Capítulo 35: Aquela palavra

512 31 50
                                    

Isabela

Nove horas. São exatamente nove horas e Júlio ainda não voltou da tal converva com a Andy. Eu deveria me importar? Não, mas eu me emporto, a cada segundo que passa algo me diz que ele não vai voltar e essa sensação é horrível.

Pequei meu caderno que uso pra desenhar e umas canetas na intenção de me distrair mas depois de meia hora sentada no sofá a única coisa que consegui fazer foi um traço, definitivamente hoje não seria um dia ideal pra me inspirar.

Ouvi o barulho da chave e logo em seguida a porta sendo aberta e fechava quase no mesmo instante, me ajeitei no sofá e voltei a atenção pro caderno em minhas mãos. Júlio sentou ao meu lado e soltou um suspiro pesado, eu pude sentir seus olhos em mim então tomei coragem e perguntei.

Isa: Cadê a Andréia?

Júlio: Nesse exato momento dentro de um avião voltando pra Buenos Aíres. - o encarei confusa.

Isa: Por que não foi com ela?

Júlio: Por que não é com ela que eu quero estar. - pude sentir minhas bochechas esquentarem sobre o olhar tão intenso que ele me dava.

Isa: Júlio... - tentei dizer algo mas ele me cortou.

Júlio: Olha eu vou ser cincero com você e só presiso que me escute, ok? - asenti brevemente e ele se ajeitou no sofá pra me encarar melhor.

Júlio: Isa eu amo você, nunca deixei de te amar e por mais eu tente lutar contra, esse sentimento só crece. O maior erro da minha vida foi ter deixado você ir embora a um ano atrás, eu fiquei péssimo, por messes eu não saia de casa e só trabalhava, até que a Andréia apareceu, linda e divertida, comecei a gostar dela e fomos nos envolvendo mas de qualquer forma você sempre esteve no meu coração. Quando eu cheguei aqui e te vi com uma filha nós braços eu perdi o chão, não suportei a ideia de outro cara te tocando... e olha pra você, está linda, seu corpo perfeito me deixa louco e eu quero você, quero muito mas acho que agora não é o tempo certo. Você está confusa e eu também, e agora tem a Bia que nossa, eu me apeguei tanto aquela garotinha que não quero fazer nada pra desepcionala. - meus olhos já estavam cheios de água e quando percebeu tomou minhas mãos com as suas e as acariciou com o polegar.

Júlio: Eu sei que eu fiz aquela proposta de sexo casual mas você não tem cabeça pra isso agora, vamos apenas viver um dia de cada vez e ver no que dá. Eu não vou a ligar nenhum tão cedo, estou aqui pra cuidar de você e da Bia e prometo controlar meus desejos até você ter certeza que quer o mesmo que eu, sou paciente e vou te esperar. - as palavras dele mexeram comigo de uma forma única. Eu realmente presisava pensar, nós dois presisavamos e a segurança na voz dele quando diz que vai me esperar me traz conforto.

Isa: Obrigada, de verdade, eu acho que presisamos mesmo pensar no que que queremos e se for pra ser, vai ser. Bia também se apegou em você e tenho certeza que ela não quer te perder. - ele sorriu de canto e me abraçou.

Júlio: Ela não vai, nem você. - algo em nós tinha mudado, talvez tenha cido o tempo que nós ajudou a cicatrizar as feridas e amadurecer.

Júlio: O que acha de vermos um filme? Aquele que víamos quando éramos mais novos. - sugeriu assim que nos separamos e eu soltei uma risadinha.

Isa: Aquele filme devia ser proibido pra menores de 21 anos. - ele acabou rindo também.

Júlio: Era incrível como você ficava exitada, eu lembro que uma vez você quase me agarou no meio do filme. - ergui uma sobrancelha e cruzei os braços.

Isa: Eu não tenho culpa se você é um pervertido e me levou pro mal caminho Penã, e não venha com hipocrisía pro meu lado não por que eu já peguei você diversas vezes com um volume na calsa.

Júlio: O filme realmente é exitante. - sorriu de canto.

Isa: Você ainda tem? Pensei que a mamãe tinha pegado ele. - mamãe ficou pirada quando achou dvd do filme que costumávamos ver, pegamos um castigo de um mês.

