Capítulo 22

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Capítulo 22

Kim

Entrei no quarto dela. Olhei a cama desarrumada e algumas roupas sobre uma poltrona. No chão uma mala, que pelo visto, não foi nem aberta. Olhei em sua mesa de cabeceira e não achei o celular. Puxei o edredom e o encontrei perto do travesseiro. Olhei-o e imaginei-a deitada ali. Tive vontade de pegá-lo para cheirar. No entanto, me contive, precisava manter minha saúde e minha sanidade para cuidar dela.

Peguei o aparelho e voltei para a cozinha. Huma comia devagar o caldo que eu já tinha deixado sobre a mesa em uma tigela, assim que levantou a cabeça, apontei o aparelho para o seu rosto e ele desbloqueou.

— Abusado.

Éh, ela realmente não se encontrava bem. Não voou em minha mão para arrancar o aparelho, nem reclamou de eu estar olhando suas mensagens e muito menos parou de comer.

— Sua mãe é a Amália, certo? — Ela balançou a cabeça que sim e nem me olhou. — Gostou da comida?

— Que caldo é este? A aparência é estranha e não tem muito gosto.

— Tentei adaptar para caldo o prato que eu tinha preparado antes, porque não tinha os ingredientes para uma sopa. A base é arroz, gengibre, tufo e kimchi.

— O que é este último?

Kimchi é uma conserva que usamos em muitos pratos. É uma mistura de couve chinesa, rábano, cenoura, cebola, alho, chili em pó, molho de peixe e sal. — Voltei ao celular e perguntei. — Achei a lista de sua mãe, mas tem duas, qual é a certa?

— A última com mais urgência e a outra é a completa.

Transferi o contado da minha futura mãe, sogra como aqui gostam de dizer. Deixei o aparelho e abri os armários e geladeira. Fui até a dispensa e verifiquei os materiais de limpeza. Ela terminou e se levantou. Colocou a tigela na pia e iria lavar, então me aproximei e falei:

— Deixa tudo quietinho aí. Depois vou arrumar.

— Não quero que pegue nos meus utensílios porque...

— Já sei de tudo. Veja! — mostrei no canto da pia um pote plástico com luvas e material de limpeza específicos. — O médico trouxe um spray de ambiente que ajuda a eliminar vírus, usei na casa antes de você sair do quarto, vou passar nele agora antes de você voltar.

— Nada disto. Quero minha cama e mais nada agora e não vou dormir com veneno.

— Eu estou no comando agora, lembra?

Caminhei em sua frente e espirei no quarto e banheiro. Ao me virar dei de encontro com ela parada no batente da porta, de braços cruzados e me olhava fixo.

— Aproveite da minha indisposição, assim que me recuperar, vou anotar tudo no caderninho preto e ver como vai ficar a sua situação.

Entrou no banheiro. Ao sair nem olhou para mim, abriu o armário e pegou outro cobertor e deitou-se.

— Vou deixar o seu celular aqui no silencioso, use-o apenas se precisar falar comigo. Irei a farmácia comprar seus remédios e resolver as outras pendências. Fique bem sem mim por pouco tempo.

— Tchau.

Muito preocupante. Não teve protesto, reclamação, imposição e muito menos uma contraproposta.

Saí do quarto e já liguei para o meu ajudante de compras e passei a lista da senhora Amália, acrescentei uns mimos. E fiz outra para mim e Huma. Fui no meu apartamento peguei a chave do carro e me direcionei a garagem.

Um Coreano Caiu na Minha Vida. Completo.Onde histórias criam vida. Descubra agora