Confusão

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Itachi on

Depois do que Obito me disse e eu ter tomado minha decisão, Renaise apareceu no quarto com uma bandeja de alumínio contendo um prato com sopa quente. Desta vez seu cabelo estava preso em um coque alto e firme, o que dava uma bela visão de seu pescoço alvo.

A garota pôs a bandeja novamente em meu colo em silêncio o que me deixou um pouco/muito desconcertado pois sua boca estava prensada em uma linha reta indicando seu total desagrado em estar ali. Não sei se devo achar essa garota estranha ou incrível, mesmo com raiva, e com razão, Renaise não deixava de me ajudar, mesmo eu sendo um desgraçado e isso é bem frustrante. 

Rapidamente acabo meu jantar, entre aspas pois sopa não é janta, e a garota retira a bandeja de minhas pernas indo em direção a porta. Ok, tudo bem que eu mereci isso mas ainda assim estou debilitado, ela podia ajudar a me deitar ao menos.

Com muita força de vontade e pouca força física consegui me deitar, todo torto, mas me deitei. Fui instantaneamente surpreendido quando Renaise entrou no quarto e me olhou com a sobrancelha levantada e os braços cruzados. Seu rosto tinha a expressão de deboche.

A moreninha que mais parecia uma criança crescida - por conta de sua altura - chegou perto de mim e, mais uma vez sem dizer nada, ajudou a me ajeitar de uma forma que fiquei basicamente confortável. 

- Obrigado. E desculpe por mais cedo.

Renaise me olhou como seu fosse de outro planeta. 

- Eu não tinha acreditado no Obito quando ele disse que você pediria desculpas mas realmente tô impressionada ao saber que um Uchiha sabe se desculpar. 

Revirei os olhos. Ao que parece Obito já foi fazer fofoquinha. Cara chato.

- Olha só, eu sei que não foi legal o que eu disse e sei que fui um perfeito canalha mas não teria como eu saber quem você é sem você me dizer.

Foi a vez dela revirar os olhos agora. Mas que droga, garota difícil custa aceitar minhas desculpas e pronto? Ao que parece, custa.

- Não vem com esse papinho. Em momento algum lembro de te tratar mal e só por que não me conhece vem com quatro pedras na mão e as joga em cima de mim. Não sei quem pensa que é Uchiha, mas você não é melhor que eu assim como não sou melhor que você. Sei o que fez pela vila da folha assim como sei o que fez pelo tal Sasuke mas não é por isso que vai se sentir superior perto das pessoas. 

Ok, ela tá certa. Merda.

- Você está certa, desculpe mais uma vez. Amigos?

Ela me olhou com deboche no início mas logo depois deu um sorriso de satisfação. O sorriso que estava esperando ela direcioná-lo a mim e isso de certa forma me alegrou ao ponto de eu também sorrir. Não um sorriso aberto mas ainda sim um sorriso.

- Amigos, seu chato.

Revirei os olhos ainda sorrindo.

- Eu não sou chato, você que é difícil.

Renaise riu.

- Difícil não, meu bem. Dificílima. Agora você precisa dormir.

Antes de ouvir minha resposta, Renaise se aproximou e depositou um beijo em minha bochecha direita se sentando ao meu lado.

- O que vai fazer?

Ela se aproxima de mim pondo mais uma vez sua mão em meu cabelo e dá de ombros.

- Vou fazer você dormir primeiro. Depois tenho que ir ao quarto de Madara e depois de Obito.

Será que ela fica com os dois ao mesmo tempo? Isso tá estranho. Mas como eu não tenho nada a ver com isso, prefiro não comentar nada porém estranho quando a vejo revirar os olhos.

- Pelo o que ambos passaram, assim como você, só dormem tranquilamente quando eu mexo no cabelo deles.

Ela deu de ombros novamente não me importando muito com isso pois como eu disse, não tenho nada que ver. Pouco tempo depois que Renaise começou a mexer em meu cabelo eu adormeço. 

...

Pra variar depois que vim "morar" aqui, sabe-se Deus onde é esse aqui, sou acordado por vozes dentro do meu suposto quarto.

- Madara, eu não vou repetir.

De que merda estão discutindo agora? Essa gente tá sempre em pé de guerra, credo.

- Que bonitinho, Obito. Você viu?! Renaise tá tendo sua primeira paixão platônica. Sim, por que eu não conta. 

Ouvi alguém rindo.

- Oh, Madara... Por favor não me rejeite... Eu te amo...

Obito afirmou a voz como se fosse imitar a voz de alguém e logo depois um vidro foi quebrado o que me fez dar um pulo da cama e parar de fingir que estava dormindo.

Merda. Por que Renaise ficou tão brava? É verdade isso que Obito é Madara disseram? 

- Vou sair, e aí de vocês os dois que tentem ir atrás de mim.

Renaise estava possessa de raiva e dava pra perceber isso tanto por sua expressão facial quanto pela vermelhidão em suas bochechas. 

- Tá. Quem explica? 

Por que alguém vai explica que droga aconteceu aqui.

- Pra resumir, deu a louca na Renaise e ela quer ir embora daqui.

Arqueei um sobrancelha. Como assim ela vai embora se esse é o lugar dela?

- Por que?

Obito deu de ombros.

- Não sabemos e ela também não quer nos dizer as claras. O que sabemos é que ela gosta de você. 

Ok, isso tá bem estranho.

- É mesmo?

Sarcasmo, ironia e desprezo são meu sobrenome, fazer o quê?!

- Ele tá brincando. Antes nós eramos o motivo de Renaise querer ficar, ela dizia que alguém tinha que cuidar de nós então que fosse ela. Mas agora, depois que você apareceu ela diz que já não tem mais o que fazer conosco. Disse que não tem por que estar ao nosso lado.

Madara falou isso tudo de cabeça baixa, quase em um sussurro.

- Mas o que eu tenho a ver com isso?

- Olha, Itachi as únicas pessoas que Renaise já confiou foi em nós e agora você mas ela tá confusa. Sabemos que escutou parte da conversa mas a uma coisa sobre ela que você não sabe. 

Franzi o rosto. Isso tá indo de mal a pior.

- Como assim?

Obito deu grande e alto suspiro.

- Alguns anos depois de a resgatarmos Renaise ela embestou que estava apaixonada por Madara, que obviamente a rejeitou e desde então ela dizia que iria conquistar o coração dele e blá blá blá. Mas o que sempre dizia também é que não iria nos abandonar, mas agora com sua chegada ela simplesmente nos disse ontem a noite que iria partir em três dias.

O quê? Isso não pode ser verdade. Renaise gosta de mim? Tipo, de verdade? Mas por que se nunca nos falamos mais que o necessário? São perguntas de mais e respostas de menos.

- Eu vou dar um jeito nisso, não se preocupem. 

Os dois assentem pra mim me olhando esperançosos, eu realmente espero conseguir.

- Ainda não estou cem por cento curado, tem como um de vocês me dar um pouco de chakra? 

Madara se levanta da poltrona onde antes estava sentado e vem até mim pondo sua mão em meu ombro, o que faz com que eu sinta seu chakra penetrando minhas veias. Logo após isso eu levanto finalmente daquela cama.

- Onde ela está? 

InesperávelOnde histórias criam vida. Descubra agora