PRÓLOGO ✪

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Posso começar dizendo que fiz muitas escolhas, algumas tiveram boas consequências, outras nem tanto

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Posso começar dizendo que fiz muitas escolhas, algumas tiveram boas consequências, outras nem tanto. Entre todas as escolhas feitas posso dizer com certeza que a pior foi me envolver com um cara que de longe parecia decente, inocente e confiável, com suas frases clichês que pareciam recém saídas das páginas de algum livro de romance que eu lia na adolescência.

Mas foi me aproximar o sufiente pra perceber que ele possuía inúmeras falhas por baixo de um teto grosso, porém feito de vidro.

Esse cara é Steve Rogers.

Sim, o Capitão América, também conhecido por mim como o meu primeiro e grande amor. Eu nunca fui alguém de grandes amores, na verdade em toda a minha vida, eu tive dois.

De certa forma ambos são o motivo pelo qual eu vim contar essa história. Seria natural que eu começasse falando sobre o que mais amei, mas é mais fácil compreender a história se começarmos pelo primeiro. Então aqui vai:

Conheci Steve Rogers durante do meu primeiro trabalho como neurocientista da S.H.I.E.L.D, pouco depois do primeiro ataque a Nova Iorque e meses antes da queda da mesma. Ele tinha a pele mais macia que eu já toquei, os cabelos tão loiros quanto os de uma super modelo e os olhos mais brilhantes que já vi em toda a minha existência.

Mas nenhuma dessas belezas foi a culpada pela minha paixão por aquele cara. A culpa foi do sorriso, não porque os dentes dele eram alinhados e perfeitos — assim como literalmente tudo nele —, mas sim porque ele tinha um sorriso sincero, e ele sempre me encantava com seus sorrisos.

Steve Rogers foi o sol na época mais tempestuosa da minha vida, e eu não poderia fazer menos do que ama-lo por isso.

Namoramos por dois anos e só deixamos de ser namorados no último dia em que trabalhei com ele e os Vingadores. Até esse dia, a gente nunca havíamos brigado. Nosso relacionamento era um perfeito arco-íris: eu era a chuva e ele era o sol que me iluminava.

Eu nunca entendi porque nosso arco-íris se desmanchou em um céu cinzento; ao menos até a história que vim aqui para contar acontecer.

Mas, o caso é que eventualmente o arco-íris não teve mais cores sufiente para mante-lo no céu.

Depois desse belo resumo do nosso relacionamento, eu preciso ressaltar que embora Steve tenha uma importância imensurável na história a minha vida, essa história em particular não é sobre ele.

Essa história é sobre o meu segundo e único amor.

E ela começa na manhã em que eu recebi minha carte de convite para fazer do painel das Nações Unidas como Embaixadora da Luta Pelos Direitos das Mulheres. É claro, que para isso eu precisava ir até a Sede dos Estados Unidos para receber meu novo título.

E essa era a parte ruim, já que a última vez que botei meus pés na América jurei que jamais voltaria aquele lugar.

Não que eu não gostasse da América, é claro que eu me opunha fortemente a exploração de petróleo ilegal com a desculpa de levar democracia ao Oriente Médio, detestava a política estúpida de que sim poderíamos ter armas expostas e vendidas em Walmart em qualquer esquina e simplesmente abominava o capitalismo desenfreado que matava milhões de pessoas de fome todos os anos.

Mas ainda assim, eu nasci naquele país, então tinha algum amor por ele. Eu só não queria pisar lá por causa do incidente em especial que me fez sair de lá.

Fazia dois dias que eu tinha chegado a Nova Iorque e não vai a hora de poder ir embora. E já que estava presa aquela cidade podia ao menos aproveitar um dia de compras nas lojas da Tiffany&Co e foi o que fiz.

Uma manhã inteiras andando pelas lojas da Fifth Avenue comprando tudo que eu podia carregar, ou seja, muitas sacolas. Mas é claro, que a alegria não duraria para sempre, assim que me sentei confortavelmente em uma cadeira de uma cafeteria com vista pra famosa Torre Stark, as coisas começaram a dar errado.

