CAN YOU HELP THE HOPELESS? ✪

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Estamos fadados a cometer erros, até o mais perfeito dos seres humanos comete erros

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Estamos fadados a cometer erros, até o mais perfeito dos seres humanos comete erros. Eu como cientista e uma pessoa altamente arrogante, não acreditava que podia cometer, acreditava que está acima de tudo isso e que todas as minhas ações eram isentas de falhas.

Mas como eu já disse antes, essa história me fez entender e rever dezenas de conceitos sobre mim que eu achava irrefutáveis. A minha arrogância e o meu ego foram um desses.

Eu acreditava que estava acima das leis humanas, que era melhor que os humanos e que não cometia as mesma falhas que eles. Até aquele dia. Até o dia em que descobri que era tão humana quanto podia imaginar.

Fazia dois dias desde o meu encontro com Zemo, as palavras dele, tanto sobre Bucky quanto sobre Steve, ainda martelavam na minha mente e me fazia questionar se eu estava certa.

Minhas pesquisas sobre o Soldado Invernal ainda não haviam alcançado o resultado esperado e isso estava me deixando frustada. Então no meu maior ato de desespero e talvez insanidade, eu decidi que queria vê-lo em ação.

Se essa decisão foi pensada e não tomada em um ato de insanidade? Óbvio que não. Se eu contei a alguém sobre a minha ideia? Também não. Eu sou maluca mas não sou burra, se eu contasse a quem quer que seja dentro do complexo iriam me impedir com todas as forças.

Essa era uma boa decisão? Claro que não. Eu iria me arrepender em um futuro bem próximo? Com certeza sim. Mas eu também não estava pensando muito claramente naquela hora.

Entrei no laboratório com meu caderninho de anotações nas mãos. Sorri para Bucky e me sentei a sua frente.

- Tudo bem, soldadinho de chumbo?- cumprimentei.

- Odeio esse apelido.- ele murmurou.

- Eu me sinto ofendida agora, esse é um ótimo apelido.- me defendi.

- Seu senso de humor é bem contestável, Ivy. - ele rolou os olhos.

- Você que tem o humor de homem de 90 anos.- reclamei.

- Caso não tenha percebido, eu sou um cara de 90 anos.- Bucky me explicou com um olhar divertido.

- Você é péssimo, cara - dei risada.- ok, agora precisamos tratar de assuntos sérios.

- Aconteceu alguma coisa?- Bucky me olhou preocupado.

- Nada preocupante - tentei soar o mais normal possível.- eu só tenho algumas teorias que eu gostaria de apresentar.

- Certo, pode falar.- Bucky respondeu e me olhou com atenção.

- Antes de começar eu preciso que você entenda que tudo que eu vou te dizer agora, eu fiz pensando em ajudar e nada mais, ok?- ele assentiu. - tudo bem. Eu fui atrás do Zemo na prisão... e eu descobri algumas coisas.

- Foi atrás do Zemo?- Bucky me olhou sem acreditar.- sabe o qual perigoso ele é? E o que ele pode ter dito a você que nós já não saibamos?

- Primeiro: eu sei que ele é perigoso - comecei.- segundo: ele não me disse nada de útil, excerto algumas coisas que me fizeram pensar.

- O que ele disse?- Bucky perguntou.

- O que importa é o que eu descobri, tá?- desconversei. - descobri que de alguma forma as palavras agem na sua mente como uma espécie de hipnose, como aqueles que as pessoas fazem em circos, sabe?

- Não sei, não - Bucky respondeu.- os circos da minha época só tinham palhaços e pessoas que cuspiram fogo.

- Você nunca viu um show de hipnose?- Bucky negou com a cabeça.- ok, me lembre te levar a um circo o mais rápido possível.

- Ivy foco - Bucky estalou os dedos na frente do meu rosto.- continua.

- Certo, certo. Tendo em vista essa hipótese, eu acredito que possamos reverter esse quadro.- expliquei.

- Como?- ele me olhou curioso.

- Hipnose é reversível, Bucky, mas eu acredito que o que a HYDRA fez com você vai mais além que isso - contei.- acho que vamos precisar de um telepata.

- Um telepata?- Bucky me olhou.- onde vamos arranjar um telepata?

- Temos a Wanda, mas pra sua sorte tem uma na sua frente agora.- sorri e apontei para mim.

- Mas você não era bruxa?- Bucky me olhou.

- Meu caro Barnes, há uma dezena de coisas que você não sabe sobre mim.- respondi com um sorriso.

- Eu adoraria descobrir.- Bucky respondeu e arregalou os olhos se dando conta do que disse.

Balancei a cabeça tentando esconder a vermelhidão que tomou conta do meu rosto. Bucky havia acabado e flertar comigo? Era isso mesmo que eu estava vendo?

- O ponto principal é que eu ainda preciso de algumas coisas ter certeza dessa hipótese. - contei.

- Do que precisa?- ele perguntou.

- De uma coisa que você vai odiar ter que fazer - respondi.- eu preciso dele.

- Não vai querer isso, Ivy - Bucky respondeu entendendo o que eh queria dizer.- posso acabar te machucando.

- Não vai - respondi o olhando nos olhos.- tenho certeza que não vai.

- Me peça qualquer outra coisa, Ivy - ele pediu.- eu não consigo sequer pensar na possibilidade de machucar você.

- Você não vai, Barnes - segurei sua mão e o forcei a olhar nos meus olhos.- confia em mim, soldadinho de chumbo.

Bucky não respondeu. Eu decidi tomar seu silêncio como resposta. Abri meu caderninho e procurei pela página com as palavras que Zemo me disse.

- Longing rusted. Seventeen. Daybreak. - a postura de Bucky mudou assim que comecei a repetir as palavras - Nine. Bening. Homecoming. One freight car.

Bucky ergueu a cabeça, seu olhos era frio, perdido e completamente diferente do seu olhar normal. Eu soube naquele momento que havia conseguido o que queria, o Soldado Invernal estava diante de mim.

- Soldado?- chamei e ele me olhou.

Seus olhos azuis que antes eram brilhantes e vivos estavam duros e sem brilho. Ele se levantou, eu me levantei junto e dei dois passos para trás.

O Soldado Invernal me olhava com uma expressão aterrorizante. Ele veio na minha direção e mais rápido do que eu podia raciocinar, me pegou pelo pescoço tirando meus pés do chão. Ele me segurava como se eu não fosse nada, como se eu fosse um boneco qualquer.

Fui prensada contra a parede de vidro mais próxima, sua mão biônica exercia uma pressão sobre humana em meu pescoço, me impedia de respirar e a cada segundo o ar sumiu dos meus pulmões.

Eu não conseguia pronunciar uma palavra por causa da força com que ele prendia meu pescoço. E foi naquele momento que eu percebi que não era uma boa ideia aquela, na verdade eu percebi bem antes disso, mas como eu sou uma teimosa irrefutável não podia dar o braço a torcer.

E agora seria morta pelo Soldado Invernal por causa da minha grande estupidez. Eu estava perdendo os sentindos e já podia ver alguns pontos pretos em minha visão.

Me lembro que a última coisa que vi antes de apagar foi o olhar assustador do Soldado Invernal sobre mim e em seguida a escuridão.

Erros são cometidos. Eu deveria saber que lhe dar com algo daquele tamanho era um erro, estava acima da minha alçada, mas o meu desejo de me provar se sobressaía a qualquer outro sentimento que tivesse. Naquele dia quase custou minha vida e nos dias seguintes custariam mais ainda.

E talvez eu não estivesse afim de pagar esse preço.

BURN THE WITCH         bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora