Renaise on
Fazia umas duas horas que estávamos caminhando, mas o que me intrigou foi o fato de Madara também estar conosco. Puxei discretamente a mão de Itachi que estava entrelaçada a minha, chamando sua atenção.
- Algum problema?
Neguei.
- Nenhum. O que eu não entendo é o porquê de Madara estar vindo também, pelo o que sei ele era totalmente contra voltar a Konoha.
Ele assentiu como se entendesse minha linha de pensamento.
- Ele não confia em mim, quer se certificar que você ficará devidamente em segurança estando ao meu lado.
Assenti ainda sem entender.
- Você fala como se já fossemos casar assim que pôrmos os pés em Konoha.
Eu ri mas Itachi não sorriu ou me respondeu e isso me deixou ainda mais intrigada.Já vi que precisarei ter uma longa conversa com Madara. Assim que possível.
Seguimos caminhando calmamente mas o sol em minha cabeça estava me fazendo ficar tonta. Cambaleei um pouco pro lado direito mas logo me recompus e ao que parece Itachi não percebeu.
Senti uma mão em meu braço esquerdo me puxando e soltando a mão de Itachi do enlace da minha.
- Mas o quê?...
Obito me olhava com raiva e agora tocava em minha testa.
- Algum problema?
Itachi perguntou olhando pro outro Uchiha que não desviava os olhos de mim. O que fez todos pararem de andar e olhar pra mim.
- Eu tô bem, Obito. Juro.
Como resposta, ele apenas foi até Madara e falau algo baixo o suficiente pra que ninguém ouvisse. Era só o que faltava mesmo.
- Eu não estou acreditando, Renaise.
Madara me olhava duro e suas palavras apenas me fizeram revirar os olhos enquanto cruzava os olhos.
- O que aconteceu? Se machucou, Renaise?
Suspirei.
- Nada, Karin. Eu tô bem apenas Madara e Obito que gostam de fazer tempestade em um copo d'água.
Acho que irritei Obito já que ele veio pra cima de mim pegando no braço direito com uma força considerável.
- A quanto tempo não come?
Revirei os olhos.
- O que quer dizer?
Itachi, seria bom se não se intrometesse. Dois Uchiha's bravos já é o suficiente.
- Eu comi agora a pouco.
Seu aperto aumentou um pouco o que me fez grunir de dor.
- Maçã não alimenta e você sabe disso. Quanto tempo tem que você não tem uma refeição descente?
Baixei a cabeça comprimindo os lábios sem responder.
- Será que pode me responder? Como assim não você não tem se alimentado devidamente?
Bufei soltando meu braço de Obito.
- Não é meu pai pra controlar o que eu como ou deixo de comer, Obito.
O ouvi grunir mas não olhei pra ele. Estava ocupada curando meu braço do rochão feito por ele.
- Você está quase desmaiando e vem me dizer que não sou ninguém pra controlar o que come?
Sua voz agora era mais centrada mas ainda havia irritação nela e por mais que isso me irritasse, também havia preocupação.
- Vamos parar um pouco, você precisa comer.
Madara passou por mim me levando com ele. Sua mão direita estava em minhas costas me conduzindo até um tronco ali perto.
Fomos seguidos pelos outros mas não falei nada, nem mesmo levantei a cabeça tamanha a vergonha que estava. Eu nunca fui alguém que realmente se importa com a própria saúde, apesar de me importar com a das outras pessoas.
- Obito, há um rio aqui perto.
Não olhei na direção deles mas sei que Madara o mandou pescar pra fazer assado e me enfiar goela abaixo caso eu recuse. Mexi no meu cabelo nervosamente, desmanchando as partes onduladas.
- Oi.
Suspirei em resposta a Karin.
- Você está melhor?
Revirei os olhos.
- Não é como é eu fosse morrer em ficar alguns dias comendo apenas uma maçã.
Ela entrou ao meu lado.
- Sei que não sou ninguém e que não vai me ouvir, mas posso te dar um conselho?
Não.
- Claro.
Ela pegou minha mão.
- Eles se preocupam com você. Acho que seria bom se desse valor a isso, não sabe o quanto eu queria que ele se importasse comigo também.
Seu olhar fugiu do meu e eu o segui. Karin olhava pra Sasuke que me olhava enquanto conversava com Itachi.
Assenti.
- Sei que se importam mas eu queria que não o fizessem.
Ela riu.
- É sempre assim, não é?! Quando queremos uma coisa, não a temos mas é só deixar de querer e pronto, a coisa acontece.
Assenti sorrindo pra ela.
- Acho que sim.
Obito voltou todo molhado com alguns peixes nos braço. E eu? Eu gargalhei como se não houvesse amanhã.
