Eram exatos 3:47 da manhã de sexta-feira, eu estava deitada no meu quarto, a casa estava vazia, já que meu pai havia viajado para visitar minha avó que mora lá no no interior de São Paulo. E como meu irmão tinha saído com seus amigos, restava apenas eu naquela casa.
De repente ouço um barulho de algo caindo no andar de baixo. Conseguia ouvir passos e barulho da porta rangendo. Parecia aquela típica cena de filme de terror que o protagonista em vez de se esconder, resolve investigar a origem do barulho e em 99,9% das vezes, ele acaba morto. Mas como não vivemos em um filme de terror, peguei o spray de pimenta que meu pai tinha me dado em casos de emergência e fui descendo as escadas devagarinho olhando os arredores. Tentei fazer o máximo de silêncio possível, mas meus passos de formiga pareciam passos de elefantes sobre aquela escada de madeira. Vi um vulto preto passando rapidamente na frente da TV.
Enfim pisei no último degrau da escada, olhei para os dois lados e conseguia ver apenas a sala escura. Comecei a andar em direção ao interruptor. De repente, alguém tampou minha boca com a mão e tampa meus olhos me puxando para trás. Meu coração começou a acelerar e senti meu corpo gelando. Na minha cabeça, aquele era meu fim. Naquele momento eu já tinha aceitado que, ou eu iria virar oferenda para uma seita satânica ou eu viraria produto do mercado negro. Até que eu senti um cheiro familiar, uma fragrância de perfume masculino da Calvin Klein. Foi então que ouvi três risadas de fundo e a mão que tapava meus olhos foi deixando meu rosto aos poucos. Eu viro para trás, acendo a luz e vejo, Matt, Lucca e Nick rindo.
Matt é meu irmão mais velho, seu nome é Mattias, mas ninguém chama ele assim. Nós temos dois anos, seis meses e três dias de diferença. Muitos dizem que nós dois somos parecidos, mas eu discordo. Assim, nós temos algumas semelhanças, temos cabelos castanhos escuros e olhos puxados, temos descendência japonesa por ambos os lados, tanto materno quanto paterno, mas já somos a quarta geração aqui no Brasil então nosso sangue é bem mais brasileiro do que japonês. Tá, podemos dizer que sou a versão dele feminina só que melhorada. É como dizem, o segundo filho é sempre melhor. Primeiro você faz o rascunho para depois fazer a obra de arte.
O garoto que está ao lado direito de Matt é Lucca Ferrari, cabelos morenos, ajeitados com um topete, olhos cor azuis e covinhas que parecem mais crateras em seu rosto. Ele é aquele típico fuckboy, playboyzinho mimado de filmes adolescentes. Sai todas as noites, se paga de badboy que honestamente é ridículo. Além de ter o ego mais alto que o Empire State. Se eu fosse resumir em uma palavra eu diria, babaca. Não que Lucca seja uma má pessoa, na verdade, ele tem um coração muito bom, mas só quando quer. Se tornou um cretino por completo quando atingiu a puberdade, tenho dó das garotas com que ele se envolve, em 99.9% acabam de coração partido. Para Lucca, as garotas não passam de um brinquedinhos que ele brinca e joga fora. Desde criança até os dias de hoje, Lucca é a pessoa que eu mais discuto em toda face do planeta terra, superando até mesmo o meu próprio irmão. Conviver com Lucca é discutir com ele 24h do dia, sete dias por semana. O garoto ao lado esquerdo de Matt é Nicolas Jones, mais conhecido como Nick. Descendentes de britânicos, cabelos loiros, olhos meio esverdeados e dentes impecáveis. Diferente de Lucca, Nick é um verdadeiro príncipe encantado. Sabe aquele garoto que é considerado namorados dos sonhos por todas garotas? Então esse é Nicolas. Ele consegue ser fofo mas não brega ao mesmo tempo. Até na hora de dar um fora, Nick consegue ser um cara legal. Nesses quinze anos de amizade, nunca vi ele bravo ou irritado com ninguém. Desde pequena, sempre dizia que ele era meu super herói. Quando as meninas faziam bullying comigo no jardim de infância, ele sempre ia até minha sala me proteger. Ele foi minha primeira paixãozinha de infância. Mas eu superei quando entrei para o oitavo ano, hoje em dia, só vejo ele como um grande amigo.
Os dois são filhos dos amigos do meu pai. Nick, Lucca e Matt têm a mesma idade e estudam desde pequenos juntos. Eu cresci praticamente junto com eles. Sabe aquela foto que você está tomando banho, quando criança com seus amigos de infância? Então, nesse caso, eles são meus amigos de infância. Nós já viajamos juntos, dormimos na mesma cama, fizemos competição de arroto e diversas outras brincadeiras quando éramos mais novos. Eles são praticamente meus irmãos, ao mesmo tempo que se preocupam comigo, conseguem me irritar como ninguém.
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Eu cresci, vocês mudaram!
RomansaSinopse: Mia, uma jovem de 15 anos apaixonada por futebol, enfrenta desafios desde cedo ao perder a mãe aos 7 anos e ser criada por um pai solteiro. Crescendo em um ambiente predominantemente masculino, cercada pelos amigos de seu irmão Matt, Lucas...