Broken - Por trás das aparências

37 | When the darkness comes

Alex simplesmente sabia onde Olivia estava.

Talvez fosse sua intuição lhe dando uma resposta certeira ou simplesmente o fato de que ele já estivera ali antes. No passado, ele a havia encontrado por acaso, mas sabia que a garota estava ali para escapar, para encontrar um refúgio afastado. Agora, Alex acreditava que a história estava se repetindo.

Assim que empurrou a porta da casa no lago aberta, ele descobriu que estava de fato certo, uma vez que encontrou as luzes acesas e as portas da varanda dos fundos abertas, as cortinas esvoaçando com a brisa fria. E, ali, ele a viu.

— Liv. — Alex respirou. Mesmo de longe, ele podia ver cacos de vidro espalhados pelo chão, o rótulo da cara garrafa de champanhe destruída ainda intacto. Entretanto, ele só tinha olhos para a Olivia, parada de pé no terraço, tremendo em sua calça jeans e regata fina. Ela estava tão perdida em si mesma que não notou a aproximação de Alex até que ele estivesse perto dela. Seus olhos esverdeados brilhavam com pura dor e desespero, partindo o coração de Alex. Aquela era a primeira vez que ela não escondia seus sentimentos em muito tempo e agora deles estavam ali, totalmente crus para serem vistos por ele.

— Liv. — ele disse novamente, precisando esforçar-se para não tocá-la imediatamente. Seus dedos coçavam para tocar seu rosto, os braços ardiam para segurá-la com força, para puxá-la para si e não soltá-la por um longo tempo.

— O que você está fazendo aqui? — Olivia questionou, tentando soar defensiva, porém estava fraca e abalada demais para fazê-lo.

— Todo mundo estava preocupado com você. — Alex respondeu — Faz muito tempo que você sumiu.

Olivia não parecia ter ouvido o que ele havia dito e seus olhos focados no horizonte se encheram de lágrimas quando ela sussurrou:

— Ele se foi. — disse em um fio de voz, pura agonia pingando de suas palavras — Ele se foi, Alex. Eu sinto tanto a falta dele.

Alex inspirou fundo diante da admissão da garota e não hesitou mais em envolve-la em um abraço, segurando-a contra o seu peito enquanto ela começava a soluçar, trêmula. A pele de Olívia estava fria e seus ombros balançavam enquanto ela chorava contra o peito de Alex, agarrada à camisa dele e colocando seus sentimentos para fora de uma maneira que ele nunca tinha visto.

— Está tudo bem, querida, só coloque para fora. Coloque tudo para fora. — ele sussurrou para ela, acariciando-lhe as costas. Ele não tentou dizer palavras de consolo, sabendo que nenhuma delas diminuiria a dor de Olivia, apenas deixou-a liberar as emoções que havia reprimido por tanto tempo da maneira que ela precisasse.

E, naquele momento, ele teria feito qualquer coisa que ela precisasse ou quisesse. Se ela pedisse por um abraço ou para ir para o outro lado do globo, ele teria feito sem hesitar. Qualquer coisa que ela pedisse seria dela, porque Alex faria qualquer coisa para diminuir a dor que a garota agarrada a ele sentia, qualquer coisa que aliviasse seu coração.

Os joelhos de Olivia falharam e Alex abaixou-se com ela devagar, não soltando-a em nenhum momento. Olivia se encolheu no chão, com as pernas contra os joelhos e o rosto manchado pelas lágrimas.

— Dói tanto, Alex. — ela soluçou — Eu não posso fazer isso, não consigo fazer isso sozinha. Eu me sinto tão perdida. Eu mal consigo respirar. 

— Você não está sozinha, querida. — Alex disse, segurando o rosto dela entre as mãos delicadamente, fazendo-a olhar para ele — Nenhum de nós é o Nate e ninguém pode substituí-lo, mas eu juro por Deus que você não está sozinha.