🍂𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟐🍂

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              •|𝐎𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐮𝐨𝐬𝐨𝐬|•

Crystal dirigia sua caminhonete até uma estrada lotada desde a hora em que ouviu sobre o surto. Ela estava apavorada, e sua irmã mais nova, Max, que estava ao seu lado no banco do passageiro, não estava diferente. Estavam sem rumo, sem ter para onde ir, já que a casa em que moravam foi cercada juntamente a cidade por esses canibais e seu pai estava sumido a alguns meses. Se repreendeu mentalmente por agradecer o sumiço do maldito e mordeu o lábio inferior pela ansiedade.

Chegando na estadual, se depara com um misterioso par de olhos azuis com um toque selvagem fitando-a no banco do passageiro da caminhonete azul ao seu lado. Naquele momento, ela sabia que não seria a última vez que veria aqueles lindos olhos de oceano tão de perto. Ao lado do homem de olhos tempestuosos, um outro homem de aparência mais velha, estava nítido que eram irmãos. Na parte de trás da caminhonete azul,uma moto com modelo semelhante a sua,porém desgastada. Naquele momento ela pensou: "qualquer semelhança,é mera coincidência. Dois irmãos em uma caminhonete com uma moto na caçamba e ao lado,duas irmãs em uma caminhonete com uma moto na caçamba. Essa noite não pode ficar mais estranha. Eles parecem legais e tem cara de que sabem sobreviver ao que está acontecendo".

—Chegamos?—Disse Maxine ao seu lado, com os olhinhos inchados por ter dormido o caminho quase todo.

—Sim. Mas não podemos ficar aqui, precisamos de um lugar seguro pra ficar, com pessoas. Acho que ninguém vai sobreviver sozinho.

—Não estamos sozinhas,lembra? Temos uma a outra e mamãe está sempre nos protegendo.

—Tem razão, Max.—Suspirei, isso seria difícil.— Mas vamos precisar ir pra algum lugar, de qualquer forma. Só não sei que lugar é esse.— Crystal pensou um pouco e resolveu dar uma olhada fora do carro, não aguentava mais esperar, mas antes colocou sua aljava com as flechas nas costas e prendeu o arco ao seu corpo. Conferiu sua Python carregada no coldre e deu uma pistola carregada para sua irmã,jamais deixaria ela no carro sem proteção,e sabia que sua irmãzinha sabia se virar. Afinal,ela mesma ensinou tudo que sabia para a menor, Crystal sabia que seria nescessário.— Max, vou dar uma olhada lá na frente. Fique no carro e trave a porta quando eu sair, sabe o que fazer caso alguém te tente algo. Não tenha dó de descarregar sua arma na cara do desgraçado. Entendeu?— Maxine gesticulou positivamente e Crystal saiu devagar do carro sendo observada pelos irmãos da caminhonete ao lado. Olhando mais a frente viu um senhor em pé ao lado de duas moças loiras, encostadas em um grande trailer. Viu também um casal com um lindo garotinho de cabelos castanhos e olhos azuis cheios de confusão, ele a fazia lembrar de alguém. Sua mãe segurava sua mão enquanto conversava com um homem que com certeza não era seu pai, mas tinha certa intimidade com os dois. Crystal resolveu ir falar com eles, se aproximou em passos receosos.

—Olá,eu sou a Crystal Maximoff. Desculpe a interrupção mas, sabem o que está acontecendo lá na frente? Estamos esperando aqui a horas e minha irmãzinha está tão impaciente quanto eu.—O homem a olhou desconfiada e desceu seu olhar para a arma em seu coldre,Crystal percebeu e o tranquilizou mostrando seu distintivo do FBI—Eu sou do FBI,não se preocupe, não farei mal— Deu um leve sorriso vendo que funcionou. A mulher, por sua vez, respondeu a pergunta.

