Chapter One •

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Estar indo morar com Bella me deixou completamente eufórica, fazia anos que não há via, praticamente seis anos dês de que ela se mudou para Vällingby e conheceu seu marido Taylor, que por sinal é muito gente boa.

Eu nasci em São Paulo no dia 26 de junho, no mesmo dia que a Ariana Grande, me sinto até sorteada por ter nascido no mesmo dia e mês que a minha cantora favorita. Minha mãe Elaine e meu pai Paulo tiveram três filhos, Isabella (Bella) a mais velha, Antônio (Tunico) o do meio, e eu, Maria Alice (Lice) a mais nova.

No auge dos meus vinte e cinco anos, tomar uma decisão de morar fora do país sem o consentimento dos pais é uma coisa complicada. Tive que pedir ajuda para Bella para convencê-los a me deixar ir, e com muito esforço e lágrimas, eles deixaram.

aH MaIs VoCê É dE MaIoR - Sim, agora explica isso pra eles.

Meus irmãos e eu somos uma mistura de cearense com paulista e uma pitada de carioca, isso porque meu pai é cearense e minha véia carioca. Acabamos pegando algumas gírias, mas mainha sempre dizia "Arruma esse teu vocabulário mocinha" ou "Te orienta Lice".

Também é complicado como meus irmãos e eu não nos parecemos em nada, nem fisicamente. Bella puxou os olhos azuis e a altura do nosso pai, já Tunico é baixinho dos olhos verdes como o de nossa mãe. Agora Maria Alice, no caso eu, tenho olhos castanhos mais claro cor de mel segundo painho, 1,70 de altura, nem tão alta como meu pai e nem tão baixa como minha mãe. Tenho sardas por todo rosto, cabelo liso castanho o que é completamente estranho já que nasci loira e com o tempo ele foi escurecendo sendo que nunca pintei meu cabelo. Resumindo, eu não pareço nada com os meus pais, sou mais a casa da minha vó que por sinal, se chama Maria Lucena.

Ao finalmente chegar, me deparo com Bella sentada no banco do aeroporto me esperando, ao me ver, a bichinha corre até mim.

_ Lice, que saudades. - Me abraça quase sugando todo ar que me mantia viva, retribuo o abraço apertando sua cintura.

_ Também tava com saudades, feiosa. - digo toda emocionada, ela estava tão diferente.

_ Vamos. Taylor está nos esperando em casa. - fala Bella pegando minha mala, mas para por um instante me olhando confusa. - _ Tu praticou a língua sueca né?.

_ É óbvio. - falo com certeza olhando para ela não convencida. - _ Quem em pleno século vinte e um viajaria para a Suécia não sabendo falar sueco?.

- Meu Deus o que merda ele está falando?. - penso enquanto observo Taylor e Bella conversando na cozinha.

Dês que cheguei aqui na casa dela, a única coisa que entendi foi "bom dia", o resto Bella teve que traduzir para mim já que Taylor não manja no inglês básico. O sotaque dele até que é bonito mas é muito difícil de entender, como alguém consegue aprender falar essa língua? Bella me releve seu segredo.

_ Aqui está seu quarto, não é como o seu antigo, mas espero que goste. - minha irmã fala abrindo a porta do quarto, fico de boca aberta olhando o como confortável parecia ser aquela cama.

 - minha irmã fala abrindo a porta do quarto, fico de boca aberta olhando o como confortável parecia ser aquela cama

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_ Taylor e eu pretendemos comprar uma casa maior, com quartos maiores. Esse é o maior quarto de hóspedes da casa, se você quiser eu posso pedir para o Taylor organizar a garagem e fazer o seu quarto por lá caso você... - a interrompo.

_ Eu amei, é perfeito. - agredeco abraçando ela que sorri alegre. - _ Obrigada por me deixar ficar aqui. Eu te amo.

_ Que isso, Lice. Meu sonho era que toda a nossa família viesse para cá, e quando você me disse que queria vir morar na Suécia comigo, fiquei feliz da vida. Eu também te amo sua tapada. - sorri com seu comentário.

Desfiz minha mala guardando minhas roupas no guarda roupa, conecto meu celular no wi-fi da casa e o coloco pra carregar já que passei a viagem toda ouvindo música.

Me deitei na cama confortável e cheirosa, infelizmente não consegui identificar o cheiro mas já o nomeei como meu cheiro preferido. Fecho meus olhos imaginando minha vida daqui pra frente, talvez eu não consiga realizar todos os meus objetivos, mas estar aqui já é uma grande conquista. E nada vai me distrair.
...

_ Bom dia galera. - digo entrando na cozinha, Bella estava no balcão fazendo café e Taylor na mesa lendo um jornal pequeno.

_ Bom dia Lice, dormiu bem?. - pergunta Bella.

_ Bom dia cunhada. - fala Taylor em inglês.

_ Ele percebeu que você não entendeu nada ontem e está praticando. - comenta Bella sorrindo.

_ Não precisa se incomodar com isso, eu logo aprendo essa língua maluca de vocês. - comento e ele ri como se entendesse algo. - _ E respondendo a sua pergunta Bella, eu dormi sim.

_ Que bom, o que pretende fazer hoje?.

Me sento na mesa pegando um bolinho marrom na tigela, era bolinho de chocolate, meu senhor que obra de arte é essa. - _ Meu Deus que delícia. - murmuro fechando os olhos. - _ Desculpe, o que tu perguntou?.

_ Eu perguntei o que pretende fazer hoje?.

_ Nem eu sei mana, por enquanto vou divulgar meu trabalho de fotógrafa na internet e colocar minha localização local, vai que alguém me contrata, ouvi falar que existem várias blogueiras por aqui. - respondo pegando mais um bolinho.

_ Você gostou?. - pergunta Taylor, e só aí reparo que ele estava com um dicionário nas mãos e não um jornal, que estranho eu jurava que era um jornal.

_ Sim, demais da conta. Você quem fez?. - pergunto de volta e ele assente.

_ Sim, fico feliz que gostaste. - ele sorri calmo, será que todos os suecos são calmos assim?.

_ Acho uma boa idéia tu divulgar o trabalho de fotógrafa, por aqui no bairro tem mesmo várias meninas que fazem vídeos na internet. A prima do Taylor é uma delas, ela é blogueira e youtuber.

_ Verdade. - ele concorda. - Miarra faz vídeos para o youtube.

_ Que bom, tomara que elas vejam meu trabalho. - falo pegando mais um bolinho. - _ Por Deus, isso é bom de mais.

Quando o relógio marcou cinco horas da tarde resolvi conhecer a cidade, Bella começou a sentir cólica então nem pedi para ela me trazer na rua, Taylor também se ofereceu para me levar para conhecer os lugares daqui, mas pedi para o mesmo ficar com a minha irmã. Em compensação Bella me emprestou seu carro, já fazia um tempo que não dirigia um carro automático, me senti até uma burguesa.

Vällingby é uma cidade bonita, e fiquei admirada nas pessoas que passavam por mim, era a primeira vez que eu saía do Brasil então cada detalhe daqui era algo novo para mim.

_ Hej är du gift? (Você é casada?) - Me assusto quando um moço alto de cabelos ruivos fala comigo enquanto me distraía vendo o movimento das ruas sentada no banco da praça.

_ Eu não consigo entender você. - digo em inglês vendo o mesmo ficar confuso.

_ Du förstår mig inte? (Você não me entende?) - insiste ele denovo, quase sinto vontade de chorar, será que ele estava me xingando?.

Me levanto assustada saindo dali, Deus me livre que língua doida.

As horas haviam se passado e decidi voltar para casa, as ruas não estavam movimentadas, o que por exemplo é muito assustador de ver. Entro dentro do carro conferindo que minhas coisas ainda estavam na minha bolsa, eu geralmente tenho o costume de perder meus documentos com facilidade. Meu coração dispara ao ouvir a porta do banco de passageiro do carro de abrir, e um homem estranho entrar. Olho espantada para o homem que sorri e fala algo que também não entendo, e minha única reação é.

_ AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. - gritar.

Motive • Bill SkarsgårdOnde histórias criam vida. Descubra agora