Júlio: Ela escondeu mas eu peguei de volta e guardei comigo, gosto de ver de vez em quando. - deu de ombros e eu sorri.

Isa: Ok, vou fazer pipoca. - avisei antes de sair correndo pra cozinha.

Depois que a pipoca ficou pronta colocamos o filme pra rodar e foi como voltar no tempo. Eu, Júlio, filmes impróprios, um balde de pipoca e um cobertor quentinho. Eu estava distraída com a cena que passava na tela e me surpreendi um pouco quando Júlio deitou a cabeça em meu colo, me permiti levar as mãos até seu cabelo acariciando os fios castanhos mas recuei quando ele fechou os olhos e suspirou.

Júlio: Por que parou? - voltou a me fitar e eu dei de ombros.

Isa: Não sei.

Júlio: Continua, não vou pedir pra você parar, adoro seu cafuné, Isa. - sorri de canto e voltei a trabalhar com as mãos em seus fios sedosos. Voltamos assistir o filme e uma sensação boa mé acolheu, eu adoro passar um tempo com ele e parece que finalmente os planetas estão se alinhando, como Guillia costuma dizer.

...

As manhãs em Bali são sensacionais. A vista que temos da janela da cozinha é de tirar o fôlego, o barulho das ondas do mar quebrando nas rochas, a paz era inesplicavel. Perecia até cena de comercial de margarina, Júlio fazendo cosquinhas em Bia que soltava gargalhadas gostosas e eu apenas admirava os dois com um grande sorriso no rosto.

Isa: A cada dia que passa ela se apega mais a você. - comentei antes de levar a xícara de café aos lábios.

Júlio: E eu a ela. - sorriu deixando um beijo na bochecha dela. - Isa, posso te fazer um pergunta?

Isa: Claro!

Júlio: Você não tem nenhuma noticia do pai dela? Nem procurou saber? - engoli em seco e desviei o olhar tentando encontrar alguma desculpa.

Isa:Ah, não...como eu te falei ele não quis ter a responsabilidade de uma criança e depois disso não procurei nenhuma notícia. - dei graças a Deus por minha voz não ter falhado.

Júlio: Eu sei mas...uma presença paterna faz falta na vida de uma criança, agente entende bem isso né?

Isa: Sim, mas eu dou todo amor e atenção que eu posso, e se no futuro ela quiser conhecê-lo eu não vou impedir. - eu não queria mentir mas não era a hora de falar a verdade.

Júlio: Tudo bem.

Isa: Desculpa é que eu realmente não gosto de falar sobre isso. - dei um fim aquele assunto e ele pareceu entender pois sorriu de canto e assentiu.

Júlio: Essa joaninha não para um segundo, não é pequena? - afinou um pouco a voz pra falar com Bia que apenas ria e ronronava fitando Júlio com um sorriso deixando os poucos dentinhos aparentes.

Bia: Papa... - congelei assim que ouvi a palavra saindo como um sopro da boca dela. Os olhos de Julio brilharam e ele abriu um grande sorriso. - Papa. - a pequena repetiu enquanto batia as mãos gordinhas no rosto de Julio enquanto gargalhava.

Isa: Júlio eu... - não sabia o que dizer.

Júlio: Tudo bem Isa, ela ainda é pequena pra entender, não tem problema. - sorriu pra mim enquanto abraçava Bia que continuava repetindo a palavra sem parar.

Aquela situação era totalmente desconfortável pra mim, apesar de Julio não parecer nem um pouco incomodando com isso ele ainda não sabe a verdade e vem se apegando muito a Bia que também se apegou muito a ele.

É Isabela, o circo está se fechando!

-----------------------------

Hey aquarelas, como estão?

O que acharam do capitulo? Os mimos estão almentado até pq estamos chegando ao fim :(

Bia falando papai quem amou? Isa, Isa parece que a verdade está mais próxima do que você imagina. Comentem e votem bastante pra tia Ana ficar feliz e não percam o próximo capítulo pois creio eu que vão gostar, principalmente minha amiga Reasons_Urqwiza

Até quarta...

Mais que IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora