capítulo 4

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2 anos antes.

CK

Sai correndo e subi em cima de uma lage, atirei assim que vi um dos canas na lage da frente.

Ele estava de costas e caiu em um beco qualquer do morro.

Tava tendo invasão, operação para me pegarem, e o tanto que eu estava correndo pra não ser preso era foda.

Parecia que os caras não queria prender mais ninguém além de mim, ouvi um deles falando no radinho que eu era o mais importante.

Lógico, se eles me pegarem vai render grana pra caralho pra eles.

Relíquia: Meu parça, vai prós matos caralho, eles tão indo atrás de você caralho.

CK: Tá maluko? Não vou largar meu morrão não, manda eles baterem de frente comigo.

Relíquia: Tu não é peito de ferro não filho da puta, vai pra porra do mato e vai pro vidigal

CK: Não vou sair daqui relíquia porra, não vou entregar meu morro!

Relíquia: Não é questão de entregar seu morro, pau no cu! E sim de você morrer ou ser preso, caralho!

CK: Se eu fugir, eles vão me pegar relíquia, caralho.

Relíquia: Independente de tudo, e melhor ti rodar do que ser morto, se tu rodar eu cuido de tudo até você voltar meu parça, só não faz isso com a tua coroa meu mano.

CK: Caralho, eu vou te matar relíquia!

Sai guardando o radinho e desci da lage, fui subindo o morro e de repente fui cercado por vários polícias.

Porra, porra, porra!
Mil vezes porra!

Delegado: Mão pra cima e ninguém morre- falou apontando uma metralhadora pra mim e assim eu fiz.

Joguei meu fuzil pra longe de mim, junto com as pistolas e o colete.

Me ajoelhei e coloquei a mão na cabeça, estava com o coração a mil por hora, o medo deles me matar e eu deixar minha coroa sozinha nesse louco mundão tava grande.

Delegado: Achei que seria mais difícil pegar você pô, bandido fraquinho tu em- falou e eu fechei a cara pra ele.

Ele me algemou e me colocou dentro do camburão, logo alguns polícias trouxeram uns soldados meus e o fecharam a traseira do camburão.

O carro desceu o morro e eu tava puto da vida, só pensava na minha coroa.

Caralho mano, que burrada que eu fiz.

Eles levaram nós para a delegacia e tiraram todos do carro, me deixaram lá e já veio uns cinco verme entrando lá pra me bater.

Tava no maior ódio, apanhar sem poder se defender era foda demais, o tanto que eu queria matar eles não tava escrito.

Marquei o rosto de cada um, porque quando eu saí, não vai restar um pra contar história.

Verme: Vamo vê se tu aprendeu a lição - falou e eu já estava quase desacordado.

Verme²: Esse aí aprender lição? Nunca, precisando bater nele mais vezes pô- falou rindo e os outros filho da puta riram também.

Tava no maior ódio, se eu tivesse continuado onde eu estava, poderia estar com a minha coroa agora ou curtindo minha liberdade.

Vacilo do relíquia me mandar sair de lá mano, porra!

Logo eles me levaram pra sala do delegado, ele me fez uma pá de pergunta e eu só fiquei calado, não respondia nem como era o meu nome.

Não ia falar nada, tava nem aí se eles iriam me matar, não ia abrir o bico pra nada.

......

Estava sendo levado para o presídio, tava no maior ódio ainda.

Eles pararam na onde era o presídio, e mandaram eu e os caras descer, fomos descendo e andando em fila.

Eles colocaram cada um na sua cela e me colocaram em uma que eu conhecia alguns traficantes.

Quase todos, uns eu tinha treta, outros já eram parceiros. Mas tava sem vontade nenhuma de arranjar caô aqui, só quero sair o mais rápido daqui de dentro.

Cumprimentei os caras e me sentei onde eles falaram que eu iria dormir, fiquei no meu canto, não queria papo com ninguém.

Só queria paz e saber quando que eu sairia daqui, estava contando nos dedos quantos crimes eu fiz e quantos anos cada um deles pegam de cadeia.

E pelas minhas contas não ia sair tão cedo dessa porra. Mas o bom é que eu acho que eles não sabem de quase nenhum crime que eu fiz.

Assim espero.

Só sabia orar pela vida da minha coroa e pedindo pra ela não passar por nenhuma necessidade e nenhum caô lá fora, sei que os caras do comando vão dar todo suporte para ela, mas mesmo assim tava com o coração na mão.

Sobre Nós Dois (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora