porém a sua respiração ainda era extravagante. Quando Jake o sentiu se aproximando da porta, a chutou de maneira repentina. A porta bateu no rosto de Jay e o fez se afastar por poucos segundos.

Raivoso, levantou sua arma e os tiros despejados fizeram diversos buracos nela. Assim que a abriu, recebeu a pancada de um cabo de rodo no seu rosto.

Jake se jogou em direção a ele e tentou tirar a arma de suas mãos, porém ambos lutavam tão obstinadamente por ela que acabaram atirando juntos para o teto.

Sunghoon apanhou um pano molhado de dentro de um balde, o esticou e o colocou envolto ao pescoço de Jay, puxando-o com toda a força de seu braço.

Sem ar e com um incômodo na garganta, não tinha força o suficiente para permanecer lutando pela arma. O pano estava pressionando fortemente em seu pomo-de-Adão, Jay precisava respirar e se livrar da dor insuportável.

Acabou que o outro rapaz tirou a arma de seus braços.

Indignado com a injustiça da luta, se recusou a lutar dois contra um. Sacou o revólver que tinha em seu quadril e atirou no peito de Jake. O mundo, por um instante, parou enquanto ele caia no chão.

Sunghoon olhou para seu namorado estirado no chão, com a mão no peito e sangue na boca. Seus braços foram se amolecendo aos poucos e o pano no pescoço de Jay foi se alargando.

O atirador caiu deitado, tossindo com a mão no pescoço, tentando se recuperar e respirar enquanto o outro que estava de pé se ajoelhou ao lado do rapaz abatido.

Com a voz aguda, tremida e no ápice do sentimento excruciante da tristeza, pôs a mão sobre o peito de Jake e perguntou:

— Dá para aguentar, não é? Não dá?

Sem energia, aos poucos ele ia fechando seus olhos. Sunghoon repetia a pergunta várias vezes ainda com a inabalável fé de que ele fosse responder. Pressionou a mão para parar o sangramento, porém ainda saía pelo lado de trás.

Sem conseguir engolir a cena, derrubou incontáveis lágrimas. O choro que soava como um sinal de ajuda pelos corredores do hospital contava com inúmeros soluços.

Se sentou no chão e estirou as suas pernas, seus olhos apenas enxergavam aquele pedaço de ferro. Ao olhar para aquele presente que trouxe de volta suas lembranças, recordou de como se sentia quando via Jake sempre que podia.

Moravam em cidades vizinhas, a comunicação era por longa distância, porém ainda havia momentos em que a saudade juntava os dois corações.

E quando aconteciam aqueles momentos, a sensação era a de festa. Naqueles tempos, apenas pensar em reencontrá-lo fazia sentir como se houvesse uma cidade em seu corpo e essa cidade bailava em uma noite de lua cheia com miríade de estrelas cantando para a alma dançar.

Uma orquestra de brilhantes se organizava em seu peito, borboletas bailarinas ensaiavam em vôos libertos pela sua barriga.

Era assim que ele se sentia, era assim que ele queria se sentir para sempre.

A silhueta de Jay voltando a se mexer fez os olhos de Sunghoon pousarem em si. Ele, novamente, apontou aquela arma nojenta para sua direção; e magoado levantou Sunghoon, que deu um chute no revólver e o tirou de sua mão.

Ficou em cima de Jay e segurou em sua gola.

— Se naquele dia em que conheci Jaeyoon eu soubesse que esse momento chegaria, eu teria te matado antes.

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⏰ Última atualização: Oct 07, 2021 ⏰

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