O que eu poderia responder? "Estava apaixonada por uma árvore"? "Me distraí com a música do McBusted"? "Não vi seu carro absurdamente chamativo"? Okay, nenhuma resposta era boa. Talvez fosse melhor apenas resumir tudo.
— Distração. — Disse simplesmente, não conseguindo formar nada mais para dizer.
— Distração? — Ele rosnou e eu comecei a pensar se ele já tinha esse temperamento antes. Será que só não percebi porque mal conversávamos? Bom, deve ser. Eu não sabia nada sobre ele, então era normal me surpreender... Mas confesso que não esperava que Sean ficasse tão irritado com situações assim. — Eu poderia ter te matado!
— Verdade. — Dei de ombros. Ele estava fazendo uma suposição bem possível, mas minha mente só gritava que ele estava sendo dramático. Ele tinha acabado de sair da garagem e com a velocidade reduzida. O máximo que poderia causar era um osso quebrado, o que seria péssimo para mim já que preciso estar 100% bem para cuidar do Scott e para escrever. Ainda assim ele estava sendo o "rei do drama". Se não fosse filho dos meus patrões, eu certamente diria o que estava sentindo, entretanto, ficar calada era o melhor naquele momento. — Vou ser mais cuidadosa da próxima vez. — Disse, sem nenhuma convicção. Só queria me livrar dele para poder logo cuidar do Scott. Oh Deus, precisava justificar meu atraso! Será que vão descontar do meu salário? — Eu... Bem, eu... — Você o que? Caramba, que momento de mente em branco foi esse? — Eu...
— Você está bem? — Perguntou ele ao franzir o cenho com um sorrisinho. Argh, ele estava rindo de mim! Odeio quando riem de mim... Quero dizer, isso quando não fiz nada que seja realmente engraçado.
— Estou com um pouco de falta de ar, por isso as palavras saíram tão lentamente. — Menti descaradamente. Ele não precisava saber que estava tendo dificuldades para falar desde que o vira sair de seu carro. — Obrigada por se importar com meu bem-estar! — Sorri o mais natural que pude. Ele ficou confuso. Sei disso porque sou ótima interpretando as pessoas! E sim, isso é uma grande mentira.
— Não foi nada! — Devolveu o sorriso, mesmo que estivesse um pouco acanhado. Que adorável! — Você não ia falar algo?
— Apenas ia justificar meu atraso. — Encolhi os ombros, me sentia mal pelo meu primeiro atraso no meu primeiro trabalho. Okay, não estava me encolhendo só por isso. Uma rajada de vento me atingira como um tapa e nem mesmo minha roupinha quente canadense pôde me proteger. — Cheguei tarde em casa ontem e dormi tarde também. — Certo, essa não era uma justificativa! — Esqueci de carregar meu celular e o alarme não tocou. — Ainda não era uma justificativa! Alguém por favor me faz encarnar Elizabeth Bennet para que meus argumentos, justificativas e todo o resto fiquem bons? — Eu juro que não estou duas horas atrasada de propósito! Fui apenas descuidada pela primeira vez! Eu...
— Rebeca! — A voz dele soou tão alta que eu pude jurar que toda a rua ouviu. Sei que pelo menos o motorista que passou ao nosso lado percebeu. Deuses, nós ainda estávamos no meio da rua! — Aposto que você está mais perdida do que uma barata tonta nesse momento... Só acho que deve ter uma ótima explicação para seu erro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sonhos Canadenses
Teen FictionSerá que o amor pode sobreviver à fama? Rebeca Fletcher sonha em ser escritora. Arrisca-se ao divulgar suas histórias na internet, colocando todo o seu coração em uma história sobre dois adolescentes que sonham um com o outro sem se conhecerem. Obvi...