Maite: Venha, vamos logo que já estamos atrasadas.
Anahí: Atrasadas para que exatamente? – Perguntei.
Maite: A festa Any!
Anahí: Eu não vou na festa. – Disse enquanto trocava o esvoaçante vestido verde-água da apresentação pela minha calça jeans escura e uma camiseta vinho.
Maite: Vai sim, todos os alunos vão estar no Midnight e eu vou cantar.
Anahí: Maite, eu já vi você cantando mil vezes, não vai ter nada de diferente.
Maite: Mas dessa vez a música será inédita e bom, você tem que ouvi-la, foi um dos nossos amigos que compôs.
Anahí: Quem? – Perguntei curiosa.
Maite: Você só vai descobrir se for na festa. – Respondeu com um ar de mistério e eu me dei por vencida.
Anahí: Certo, mas depois da música eu vou embora.
Maite: Combinado.
Coloquei minha jaqueta jeans e sai com Maite da academia, algo estava errado e eu sabia disso. Ela havia aceitado muito fácil a minha ideia de dar apenas uma passada pela festa e o seu sorriso malicioso me deixava certa de que tinha alguma coisa por trás de tudo aquilo.
Anahí: Alfonso vai estar lá?
Maite: Está interessada? – Indagou sugestivamente.
Anahí: Não Maite! Só não quero encontrá-lo novamente.
Maite: Vocês não se falaram depois da apresentação?
Anahí: De forma alguma, assim que as cortinas se fecharam eu saí o mais rápido que pude.
Maite balançou a cabeça de forma negativa e não disse nada, o resto do caminho que seguimos a pé até a festa foi feito no mais absoluto silêncio.
Quando chegamos o lugar não estava tão lotado quanto eu imaginei, segui com Maite para uma das mesas mais reservadas que ficavam perto do bar e ficamos ali até anunciarem o seu nome e ela subir no palco de madeira decorado com pequenas luzes brancas no teto e algumas velas no chão.
Maite: Essa música que vou cantar agora tem um significado muito especial para mim. Um amigo a escreveu e pediu para que eu o ajuda-se a fazer essa homenagem à uma garota que por coincidência é minha melhor amiga.
Engoli em seco, não podia acreditar naquilo que estava ouvindo. Arregalei os olhos e olhei para Maite que sorria abertamente para mim. Estava a ponto de me levantar quando senti uma mão em meu ombro.
Alfonso: Dança comigo? – Pediu e eu engoli em seco, estava completamente sem reação – Só mais uma vez, por favor? – Ele sorriu e diante daquilo tudo o que pude fazer foi me levantar e seguir junto a ele para a pista de dança.
"For the way you changed my plans
For being the perfect distraction"
Envolvi seu pescoço com os braços e ele me segurou pela cintura, começamos a dançar lentamente e Alfonso sussurrava a letra da música em meu ouvido.
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Doce Encanto
Romance"O ódio nunca nasce da indiferença, e esse sentimento pode ter origem no medo de perder o outro, receio de ser rejeitado ou até mesmo ser uma reação desencadeada por uma admiração profunda." Anahí e Alfonso estudavam juntos há anos na academia Silho...