16 | Haunted houses

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— Ei, querida. — John Whitmore sorriu quando Olivia apareceu na porta do escritório. Mesmo que fosse domingo, ele estava vestido em uma camisa social elegante e cercado por papéis como o homem de negócios que era.

— Ei, papai. — Olivia se aproximou da mesa — Está ocupado?

— Nunca para você. — o pai respondeu, dando à filha sua atenção total — O que há, princesinha?

Olívia não pode deixar de dar um pequeno sorriso para o apelido carinhoso. Ela, assim como Savannah, eram menininhas do papai e, enquanto sua irmã mais velha sempre havia sido "princesa", Olívia era "princesinha" para o pai e, quando ele a chamava assim, de alguma forma, ela sentia que tudo ficaria bem, pelo menos por um instante.

— Estou bem. — Olívia respondeu vagamente — No que está trabalhando?

— Só revisando alguns documentos do hotel que chegaram pelo correio. Algumas pessoas insistem em ignorar a invenção do email. — seu pai provocou divertido — Falando nisso, tenho uns envelopes que chegaram pra você da Itália. Acho que são das suas amigas.

— Obrigada. — Olívia pegou os envelopes que seu pai lhe entregou, todos com remetentes italianos. Suas amigas Chiara e Francesca adoravam enviar-lhe cartas e pacotes com pequenos presentes, mesmo que elas sempre estivessem em contato por mensagens. As duas haviam sido suas grandes amigas durante seu tempo no internato italiano e uma ligação que ela insistia em manter, porque, de certa forma, ela havia amado seu tempo lá.

— Fico feliz que você tenha isso, Olivia. — seu pai disse suavemente, levantando-se da mesa e aproximando-se dela — Quero que você saiba, que se você quiser voltar para lá ou sair para passar um tempo com a sua irmã, tudo o que você tem que fazer é dizer e nós vamos providenciar. Você não precisa ficar aqui se isso não estiver sendo bom para você.

— Eu estou bem, papai, mas obrigada. — Olivia respondeu honestamente, abraçando o pai. Mesmo que ela não fosse muito aberta com eles, seus pais nunca haviam feito menos do que ficar ao lado dela em todos os momentos. Eles eram amorosos, incentivadores e criaram relacionamentos saudáveis com todos os filhos, apesar das exigências e responsabilidades trazidas por uma vida milionária. Lhes era dado muito, mas também era esperado.

— Essa oferta está sempre na mesa, ok? — seu pai beijou o topo de sua cabeça em um gesto afetuoso — Vamos descer para o almoço, sim? Tem uma surpresa lá embaixo para você. 

Quando Olivia entrou na cozinha da mansão, o ruído dos utensílios batendo foi a primeira coisa que ela ouviu. Ela encontrou sua mãe cozinhando na ilha, com um avental amarrado sobre a roupa. Como uma boa italiana, Cecilia Whitmore ainda era a chefe de sua própria cozinha, mesmo que a governanta preparasse algumas das refeições. Aos domingos, ninguém tocava no fogão além dela e os almoços em família sempre haviam sido regados à fartura, sendo sagrados e especiais. 

— Ei, querida. — ela sorriu suavemente quando viu Olivia parada ali — Eu fiz seu favorito hoje. 

Olivia forçou um sorriso, aproximando-se da mãe e fazendo-se apreciar o esforço que ela estava fazendo. Quase imediatamente, uma memória a atingiu, de quando ela e seus irmãos eram pequenos e costumavam se sentar ao redor da ilha e observar sua mãe cozinhar, geralmente roubando qualquer guloseima que estivesse ao alcance . Não era mais assim, no entanto, e a casa parecia mais vazia do que nunca. As refeições agora eram apenas uma sombra do que costumavam ser. Ocasionalmente, John ou Cecilia puxavam algum assunto aleatório para tentar encobrir o clima pesado instaurado na mesa, mas não era o suficiente; Olivia suspeitava que nada seria. 

— Você está me mimando. — Olivia disse, seus olhos correndo pelas panelas. O risoto de frutos do mar era de fato sua receita de família preferida, vencendo todas as massas — que ela também amava — quando se tratava da culinária de Cecilia Whitmore.

Broken - Por trás das aparênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora