Capítulo 17

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Após passar o sábado chorando, decidi levantar da cama e trocar o pijama. Não bastava ter os olhos inchados; se eu ficasse mais um dia inteiro na cama, pareceria uma completa perdedora. A última coisa que eu queria era me lamentar por causa de um cara. A tristeza já tinha virado raiva; eu estava irritada com o que tinha acontecido. Cada vez que lembrava, a vontade de socar a primeira pessoa que aparecesse na minha frente aumentava. Então, troquei de roupa e fui para a cozinha colocar gelo nos meus olhos para diminuir o inchaço. Assim que desci, dei de cara com Matt, Nick e Lucca esparramados no sofá jogando FIFA. Já me sentia humilhada pelo que aconteceu ontem, e ainda tinha que encontrar os três e lembrar o quanto fui trouxa e como eles estavam certos. Passei direto, sem nem cumprimentá-los, e fui para a cozinha. De repente, a campainha tocou.

— Mia! A porta! — gritou Matt da sala.

— Você tem braços e pernas, pode abrir. — gritei de volta.

— Abre aí, Mia, estamos no meio do jogo. — gritou Matt.

Que saco! Não queria encontrar ninguém hoje. Além de estar destruída por dentro, minha aparência parecia a de alguém que ficou dentro de um caixão por 200 anos. Quem era o infeliz que veio incomodar em pleno domingo de manhã? Abri a porta com o maior mal humor que habitava em mim. E lá estava Thiago parado bem na minha frente. Uma mistura de sentimentos dominou meu corpo; não sabia se sentia raiva, tristeza ou ambos ao mesmo tempo. Mas no fundo, o que mais sentia naquele momento era decepção. Olhei nos olhos dele e comecei a fechar a porta.

— Mia, espera! Precisamos conversar. — disse Thiago, impedindo que eu fechasse a porta.

— Conversar o quê? Que você literalmente me usou para ajudar seus amiguinhos de time? Não, obrigada!

— Mia, deixa eu me explicar.

— O que esse idiota está fazendo aqui? — disse Lucca atrás de mim.

— Lucca, não estou aqui para brigar. — disse Thiago.

— Ah, então veio para apanhar? Porque se ficar mais um segundo, é isso que vai acontecer. Acho que roxo vai combinar com o verde dos seus olhos.

— Lucca! Eu consigo cuidar disso sozinha. — disse, nervosa.

Minha raiva estava tão grande que minha vontade era fechar a porta na cara do Thiago, mas no fundo eu estava com uma pequena esperança de ele ter uma explicação coerente para tudo isso. Minha cabeça dizia que eu não devia ouvir, mas meu coração queria saber.

— Vamos conversar aqui fora. — disse, puxando Thiago para fora.

— Mia! — disse Lucca, segurando meu braço.

— Tá tudo bem, Lucca. Eu sei me cuidar! — disse para ele.

Lucca bufou e encarou Thiago com um olhar mortífero. Eu fiz um sinal com os olhos para que ele saísse, e ele voltou para o sofá.

Assim que eu e Thiago saímos, sentamos no banco que tinha na frente da minha casa.

— Mia, não sei nem por onde começar. — disse Thiago.

— Pela verdade? Ah, esqueci que você é incapaz disso. — disse.

— Calma, Mia, deixa eu te explicar! Quando te encontrei lá no Vale Nevado, eu realmente não sabia que você era da SCIS. Quando fui falar com você, foi porque realmente me interessei por você. Quando voltamos para o Brasil e nos encontramos naquele dia na praça, te vi com o uniforme da SCIS e junto com Nicholas Jones. Então fui pesquisar no Instagram e descobri um pouco mais sobre você.

— Então, quando você me chamou para sair, já sabia que eu era da SCIS?

— Sim... Mas nunca foi minha intenção me aproveitar de você ou algo do tipo. Eu realmente queria te conhecer melhor. E não contei que era do Instituto Mega porque conheço a rivalidade entre as escolas, que honestamente, acho ridícula. Mas fiquei com medo de você não querer sair comigo.

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⏰ Última atualização: Jun 28 ⏰

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