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 Padmé Amidala

Após todos os acontecimentos não consigo dormir direito. Ao menos Vader ou Anakin, não me deu nenhum castigo, talvez a minha greve de fome o tenha feito desistido por enquanto, também não estabeleceu por onde eu posso andar por aqui. Me levanto da cama sem ter noções das horas nesse planeta estranho e abro a porta espionando para ver se havia algum droid de guarda. Não há ninguém.

Consigo me sentir mais concentrada e focada agora que digeri tudo o que aconteceu e o que descobri. Uma vez que o choque foi embora consegui pensar novamente em reverter essa situação. Se antes eu queria entender o Vader, agora quero mais ainda.

Ando sem compromisso, talvez achar a cozinha e um droid cozinheiro. Desço mais um andar e depois outro e escuto barulho de algo sendo soldado em algum lugar por aqui perto.

Sigo o barulho e vou até a porta abrindo-a imaginando que seria um droid consertando algo, mas na verdade era o próprio Vader. Claro, ele adorava consertas coisas, falava disso para mim quando era um menino mesmo sem eu entender nada, mas tentava acompanha-lo.

Ele está sem o manto e apenas com as calças escuras, que imagino serem para ele descansar e não usar suas túnicas até para dormir.

— Não consegue dormir? – diz focado no trabalho a sua frente. Entro no quarto que está cheio de droids desligados ou semi consertados, peças espalhadas e armaduras em cima de mesas ou caixas.

Uma verdadeira bagunça.

— Você deveria estar dormindo também – vou andando e olhando o local – Ou os siths não dormem?

— Tenho trabalho a fazer – diz simplesmente.

— Percebi – paro em frente a uma mesa com um droid quase pronto e me apoio nela – Na verdade estava procurando a cozinha.

— E porque não chamou Threepio?

— Quis andar um pouco. Espairecer as ideias – pego uma peça jogada e a observo enquanto Vader continua focado na peça a sua frente em cima da mesa. Ele continua em silencio e eu penso com como posso começar a entender ele e o que aconteceu durante esses doze anos – Por Quanto tempo ficaremos aqui?

— Até o senado retornar. São as ordens do imperador – claro. Observo-o manusear o aparelho com o torso a mostra cheio de cicatrizes, era perigoso sem nada para protegê-lo de um eventual acidente.

— Você deveria cobrir o peito. Uma distração e isso vai fazer uma queimadura dolorosa.

— Já estou cheio de cicatrizes, o que seria uma a mais ou a menos.

— Mas vai doer, seria melhor evitar – digo sem acreditar no absurdo da situação, ele não tem o menor amor ao bem-estar dele? Se bem que isso já era perceptível antes, porque só fui perceber agora?

— Não me importo com isso. Isso é o de menos pior para mim, e as vezes a dor pode ser positiva de alguma forma – resolvo mudar de assunto antes que isso acabe virando uma discussão.

— Eu estava planejando ir até minha família nesse período de férias. Mas talvez uma ligação resolva por enquanto, só não os quero preocupados.

— Mais tarde, irei lhe dar um holocomunicador, mas estarei no mesmo cômodo que você – isso me deixa alegre, pelo menos vou poder tranquiliza-los.

— Obrigado – digo sinceramente. Ele me olha rapidamente crispando os lábios e eu não entendo a sua reação. Parece insatisfeito com algo – Vou atrás de Threepio – digo indo em direção a porta e logo saindo da sala. Admito que fugi dele antes que começássemos a brigar e eu não conseguisse mais falar com os meus pais.

A Devoção do sithOnde histórias criam vida. Descubra agora