- O que houve, Obito? O peixinho te deu trabalho?
Ele revirou os olhos enquanto entregava a pesca pra Madara.
- Na verdade sim. Ele era teimoso e tentou fugir, fui atrás dele só de birra.
Eu ri e ele me acompanhou. Certo, Obito tá calmo mas como vou acalmar Madara? Olhei em sua direção e o mesmo estava escamando os bichinhos. Levantei e fui em sua direção.
- Quer ajuda?
Ele me olhou com uma sobrancelha levantada e um sorriso sarcástico.
- É pra fingir que você não tem nojo de abrir?
Eu ri e Madara sorriu. Ae, estamos nos acalmando.
- Eu não tenho nojo de abrir, tenho nojo de limpar as tripas.
Ele revirou os olhos.
- Então não, não preciso de ajuda. Arrume o que fazer em outro lugar.
Sorri sabendo que já estávamos bem.
...
Depois de comer Madara achou melhor nós acamparmos por ali mesmo, considerando meu estado.
Itachi não falou comigo desde então e isso me deixava apreensiva. Não saiu de perto de Sasuke e quando saia, deixava claro com olhar que eu não devia me aproximar.
Estava sentada em um tronco caído perto do fogo. Karin estava discutindo algo com Suigetsu e Juugo. Madara conversava com Itachi e Sasuke.
Estava olhando a lenha queimar quando Obito sentou ao meu lado.
- Não vi você e Itachi conversarem, estão bem?
Dei de ombros.
- Nunca tenho uma resposta concreta quando se trata dele.
O ouvi suspirar mas não desviei meus olhos das chamas.
- Ele quer falar com você mas como um digno Uchiha, está esperando o momento certo.
Assenti levantando.
Passei por onde eles estavam e Madara assentiu pra mim quando o olhei. Fui em direção a um riacho que havia ali perto. Como estava noite podia ver o reflexo da lua na água, sorri.
Ouvi passos as minhas costas e sentei no chão perto da água. Vi Itachi sentar ao meu lado com as pernas cruzadas como as minhas.
- Como está?
Suspirei.
- Bem, a tontura passou.
Fez silêncio por um tempo.
- Podia ter me contado que não estava se alimentando. Não seria necessário Madara e Obito repreendê-la, eu o teria feito em algum momento em que estivéssemos sozinhos.
Assenti.
- Não gosto de falar sobre meus problemas.
Dei de ombros não me importando muito. Senti ele me abraçando por trás e foi impossível não me arrepiar.
- Gosto disso.
Corei.
- Disso o que?
Ele me apertou mais um pouco.
- Da sensação de ter você em meus braços.
Sorri fazendo cosplay de tomate.
- E eu gosto da sensação de estar em seus braços.
Itachi beijou o topo da minha cabeça e depois meu rosto.
Ficamos um tempo assim, não eu exatamente quanto tempo mas estava começando a me dar frio e me arrepiar.
- Vamos, os outros devem estar dormindo.
O moreno levantou e pegou minha mão me ajudando a levantar também. Quando chegamos ao acampamento todos estavam deitados em suas barracas como Itachi havia dito, então fui em direção a minha.
- Não quer ficar comigo hoje?
O Uchiha não olhava pra mim quando perguntou mas pude perceber seu rosto corado mesmo olhando pro lado oposto. Isso me arrancou uma risada baixa.
- Já que insiste.
Ri e o acompanhei até a barraca dele.
Retiramos nossos sapatos rapidamente e já fui mergulhando dentro das cobertas, provavelmente essa noite será bem fria então estar entre as cobertas era bem relaxante. Itachi deitou ao meu lado rindo, devia ser do meu comportamento um tanto quanto infantil mas não dei importância e sorri. Ele negou mas sorriu de volta.
Me abracei nele quando já estava deitado e deitei minha cabeça em seu tórax, minha perna direta ficou em cima de suas coxas e minha mão esquerda em seu pescoço.
Suspirei em seu pescoço e ele riu, acho que deu cócegas mas sorri.
- Desse jeito você não me ajuda.
O olhei sorrindo.
- Como assim?
Eu realmente não entendi. Será que o machuquei sem perceber? Eu ia me soltar dele mas Itachi não deixou, virando meu lado mas continuamos do mesmo jeito.
- Você sabe que eu sou um homem e provoca como se não soubesse, ou simplesmente não se importa em me provocar. Realmente quer testar meu auto controle.
O sorriso que estampava em seu rosto era calmo e gentil, foi impossível não retribuir.
- Desculpe, não achei que ficaria desconfortável.
Ele riu.
- Não fiquei.
Ué...
- Mas você disse que...
Ele pôs seu dedo em mais lábios me impedindo de continuar a falar.
