Como tudo começou

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Renaise on

Sempre fui uma garota extrovertida e brincalhona que costumava pregar peças nos meus irmãos mais velhos junto com minha irmã mais nova, Karu.

Éramos inseparáveis. Se procurava uma, sempre achava a outra consigo... Até que ele chegou...

Nós éramos uma família normal.

Brincávamos, ríamos, cuidávamos uns dos outros até que meu pai começou a dizer que Karu e eu éramos diferentes.

Eu não entendia muito bem, ele falava de um tal de chackra especial que Karu e eu tínhamos e que alguém viria buscar uma de nós.

Sempre que papai tocava no assunto mamãe começava a chorar e nos abraçar dizendo que nos amava e que não queria que nada de ruim acontecesse conosco.

Até chegar um dia diferente dos outros.

Mamãe estava chorando, papai parecia estar feliz e meus irmãos mais velhos pareciam estar aborrecidos ou até mesmo irritados.

Percebi a movimentação de conversa na sala quando Karu e eu brincávamos no quarto e como sempre fomos espiar.

Era um homem estranho com cabelo comprido e brincos grandes em suas orelhas. Seus olhos eram amarelos como de uma cobra.

O que nos surpreendeu foi que mesmo escondidas ele sabia que estávamos ali.

- Chegou quem faltava.

Sua voz era arrastada e estranha.

- Saiam daí, meninas. Venham cumprimentar nosso visitante, ele quer conhecê-las.

Como papai mandou, então saímos do esconderijo de mãos dadas, que era como sempre andávamos.

Percebi que o homem olhava para Karu de um jeito estranho, como se fosse devorá-la viva.

- Bem...Acho que ficarei com a loirinha, Lisana-san.

Vi que meu pai se assustou, acho que não esperava que o homem escolhesse Karu ao invés de mim.

- Orochimaru-sama, Karu é muito nova e não vai entender muita coisa. Já Renaise tem bastante astúcia e agilidade para o que precisa.

O tal homem depois de concordar com meu pai me levou com ele, me separando de minha família e de Karu.

Enquanto me afastava, podia ver e ouvir minha mãe e meus irmãos chorando. Também via o sorriso de meu pai.

Depois de muito caminhar finalmente paramos ao entrar no que parecia ser um covil.

- Sabe por que veio até aqui hoje, Renaise-chan?

Neguei quieta e o homem sorriu.

- Seu pai a vendeu pra mim, querida.

Silenciosamente lágrimas comeram a escorrer de meus olhos. Eu já suspeitava mas afirmar era outra coisa então apenas chorei em silêncio. Senti sua mão pesada em meu rosto.

- Pare de chorar imediatamente.  A partir de hoje seu passado não existe mais, por tanto a partir de agora deverá me chamar de mestre.

Eu já soluçava com com a mão na região a qual ele bateu.

- Sim, mestre.

Ele sorriu satisfeito.

- Ótimo, agora vamos ao que interessa.

Depois disso ele me levou a uma sala onde um tal de Kabuto começou a fazer alguns exames em mim e me colocou dentro de um tubo com uma água verde estranha e gosmenta.

Era estranho e desconfortável estar lá dentro e eu faria qualquer coisa para conseguir sair dali o mais rápido possível.

Muito tempo passou depois disso... Eu via movimentação no local mas não podia falar ou mesmo me mexer.

Até que chegou o dia em que sai de lá, não vi muita coisa pois desmaiei logo em seguida.

Quando acordei não sabia onde estava, era um lugar sujo até mais que o covil de Orochimaru mas perto do que tinha lá, esta cama improvisada era o paraíso.

Na hora em que abri os olhos tinha um homem me olhando sorridente e mais um homem um pouco mais pra trás me olhando sério e com os braços cruzados. Não me contive em gritar.

O homem que estava mais atrás revirou os olhos e o que estava perto de mim se assustou e tentou me acalmar.

- Calma, nós só queremos ajudar.

Eu não acreditava no que ele dizia. Tinha medo que aquele homem que me levou voltasse e me colocasse novamente naquele tanque.

- Se acalme, criança. Se quiséssemos te matar, já estaria morta e enterrada.

Aquela frase que deveria me acalmar me deixou ainda mais apreensiva.

- Madara, cala a boca que você não tá ajudando. Olha, princesa, eu sou Uchiha Obito e aquele velho rabugento é meu "tio" Madara. Nós vamos ajudá-la mas precisa se acalmar, okay?!

Apenas assenti olhando em seus olhos, não sei o motivo mas algo neles - até mesmo no cara de rosto amarrado - me passava confiança e me fazia querer continuar ali com eles e meu sub consciente continuava dizendo que eles precisavam de mim... Que precisavam que alguém cuidasse deles como eles cuidaram de mim.

Foi pensando isso é nesses motivos que resolvi ficar.

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