—Não sabemos o que está acontecendo lá, querida. A propósito, sou Lori Grimes, prazer em te conhecer—Ofereceu sua mão em um aperto simples e Crystal prontamente aceitou. O garotinho acenou empolgado e recebeu outro aceno com a mesma empolgação. Mas espera aí, Grimes? Certo, muito familiar.— Esse é o meu filho Carl, e esse é meu...Nosso amigo, Shane Walsh. Ele é polícial.

—Oi, é um prazer—Estendeu sua mão para um aperto, mais uma vez aceito por Crystal.— Eu estava pensando em juntar algumas pessoas e irmos para uma pedreira aqui perto. É segura, é um lugar alto e silencioso, tem um lago enorme com peixes então água e fonte de alimento não vão faltar. Tem uma floresta e dá pra caçar, se algo aparecer, veremos antes que chegue até nós, o que acha?— Crystal pensou um pouco, ela e sua irmã estariam em um lugar seguro com pessoas experientes. Aceitou.

—É uma boa idéia, posso ajudar a falar com algumas pessoas se quiser.

—Claro, faça isso.—Crystal se despediu com um aceno de cabeça para os adultos e um sorriso meigo para o garotinho, e foi falar com o senhor do trailer e as duas moças.

Crystal foi caminhando e chegando lá, foi recebida por um sorriso acolhedor do senhor. Conversou com o mesmo e com as moças sobre a idéia e eles aceitaram, sorriu paras elas e despediu do senhor com um aperto de mão vendo o mesmo ir falar com um rapaz asiático e uma menina que parecia ter a idade de Max, também asiática. Olhou para o carro dos irmãos ao lado do seu e pensou: Por que não?
Foi até lá em passos meio relutantes,mas com uma expressão cheia de sí no rosto. Parou na janela do que havia a encarado mais cedo e bateu levemente no vidro apenas para chamar atenção, e assim aconteceu. O mais novo baixou o vidro e rosnou algo parecido com um "oi" tentando intimidar, o que não deu certo, então Crystal começou a falar.

—Oi, sou Crystal Maximoff. Estou conversando com umas pessoas para irem até uma pedreira e formar um acampamento lá. É seguro e tem uma ótima fonte de alimento no rio, fora a floresta e os animais que podem ser caçados por lá.—Disse tudo que Shane falou para mim a minutos atrás e esperei uma resposta negativa.

—O que acha, Daryl?—O mais velho disse. Daryl, hm? Vou me lembrar desse nome.— A propósito, garota... Sou Merle Dixon e esse é meu irmão Daryl Dixon.

—Prazer em conhecer, aquela no carro é minha irmã, Maxine.—Dei um sorriso sincero apontando para o meu carro ao lado e voltei a falar.— Então,vocês vão ou não?

—Vamos sim, Maximoff.—Merle disse percebendo que seu irmão não diria nada, dando ênfase em meu sobrenome.

—Então tá, Dixon. Sigam aquele trailer ali. —Apontei para o Trailer do homem que descobri se chamar Dale.— Ou podem seguir meu carro, vocês decidem. Até mais —Sorri enquanto acenava e entrei no meu carro dando de cara com uma Max curiosa.

—O que aconteceu?

—Achamos um lugar e vamos até ele com outras pessoas, é uma pedreira e montaremos um acampamento lá, é segu...— Antes que eu pudesse terminar de falar, aviões passaram por cima de nós fazendo um barulho ensurdecedor e jogando bombas na cidade. Max segurou minha mão assustada e me olhou com lágrimas no olhos, a essa altura eu também chorava.
Acabou, a cidade foi bombardeada e não existe mais esperança por lá. Shane me olhou de longe e deu sinal, era hora de ir até a pedreira. Dei sinal aos irmãos ao meu lado e Merle acenou positivamente. Era o fim, mas de certa forma um começo também.

O começo de uma nova era.

A era dos mortos.



Daryl Dixon •  The Night We Met 🏹Onde histórias criam vida. Descubra agora