Eu nunca me dei bem com sentimentos. Nem quando era adolescentes muito menos agora que me tornei adulta. O que você precisa entender é que algumas pessoas nascem propensas a não se entenderem com seus sentimentos, eu sou uma dessas pessoas, ou pelo menos fui, durante uma boa parte da minha vida.
Eu nasci com habilidades um pouco fora do comum, mas acho que isso eu já deixei bem claro nos capítulos anteriores. Dom, era como meu pai as chamava, descobri sobre elas quando tinha por volta dos sete anos de idade.
Primeiro veio a magia, levitar coisas, queimar cortinas, quebra vidros. Esses foram os primeiros indícios de bruxaria no meu sangue. Mas toda bruxa tem uma habilidade própria, uma habilidade que já nasce com ela, ela não desenvolve durante o tempo, ela não aprende, ninguém a ensina. Essa coisa já nasce com ela.
Comigo não seria diferente. Talvez o que compilou para a minha habilidade ser um tanto catastrófica foi o fato de ela também vier da minha parte paterna, afinal não é nada fácil saber que seu pai é um dos telepatas mais poderosos do mundo.
O fato é que com menos de dez anos de idade eu podia ouvir e sentir praticamente todas as mentes do mundo, as mais aflitas pelo menos. Pessoas chorando, pessoas rezando, pessoas pensando, pessoas delirando, pessoas gritando. Isso era tudo cansativo e exigia uma demanda de energia muito alta para uma criança.
Por isso com doze anos de idade meu pai decidiu que a melhor solução era trancar essa parte dos meus poderes no mais profundo interior da minha mente. Deu certo. Durante quase vinte anos eu nunca mais ouvi um ruído, um pedido de ajuda, um choro. Foi um alívio.
Agora a caminho do Instituto Xavier para Jovens Super Dotados, pensava se realmente era uma boa decisão pedir que ele libertasse essa parte dos meus poderes.
O meu plano era simples. Com todas as minhas pesquisas que pareciam meu levar a lugar nenhum, eu percebi um padrão, não era hipnose, muito telepatia o que mantinha o Soldado Invernal preso dentro da mente de Bucky. Era a boa e velha lavagem cerebral.
Você me pergunta como? Eu te respondo. Sabe quando você limpa a memória de um computador para que ele possa suportar outra demanda de informações novas? O que a HYDRA fez com Bucky foi semelhante.
A mente dele era parecida com um programa de computador, toda vez que eles o descongelavam e limpavam suas lembranças era como apertar um botão de reset. Eles tinham uma memória interna pronta para ser preenchida com toda e qualquer ordem que ela achassem prudentes. As palavras que Zemo me disse eram como a senha que desbloqueava tudo.
Então tudo que era preciso era ocupar o espaço em branco com as antigas memórias, mas é claro que você não pode simplesmente ir na lixeira e restaurar todas as memórias perdidas, afinal Bucky é um ser humano. Esse processo seria um pouquinho mais complicado e por isso eu precisava da minha telepatia.
- Não pensei que fosse ver outra vez tão cedo.- Charles Xavier sorriu cinicamente ao me olhar.
- É sempre um prazer reve-lo outra vez, papai.- respondi no mesmo tom.
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BURN THE WITCH bucky barnes
FanfictionQUEIME A BRUXA ✪ Onde Bucky descobre um fato peculiar sobre as bruxas: quando uma delas entra na sua vida, é praticamente, impossível se livrar dela. Não que isso fosse ruim. Afinal, Bucky não tinha a menor intenção de tirar Ivy Xavier de sua...