Capítulo 4 - Início de um sonho

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Meredith narrando.



Aos poucos a valsa se homogeneizava em meus ouvidos, a luz diminuía sua força e finalmente podia ver onde estava e com quem estava.

Addison segurava uma de minhas mãos enquanto a outra pousava em minha cintura, olhá-la nos olhos era absurdamente inacreditável que eu me arrepiei ao vê-la e meus olhos teimavam em lacrimejar ao ver seu rosto de anjo tão de perto, como nunca antes. Era possível sentir a batida acelerada de meu coração. Ela sorria aproximando nossos corpos um pouco mais e eu sentia o calor se apoderando de meu corpo. Ela não mudara muito, apenas suas vestes estavam formais do que as do futuro. Seus cabelos ruivos eram um pouco compridos, lisos, não tinham a irreverência das escovas dos anos 2000. Tudo era tão novo para mim, as roupas, as pessoas, o modo como todos se portavam perante nós. Quando dei por mim não tinha mais Addison em minhas mãos e sim o seu irmão, Archer. Sorria para minha direção, secando meu corpo.

- É.. Senhora Meredith Montgomery, vossa senhoria gostaria de ir para os aposentos agora? – Mas que cara ordinário.


- Claro que sim! – Disse o encarando séria, enquanto o cafajeste sorria maliciosamente.


- Addison, vamos! Estou exausta. – Addison segurou minha mão com força enlaçando minha cintura com a outra mão.Escutara a proposta indecente de Archer e lhe direcionava uma face de poucos amigos.

Tudo aquilo era improvável, as pessoas da festa não as julgavam, muito pelo contrário, as parabenizavam e aproveitavam a ceia. Enquanto subíamos as escadas meus olhos passeavam pela pele acetinada de minha agora esposa? Não parecia uma volta ao tempo, mas sim um sonho de princesa. Era bom tê-la tão próxima.

Paramos diante de uma imensa porta branca. Ela a abriu e me calei diante daquele luxo que apenas avistara em revistas de hotéis estrangeiros.

- Lady, seu quarto. – Ela abrira caminho com o intuito de fazer-me entrar.
- Acaso você necessite de algo eu estarei no quarto ao lado. Essa porta lateral lhe dá acesso ao meu quarto, você não pode ultrapassá-la entendeu? Apenas eu posso fazê-lo.

Fiquei estática com aquele tratamento frio, não tive nem palavras para questionar, para debater, Nada! Assenti. Ela virou os calcanhares e nem ao menos se despediu.

Nada pude fazer, estou aqui totalmente entregue a este ser que eu nem ao menos conheço, e ela me esnoba como se eu fosse uma qualquer.

Me arrumei e subitamente me veio a vontade de tomar um copo de leite. Saí do quarto, despreocupada, apenas com a finalidade. Contudo, barulhos me fizeram parar á frente do quarto de Addison, aproximei-me curiosa, peguei sutilmente a maçaneta e a girei. Uma brecha me possibilitou ver a imagem mais obscena e decepcionante de minha vida. Addison estava cavalgando em cima de uma mulher, uma verdadeira cortesã. Meus olhos traíram-me e falaram o que minha voz censurava. Vocês conseguem sentir o que eu senti? Um aperto no coração, uma angústia. Ser traída no dia do seu casamento, ser deixada de lado e ainda por causa de uma vagabunda qualquer! Fechei a porta silenciosamente, elas estavam tão obstinadas e selvagens que nem notaram minha pequena presença. Voltei ao meu quarto aos prantos, não gritava, abafava minha falta de ar com os travesseiros. Só conseguia pensar uma coisa...
Isso não ia ficar barato!
Agora seria elas por elas.


O desprezo é a forma mais subtil de vingança.

De volta ao passado - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora