Capítulo 18

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- Nós nunca saímos! Ontem passamos o dia todo aqui, e hoje já são quase 7 da noite e não fizemos nada! - Falo irritada.

- Laura, na sexta-feira nós fomos ao bar, na outra semana te levei para o médico, e amanhã você tem médico novamente, nós sempre saímos. - Stefano fala exasperado.

- Nós fomos ao bar com o pessoal da empresa. Nem ficamos juntos! Você me levou ao médico por conta de eu ter tido uma emergência, e amanhã você vai comigo nas consultas por causa de ciúmes! Essas coisas não contam! Eu quero ir ao cinema, comer em algum restaurante, enfim eu quero sair com você! Ficamos aqui em casa trancados e não aproveitamos nada! - Falo gesticulando.

Hoje já é domingo e não fizemos nada. Eu gosto de ficar em casa com ele, mas quero sair e Stefano fica dando desculpas para não ir.

Primeiro disse que estava com dor de cabeça, depois falou que estava cansado, e a verdade é que estou ficando puta com isso.

- Amor outra hora saímos. Aqui na sua casa estamos bem e seguros. Nada de ruim pode acontecer aqui. - Stefano fala de um jeito estranho.

Eu sei que ele é um mega empresário e é visado, mas não vamos morrer se formos ao cinema.

- Vem cá. - Ele diz me puxando pra ele. Stefano me abraça e continua. - Vou colocar pipoca no microondas, pegar refrigerante e vamos assistir um filme. Eu quero ficar sozinho com você, eu te amo. - Ele diz me aperta um pouco, beija meus cabelos e se vai.

Me sento no sofá chateada, pois a minha mente grita que Stefano tem vergonha de mim.

Sinto um aperto no peito e não sei que porra devo fazer. Eu sempre me valorizei, sempre soube me impor, nunca deixei homem nenhum pisar em mim, mas com Stefano a bosta da situação é completamente diferente.

Talvez por estar tão apaixonada e o amar tanto não consigo tomar a atitude que deveria. Se fosse outro homem eu já teria feito um escândalo, teria o colocado contra a parede. Teria berrado que se ele tem vergonha de mim por eu ser gorda não me merecia, teria mandado ir tomar no cu, mas com Stefano eu estou agindo feito a porra de uma imbecil.

Fico com um sentimento estranho de vergonha. Me sinto fraca e me pergunto como cheguei a esse ponto?

Minha cabeça fica confusa e penso em tantas coisas ruins. Penso que talvez ele tenha razão de sentir vergonha de mim. Do nada me lembro dos pais, e começo a pensar que talvez eu seja um problema, pois fui rejeitada pela minha família, não dei certo com vários homens, e agora que encontrei um homem que amo de verdade ele sente vergonha de quem eu sou.

Stefano voltou com a pipoca, se sentou ao meu lado no sofá, e colocou um filme que nem prestei atenção do que se tratava.

Fiquei sentada pensando coisas horríveis, fiquei me sentindo um lixo de pessoa e nem consegui falar ou gritar isso para Stefano.

O filme acabou, nós jantamos a comida que eu tinha feito no almoço e sobrou, e mais tarde quando fomos para a cama o clima estava estranho.

- Eu te amo, por favor, não fique chateada. - Stefano diz passando a mão pela minha cintura.

Me deitei de lado na cama e não queria graça, só queria ficar quieta.

- Tá tudo bem, eu só preciso descansar um pouco. - Minto.

Não tá nada bem! Absolutamente nada bem.

- Dorme um pouco, amanhã você tem duas consultas, vai ser um dia corrido. Te amo. - Stefano fala, dá um beijo nos meus cabelos e fica em silêncio.

Fechei os olhos, mas não conseguia dormir. Fiquei imóvel prestando atenção em Stefano, na sua respiração, e quando ele dormiu eu esperei alguns minutos e sai da cama. Sai com todo cuidado para não o acordar.

LauraOnde histórias criam vida. Descubra agora