Capítulo 38: Nossa família

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Isabela

A sala de espera com aquelas paredes brancas daquele hospital me deixava cada vez mais agoniada. A cada minuto sem notícias era uma tortura, a palma da minha mão já estava quase sendo perfurada pelas minhas unhas e a qualquer momento eu abriria um buraco no chão por ficar andando de um lado pro outro. Faz quase meia hora que levaram minha filha lá pra dentro me deixando aqui com o caração na mão.

Se ninguém aparecer em cinco minutos eu vou invadir aquele quarto!

Dtr: Senhorita Souza? - praticamente corri até o médico quando ele entrou na sala.

Isa: Sou eu! Como minha filha está?

Dtr: Se acalme por favor, sua filha está forra de perigo, mas ela poderia ter tido sérios danos pelo tempo que ficou sem respirar. Agora ela só presisa descansar, é melhor passar a noite aqui em observação e de manhã poderá ir pra casa. - suspirei aliviada e em um ato de pura alegria abracei o doutor que pareceu surpreso no início mas retribuíu o jesto.

Isa: Obrigada doutor, obrigada mesmo, será que eu posso vê-la? - perguntei assim que nos separamos.

Dtr: Claro, me acompanhe. - ele me conduziu até um corredor com várias portas e assim que abri uma delas avistei meu anjinho dormindo tranquilamente em cima daquela maca enorme. Agradeci novamente ao médico que se retirou nos deixando a sós.

Isa: Eu tive tanto medo minha filha. - susurei permitindo que as lágrimas caisem enquanto acariciava seu rostinho pálido e gélido.

...

Alguns minutos depois eu ainda permanecia ao lado da minha filha, segurando sua mão, velando seu sono. O cansaço estava me matando mas eu não conseguiria dormir de jeito nenhum. A enfermeira estava chegando os aparelhos ligados ao corpo de Bia quando Júlio entra como um foguete no quarto, ele parecia totalmente transtornado.

Enf: O senhor deve ser o pai da criança, certo? - a mulher de branco questionou ao moreno que chegou mais perto de onde eu estava, mais com os olhos presos em Bia.

Júlio: Sim... eu sou o pai dela! - ele finalmente pareceu notar minha presença e me encarou fixamente como se lesse minha alma, meu coração acelerou dentro do peito.

Será que ele sabe?

Enf: Bom, vou deixar vocês a sós. - pegou a prancheta e deu um sorriso reconfortante antes de sair do quarto.

Isa: Júlio... - tentei disser algo mas ele me cortou.

Júlio: Eu fiquei louco quando você me disse que tinha acontecido algo com ela. Meu coração pareceu que ia parar a qualquer momento e eu só queria ter certeza de que ela estaria bem. - sua voz era falha e vi o exato momento em que seus olhos marejaram.

Isa: Você disse que...

Júlio: Ela é minha filha! Pode não ser biológica mais ela é minha filha. Caralho, ela até me chama de pai! Isabela você não tem noção do quanto eu amo essa menina, eu sinto uma necessidade gritante de protegê-la de todo mal e dar todo o carinho que ela merece. - ele enlaçou seus dedos os de Bia e a olhava com tanto amor que abalou todas as minhas estruturas.

Isa: Ela...

Júlio: É a criança mais adorável e doce que eu já conheci, parece tanto com você que me deixa espantado. Meu Deus, eu daria minha vida por ela sem dúvidas, pode parecer estranho esse sentimento paternal que eu tenho por ela mas eu não me emporto, mesmo não sendo pai...

Isa: Você é! - confessei de uma vez por todas sentindo o peso da mentira saindo das minhas costas.

Júlio: O-o que? - ele olhou pra mim com uma expressão confusa e eu respirei fundo criando coragem pra contar tudo.

Mais que IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora