V. Dias de domingo

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Que vento forte esse que fazia sobre minha face. Arrastava os restos de comida e os papéis deixados pela calçada.  A criança, acompanhada da mulher, chorava ao ser traída pelo redemoinho, que levara seu sorvete de chocolate junto ao lixo acumulado. Criança essa que parecia-me estar acima do peso, com relação as outras de sua idade. Certamente, era consequência da má alimentação que parecia estar acostumada em consumir.

Para aquele que me lê, devo informar-lhe que esses descritos ainda tratam-se da manhã de domingo. Eu, estou a caminho da casa de Gabriel. O motivo? Não sei bem dizer. Era apenas dia de domingo. Nos dias de domingo ía à casa de Gabriel. Era isso o que sabia. E fazia.

Virei a esquerda, passando por uma lanchonete que expunha em um cartaz, não muito longe dalí, com um convite para "degustar a melhor comida fastfood do mundo". Não sei para qual tipo de pessoa o cartaz tentava atrair, mas, certamente, considerar uma comida fastfood algo "bom" evidênciara a péssima dieta alimentar desses consumidores.

Após alguns passos, vi-me na entrada do edifício em que Gabriel morava. Entrei. No elevador, apertei o número 6. Fiquei me imaginando em um daqueles momentos cinematográfica, em que os amantes dos filmes escolhem e dividem, ao acaso, o mesmo elevador. Fiquei na expectativa de que Julie Hans surgisse diante das portas que se abriam vez ou outra. Contudo, nada aconteceu. Cheguei ao sexto andar e me dirigi ao apartamento de meu amigo. Já dentro do local, compartilhei algumas doses de álcool e as esperadas descrições daquela garota de sexta-feira com o anfitrião e Müller, que havia chegado minutos antes que eu.

Eles não ficaram apenas servindo como ouvintes. Também deram relatos de acontecimentos amorosos. Principalmente Müller.

Continua......

Meus dias com elaOnde histórias criam vida. Descubra agora