- Vamos dormir, devemos continuar nosso caminho até Konoha amanhã.
Assenti ainda confusa. Ele selou nossos lábios em um beijo rápido.
- Boa noite.
Assenti e beijei sua testa.
- Boa noite, Ita.
Virei de costas pra ele ficando de 'conchinha' sentindo suas mãos em minha cintura me deixando confortável. Logo adormeci.
...
No outro dia todos nós acordamos cedo de mais pro meu gosto, mas como não deve atiçar leão com vara curta, não retruquei quando Madara disse que devíamos continuar.
- Tô morrendo de sono.
Eu resmungava a cada cinco minutos a mesma frase e Obito sempre ria como se fosse a primeira vez que eu falasse isso.
Itachi como sempre estava de mãos dadas comigo e eu, obviamente, não reclamei.
Pelo que Obito que falou, não é normal dois ninjas caminharem de mãos dadas pois pode haver um ataque direto. Mas como Itachi parece fazer questão disso eu não disse nada, até por que realmente eu prefiro assim.
Karin e Sasuke pareciam estar em uma conversa aleatória na qual os dois parecem estar interessados. Sorri quando o olhar do Uchiha mais novo encontrou o meu, ele corou e desviou. Madara estava quieto como sempre, mas parecia estar cansado mentalmente. Sei disso por que quando está com pressão psicológica ele fica mexendo no cabelo toda a hora.
O caminho até Konoha foi bem calmo e levou algumas horas até chegarmos.
Eu tô com fome, fome, fome. Meu estômago vai comer as próprias tripas, tripas, tripas.
- Obito.
Chamei quando já conseguia ver os portões ainda longe.
- Hun.
Ele tá quase dormindo, isso é engraçado e eu ri.
- Tem alguma maçã aí?
Ele assentiu e tirou uma da mochila acertando na minha cabeça. Preciso dizer que todo mundo riu, com exceção de Itachi, é claro. Ele olhava sem entender. Revirei os olhos pra Obito.
- Seu reflexo continua ruim.
Bufei dando uma mordida na maçã e voltando a caminhar.
- Igual sua maturidade.
Ele riu mas não respondeu.
- Itachi-kun, o que faremos quando chegarmos a Konoha? Ainda somos Nukenins.
Também tô curiosa sobre isso.
- Quando pormos os pés dentro de Konoha os seguranças da entrada irão nos levar diretamente até a Hokage e lá ela nos dará o veredicto.
Karin assentiu e não falou mais nada, eu muito menos. Não sou Nukenin nem nada do tipo, mas o fato de estar com Madara e Obito desde sempre pode complicar as coisas pra mim, sem contar que ao que parece estou em um relacionamento com Itachi agora. Não quero ser um empecilho pra nenhum deles.
Mais alguns minutos se passaram e finalmente estávamos na entrada de Konoha. Itachi apertou minha mão e entrou primeiro me levando junto. Engoli em seco mas não me soltei dele. Como o previsto por ele mesmo, assim que nossa presença foi detectada pelos guardas eles se puseram em nossa frente com as kunais em mãos.
- Uchiha Itachi.
Eles se olharam e o cara cabelo espetado tinha suor escorrendo da testa. Vai ver era nervosismo, quem sabe.
- Izumo, Kotetsu.
Ué, se conhecem? Claro, ele era de Konoha sua jumenta.
- O que faz aqui? E quem é ela?
Sorri abanando eles.
- Ela é minha noiva, quero falar com a Hokage.
OOOOIIII? COMO ASSIM NOIVA? DESDE QUANDO QUE EU NÃO VI?
- Venham comigo.
Itachi não se mexeu e eu olhei pra ele.
- Não estamos sozinhos.
Dito isso, os outros apareceram atrás de nós e Obito se pôs ao meu lado.
- Ma-Mais Nukenins.
O outro com cabelo que a vaca lambeu parecia bem assustado. Eu tive que me controlar muito pra não rir.
- Vamos, antes que apareçam mais.
Dessa vez eu ri e eles me olharam como se eu fosse louca. Ué.
- Não se preocupe, por enquanto somos só nós mesmo.
O que a vaca lambeu assentiu e os dois nos guiaram até um prédio bem grande, subimos as escadas que eram muitas e paramos em frente à uma porta. O cabelo espetado bateu na porta levemente e logo abriu.
- Olha só o que o vento nos trouxe...
No fim da sala atrás de uma mesa cheia de papéis havia uma mulher loira com muito peito, mas muito mesmo. Atrás dela havia uma outra mulher morena segurando... Um porco?
- Hokage.
Itachi assentiu a ela depois de comprimentá-la.
Essa é a Hokage? Parece tão jovem.