- Ivy?- ouvi meu nome ser chamado pela voz que nem em um milhão de anos eu seria capaz de esquecer.

Ergui meus olhos do aparelho celular que estava em minhas mãos e então meus olhos se encontraram com os seus, aqueles olhos azuis brilhantes que me olhavam com a mesma intensidade de anos atrás.

Meu coração errou uma batida. Mas essa emoção toda logo foi trocada por raiva.

- Você tem que ser muito sem noção mesmo para aparecer aqui!- exclamei no auge da minha indignação.

- Eu preciso da ajuda, Little Sunshine.- Steve me olhou.

- Não me chame assim - resmunguei com raiva.- sem noção não, você é um cara de pau de marca maior. Acha mesmo que pode me largar de mão como um nada e depois que eu finalmente consigo me livrar do seu fantasma, aparecer com esses olhos perfeitos e me chamar assim que eu vou voltar como uma cachorrinha para os seus pés?

- Ivy eu não acho nada - Steve murmurou.- você tem todo o direito de estar com raiva de mim, o que eu fiz com você, a maneira como eu te deixei foi horrível. Mas eu realmente preciso da sua ajuda.

- E porque você acha que eu vou te ajudar?- perguntei.

- Porque eu não estou pedindo ajuda pra mim, eu estou pedindo ajuda para um amigo - Steve explicou.- e eu sei que você não consegue negar ajuda a quem precisa.

- Está enganado - respondi.- eu mudei bastante nos últimos anos, Steve. Eu definitivamente não sou mais a garota bobinha que você conheceu.

- Você não é assim, Ivy - ele disse e tentou segurar minha mão.- você não é essa garota grossa e fria.

- Você não sabe de nada.- afastei minha mão dele.

- Por favor, Ivy - ele pediu.- eu só não tenho mais ninguém a quem recorrer. Eu prometo que se me ajudar, se pelo menos me escutar, eu nunca mais te procuro de novo. Eu te deixou em paz, pra sempre.

Franzi o cenho e encarei os olhos de Steve. Aqueles mesmo olhos que anos atrás me traziam paz e agora me causavam uma dezena de sentimentos controversos.

Steve estava me pedindo, me implorando por ajuda e por mais que uma parte de mim quisesse que ele sofresse outra parte igualmente determinada queria pode ajuda-lo.

A minha razão me dizia para sair dali, ir para o mais longe possível e desaparecer. Minha emoção por outro lado me dizia para ajudar, para ao menos ouvi-lo. E como sempre, eu segui minha emoção ao invés da minha razão.

- O que você quer afinal?- perguntei.

Steve respirou aliviado.

- Eu preciso que você me ajude com uma pessoa, um amigo de longa data - Steve explicou.- você conhece ele, Bucky Barnes, ele foi usado pela HYDRA por décadas e as coisas que eles colocaram na mente dele ainda estão lá. Ele é instável, precisamos achar uma maneira de tirar tudo aquilo dele.

Eu sabia bem que história era aquela. O amigo de infância de Steve, por quem ele havia começado Guerra Civil que separou os Vingadores. Que nos separou.

- O que você espera que eu faça?- perguntei. - eu não sou telepata, não posso estalar os dedos e livrar seu amigo do que quer que HYDRA tenha feito.

- Mas é a melhor neurocientista que eu conheço - Steve confessou.- eu já vi você fazer coisas incríveis.- a verdade é que ainda não inventaram uma molécula que você não seja capaz de decifrar.

- Eu não garanto nada.- respondi.

- Eu sei que não - Steve sorriu de lado.- mas só de você nos ajudar já vai ser o sufiente.

- Acho que eu posso fazer. Não por você - expliquei séria. - e quando tudo acabar você some da minha vida e nunca mais aparece, temos um trato?

Ela esticou a mão para Steve.

- Temos um trato. - Steve garantiu e apertou sua mão.

BURN THE WITCH         bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora