Alfonso: Ainda acho que deveríamos mudar o final da coreografia. – Ele disse pela milésima vez e eu bufei.
Anahí: Nós não temos tempo para isso Alfonso!
Alfonso: Uma semana é tempo o suficiente para conseguirmos realizar as mudanças com perfeição.
Anahí: Você é bem insistente. – Comentei.
Alfonso: Isso seria um elogio ou um defeito? – Indagou confuso enquanto se aproximava de mim e me abraçava de lado. Senti uma onda de calor invadir meu corpo quando sua pele tocou a minha, estava cada vez mais difícil esconder meus sentimentos por ele.
Anahí: Depende do que você quer.
Alfonso riu e se separou do abraço: Ok, você venceu. Nada de mudanças.
Anahí: Fico aliviada. – Respondi sorrindo.
Alfonso: Nossa já são onze horas! – Exclamou assustado quando verificou seu relógio de pulso.
Anahí: A última aula acabou às dez e meia. Vamos correr antes que nos tranquem aqui. – Falei apressada e o puxei pela mão por instinto. Nós descemos as escadas correndo e em vão já que todas as portas da academia estavam fechadas.
Alfonso: Não acredito! – Resmungou enquanto se sentava no chão do corredor escuro.
Anahí: Calma, nós ligamos para alguém avisando que estamos presos e logo virão nos tirar daqui.
Alfonso: Está com o celular? Deixei o meu no carro.
Sentei-me ao seu lado em silêncio e abri a bolsa à procura do aparelho. Tirei coisas de lá que eu nem imaginava carregar e por fim, depois de revirar item por item constatei que estávamos incomunicáveis.
Anahí: Eu devo ter esquecido no restaurante quando almocei com Maite. - Concluí.
Alfonso: Minha avó vai me matar. – Ele parecia um menino que havia acabado de receber o boletim cheio de notas vermelhas e estava com medo da bronca que levaria da mãe. Foi inevitável não rir.
Anahí: Desculpe, seu desespero foi engraçado. Vamos voltar para a sala? Pelo menos lá nós não ficaremos no escuro. – Falei me levantando.
Alfonso: Não vai ser nada engraçado chegar em casa amanhã e encontrá-la com um rolo de macarrão na mão pronta para me matar.
Anahí: Não seja dramático, tenho certeza de que você já passou inúmeras noites fora de casa, ela já deve estar acostumada com isso.
Alfonso: Você tem uma ideia bem errada sobre mim. – Disse enquanto caminhávamos de volta para a sala.
Anahí: Ora Alfonso! A sua fama já se espalhou por aí faz muito tempo.
Alfonso balançou a cabeça de forma negativa: E o que eu posso fazer para mudar a sua opinião?
Anahí: E você se importa com o que eu acho ou deixa de achar sobre você?
Alfonso: Claro. – Respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo enquanto segurava a porta para eu entrar.
Anahí: Está frio, vai ser difícil conseguir dormir aqui. – Mudei totalmente o assunto, não queria ver até onde ia chegar esse assunto, já seria torturante o suficiente passar a noite ao lado dele sem ao menos poder tocá-lo.
Alfonso: Nós daremos um jeito. – Falou simplesmente e por incrível que pareça eu acreditei nele – Quer ensaiar mais um pouco?
Anahí: Não, eu estou cansada! – Respondi enquanto me sentava no banco do piano e começava a dedilhar algumas teclas, Alfonso se aproximou de mim sorrindo
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Doce Encanto
Romance"O ódio nunca nasce da indiferença, e esse sentimento pode ter origem no medo de perder o outro, receio de ser rejeitado ou até mesmo ser uma reação desencadeada por uma admiração profunda." Anahí e Alfonso estudavam juntos há anos na academia Silho...