- Reconheço todos vocês mas essa garota é um rosto novo.
Ela sorria me olhando e eu corei.
- Olá.
Sorri e ela se aproximou.
- Vejo que deve ser alguém importante. Está de mãos dadas a Itachi, sem contar Madara e Obito em sua guarda.
Olhei pra trás e vi que realmente eles estavam bem atrás de mim.
- Ela é minha noiva.
Preciso perguntar pra Itachi da onde ele tirou isso.
- Achei que sim, como se chama?
Ela me olhava com braços cruzados e sorria.
- Lisana Renaise, Hokage-sama.
Fiz uma breve reverência e ela pareceu gostar. Apesar de parecer legal, ela é um pouco assustadora, mas posso ter essa impressão pelo fato dela ser bem mais alta que eu também.
- Clã Lisana, sim? Conheci seu pai.
Meu corpo enrijeceu. Conheceu? Isso quer dizer...
- Ele morreu?
Eu quase não tinha voz e senti Itachi apertar minha mão mas não direcionei meu olhar a ele. Ela não respondeu e isso foi o suficiente. Queria sabe onde estava Karu, deve estar tão crescida e bonita.
Suspirei.
A loira já estava sentada em sua mesa novamente.
- Vocês pretendem residir em Konoha, estou certa?
Ela estava com as mãos entrelaçadas em frente à seu rosto e olhava fixamente pra Itachi.
- Sim.
A loira ficou um tempo quieta, o que me fez ficar apreensiva
- Certo. Mas terá um porém.
Como assim, gente?
- Sempre tem.
Ué. Tinha até esquecido que Madara estava aqui também.
- Itachi, você tem total liberdade para residir e transitar em Konoha. Você já tem uma noiva e isso nos garante a continuação do clã.
Ué. Tem mais três Uchihas aqui. Será que alguém lembra? E o mais importante: EU NÃO LEMBRO DE TER SIDO PEDIDA EM NAMORO, QUE DIRÁ EM CASAMENTO.
- E nós não existimos.
Adoro o sarcasmo do Sasuke.
- Vocês são Nukenins ranking Ss. Acha mesmo que será tão fácil limpar seu nome?
Aí. Doeu em mim.
- Sabemos de nossos crimes, não é necessário lembrar.
Obito tá perdendo a paciência e isso não é bom.
- Eu não quero me meter, mas já me metendo, Karin, Suigetsu e Juugo não são Nukenins. São experiências e Orochimaru, assim como eu e Sasuke. Não podem ser cobrados por conseguirem fugir.
Ela olhou pra eles parecendo recém notar suas presenças e isso me fez revirar os olhos.
- Sim, sim. Você está certa. Vocês os três também tem a permissão para residirem aqui mas falarei com a Muzukage em situação de Suigetsu pois ele ainda é procurado por desaparecimento.
Ouvi uma risada e olhei pra trás. O Hozuki tentava abafar sua risada com a mão mas falhou miseravelmente.
- Me procurando? Pra que? Pra seguir matando com aquelas máscaras e fingir que nada aconteceu? Não, obrigado. Eu prefiro ser Nukenin.
Ele riu e eu não me controlei, acabei acompanhando.
Itachi puxou minha mão levemente me fazendo olhar em sua direção. Quando o fiz, me repreendeu com o olhar. Sorri culpada e dei de ombros. Ele pode ter revirado os olhos mas eu vi seu sorriso quase inexistente.
- Certo, agora aos demais eu tenho uma missão. Podem chamar de "redenção". Como alguns de vocês devem saber, Iwagakure está sendo ameaçada por um ninja com habilidades próprias. Ele é chamado de Deidara e ao que parece tem o poder de explodir algum tipo de argila. Não tenho informações exatas sobre ele. O caso é, vocês irão até o Tsuchikage e coletarão as devidas informações. A missão principal é capturar Deidara e levá-lo vivo até Onoki-Sama. Se cumprirem com êxito, terão o perdão da vila e poderão residir aqui normalmente como qualquer outro ninja.
Todos assentiram a ela.
- Mas...
A porta foi aberta com um baque alto.
- SASUKE!
Um garoto loiro de olhos azuis e um sorriso enorme no rosto entrou se jogando em cima de Sasuke. Eu achei fofo. Deve ser o tal Jinchuuriki da nove caldas, Obito me falou algo sobre ele.
Acho que Sasuke é mais amado do que imagina.
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Inesperável
RomanceUma garota. Uma promessa. Traumas do passado voltam para assombrar. A evolução emocional é posta a prova e, tudo que eles querem, é paz ao lado quem amam. Um antigo pesadelo volta querendo-a de volta e, depende dele, a salvação de sua amada.