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Padmé Amidala

Fico estática sentada no chão olhando-o. Ele realmente era tão alto assim e eu só reparei agora?

— Você não deveria estar em pé – digo nervosa.

— E você não deveria estar aqui – ele retruca, seu rosto apesar de bonito, está obscurecido pelo obvio descontentamento de ver sua prisioneira no seu quarto.

— Bem, ao que parece você está se recuperando. Vou chamar Threepio para que você vá ao tanque de bacta – me levanto com menos classe que gostaria, ao menos tento manter meu orgulho.

Chego a porta e quando me dou conta estou encostada conta ela, com Vader a minha frente chegando cada vez mais perto.

— Se você pensa que vai se safar dessa desobediência, está enganada senadora – sua mão, a orgânica e não a de metal, vem em direção ao meu pescoço e enquanto espero seu aperto ele apenas fica segurando meu pescoço — Recebi ordens para que você continue intacta, mas você deve se comportar comigo – seu dedão faz suaves movimentos em minha garganta agora, e eu engulo com força — Seria péssimo para seus amigos e família ver esse seu belo pescoço esmagado, não é senadora?

Encaro-o assustada com seus olhos amarelos, sua mão na minha garganta e sua energia forte ao redor.

— Lord Vader, não gosto que me toquem sem meu consentimento – reajo. Se for para morrer, que seja não seja como uma medrosa. Mas ele continua com as mãos no mesmo lugar olhando em meus olhos e os poucos descendo o olhar lentamente por todo meu rosto até parar em meu pescoço. Seu toque me deixa nervosa, minhas pernas começam a vacilar e tremer levemente. O que é isso?

— Mestre? – Threepio bate na porta — Senadora? Ele já está acordado?

Vader solta sua mão e eu abro a porta dando de cara com o droid reluzente.

— Meu mestre, ela fugiu não sei como, mas eu fiquei de olho nela o tempo todo e...

— Leva-a de volta, e que isso não se repita.

— Vamos senadora – o droid me chama e eu vou andando atrás dele enquanto Vader continua parado me acompanhando com o olhar.

Está tarde demais, amanhã volto ao senado e estou em cacos. Emocionalmente e fisicamente em frangalhos.

Artoo me recebe com vários bipes nervosos brigando comigo pela minha pequena aventura.

— Eu sei, Artoo – sento na cama e me jogo nos travesseiros — Obrigado Threepio e prometo que não vou lhe enfiar em nenhuma enrascada com o Lord Vader.

— Eu não ficaria preocupado comigo, milady – ele diz parado na porta ainda aberta — mas não posso dizer o mesmo da senhorita. Boa noite.

— Que reconfortante – sussurro. Fecho os olhos e rapidamente cai no sono novamente.

Darth Vader

De dentro do tanque, com diversos fios e a máscara de oxigênio, penso em meus fracassos e como eles sempre me fazem voltar para cá.

Minha mãe, a luta com o antigo aprendiz de meu mestre, ser jedi e agora fracasso novamente ao não conseguir achar os responsáveis pelo desastre no senado.

E como em todo fracasso meu, e treino, eu fui castigado. Diversos raios rasgaram minha carne, ele diz que é para eu me tornar mais forte, mas a verdade é que ele gosta.

Sith não tem alivio do sofrimento ou da raiva, ela é uma constante. Não podemos ter nada que amemos, temos apenas que viver pela dor. Esse é o caminho.

A Devoção do sithOnde histórias criam vida. Descubra agora