Capítulo 42

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Parte 1

Kim

Após a visita de minha mãe a Huma, eu tive certeza que ela me amava. O jeito durona de não assumir os sentimentos era sua forma de proteção. Eu não sabia ao certo o que aconteceu no seu relacionamento anterior, dito por ela, apenas o que o relatório me informou e que não aprofundou nesta questão. E pouco me importava, já que tinha virado a página.

Ao dizer a minha mãe naquele dia que não abriria mão de mim por capricho da família, frisou que, eles nem me considerava, isso me encheu de orgulho. Foi por este o fato da minha tomada de decisão. Quero essa mulher para me casar. Algo que nunca tinha passado por minha cabeça antes.

Como presenciei a relação de meus pais, não queria aquilo para mim. Não aceitaria casamento por conveniência. Se um dia tivesse vontade, seria porque havia me apaixonado de verdade. E hoje percebo que aconteceu desde a primeira vez que vi a Huma naquele hotel em Curitiba.

Ao voltar daquela viagem, avisei mamãe que não aceitaria mais nenhum encontro marcado por ela. Confesso, que até pensei em voltar atrás, após tantas recusas de Huma. O que já ficou no passado.

Errar a medida do anel foi um vacilo grande, por outro lado, serviu para descontrair o susto que ela teve com o meu pedido.

Nós fomos na semana seguinte trocar o anel e escolher as alianças. A princípio, Huma recusou meu convite de comprá-las. Aceitou escolher o modelo para eu não errar na hora certa.

Eu queria algo de destaque, que de longe avistasse no dedo dela. Outra vez tive que aceitar e concordar com algo delicado. Ela até sugeriu que a minha fosse bem larga e grossa. E usou a frase: "cada um tem seu estilo e gosto, amor." Claro que a vendedora concordou na hora. Não aceitei, lógico. As duas seriam iguais.

Veio o Natal e o ano novo, um dos melhores da minha vida. Poucas pessoas devido as restrições, que para mim foi excelente.

Viajamos para o litoral por uns dias, Huma alugou um apartamento pequeno pelo Airbnb. Eu preferia um hotel, mas com a preocupação dos protocolos de limpeza, ela não aceitou.

As praias não estavam cheias e não podia ter permanência. Era apenas para ser apreciadas, alguns exercícios, caminhadas, tudo com uso de máscaras e distanciamento. Entrar no mar podia, mas sem aglomeração. Tudo funcionava perfeito para mim, ninguém me reconhecia e não havia incômodo.

A vacina começou a ser aplicada e no meu pensamento em poucos meses tudo estaria resolvido. Vida normal. Que nada! A pandemia tomou uma proporção assustadora. Muito pior que 2020.

As diferenças de comportamento de nossas culturas se esbarravam neste ponto. Normal para nós usarmos máscaras para evitar o contato com as pessoas contaminadas com qualquer vírus, bactérias ou infecção. Aqui no meio de uma crise sanitária séria, as pessoas continuavam teimando em não se proteger. O resultado foi hospitais lotados e falta de leitos e medicamentos.

Por outro lado, o grupo Hyung KK foi convidado a se apresentar em programas de televisão de forma virtual. Fizemos em várias emissoras e gravamos alguns clipes tocando. Não dava para contratar músicos e uma equipe de produção. Quanto menos pessoas envolvidas seria melhor. E a ideia de tocarmos foi muito apreciada pelos rapazes.

Finalmente Huma aceitou se casar. Fizemos tudo de forma simples e combinamos uma festa quando tudo isso passasse.

Na semana no casamento combinamos ficar longe fisicamente. Segunda-feira nos despedimos para nos encontrar apenas na sexta no horário da cerimônia. Ela iria trabalhar até na quarta e tiraria vinte dias de férias. Não viajaríamos, mas curtiríamos um ao outro sem pensar em mais nada. Escolhemos o meu apartamento, porque além de ter piscina era um ambiente diferente do nosso dia a dia no último ano.

Um Coreano Caiu na Minha Vida. Completo.Onde histórias criam vida. Descubra agora