Capítulo 3

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Trinta de abril.


Alfonso: Está ótimo! – Exclamou assim que terminou a música.

Anahí: Está bom, não ótimo. – Discordei balançando a cabeça de forma negativa.

Alfonso bufou: E o que não está dando certo agora Senhorita Perfeição? – Eu o olhei e caminhei até o som voltando o CD.

Anahí: Bom não é o suficiente.

Alfonso: Já é a décima vez que fazemos a coreografia hoje! – Reclamou.

Anahí: Você quer ou não ter uma boa nota na apresentação final? – Perguntei com ar de superioridade, ele estava ainda mais intragável do que antes do dia do beijo.

Alfonso: São dez horas da noite de plena sexta feira. Você realmente acha que eu irei ficar aqui na sua companhia? – Disse debochado.

Anahí: Acredite quando eu digo que meu ideal de uma sexta à noite também não é ficar junto de você.

Alfonso: Duvido. – Ele me provocou e se aproximou mais de mim.

Anahí: Quer outro tapa? – Isso foi mais um aviso do que uma pergunta.

Alfonso abriu aquele sorriso irônico e detestável enquanto se aproximava cada vez mais: Você não se atreveria.

Anahí: Pare com isso Alfonso! – Praticamente gritei e tentei me afastar dele que vinha em minha direção, logo bati em uma parede e pude perceber seu sorriso se alargar.

Alfonso: Está ficando irritada Anahí? – Perguntou sussurrando perto de meu ouvido já que ele havia me prendido contra a parede com o seu corpo mais rápido do que eu pude perceber.

Anahí: Isso é ridículo. – Resmunguei enquanto sentia cada pelo do meu corpo se arrepiar. Era ridículo o fato de ele estar me prendendo, era ridículo ele querer me beijar a força, era ridículo eu ter passado horas a fio revivendo aquele beijo na minha memória e era ainda mais ridículo eu estar começando a gostar daquilo. Fechei os olhos pronta para sentir seus lábios macios em contato com os meus quando ele se afastou.

Alfonso: Boa noite Anahí. – Desejou indo embora e me deixando sozinha, já eu continuei ali, escorada na parede igual uma idiota enquanto tentava entender como podia desejar tanto beijar um cara como aquele.


Dez de maio.


Raiva era tudo o que eu sentia por Alfonso desde aquele dia, agora sempre que nos encontrávamos ele estava com um sorriso presunçoso estampado no rosto e não perdia a chance de soltar indiretas com o intuito de me deixar sem graça. O pior é que ele conseguia! O que antes eu responderia com outra provocação agora me deixava sem reação alguma. Os ensaios podiam ser comparados com sessões de tortura e eu já não tinha mais tanta vontade assim de dançar.


Anahí: Droga! – Exclamei quando vi a hora no meu relógio de pulso.

Alfonso: O que foi agora? – Ele já perguntou todo irritado, se antes existia alguma dúvida de que ele achava que o mundo girava ao seu redor agora não havia mais, como pode uma pessoa achar que tudo tem a ver com ela?

Anahí: Estou atrasada para o trabalho. – Expliquei sem perceber enquanto vestia meu casaco e pegava a bolsa.

Alfonso me pareceu confuso: Mas ainda são onze horas.

Anahí: Hoje tenho reunião, e ela começa exatamente daqui a dez minutos. Nunca vou chegar lá a tempo. – Reclamei me dirigindo para a porta quando o senti me segurar pelo braço.

Doce EncantoOnde histórias criam vida. Descubra agora