O passado da vítima

73 12 25
                                    




A criança corria atrás do amigo, sorrindo abertamente por matar a saudade que estava sentindo. O ruivo acelerou, porém ao chegar perto do amiguinho não conseguiu desacelerar e caiu em cima do mesmo, rolando pela grama aos risos. Deitando de barriga para cima, olhou para o céu admirando o azul predominante, sem muitas nuvens. As cores, os constrastes eram a coisa mais linda que ela já havia visto em sua vida, com 6 anos Sasori se encantou pelo o que ele considerava arte.


Levantou as mãozinhas gorduchas tentando tocar as cores. Deitado ao seu lado, o pequeno Uzumaki encarava seu amigo curioso, o que tanto ele olhava?


— Sori, tá olhando pro' céu por que? — O loiro estava confuso.


— Dei, o céu... ele é lindo. — Fascinado, sorria timidamente.


— Não vejo nada demais. — Orgulhoso, não admitiu que vira beleza em algo que não fosse suas massas de modelar.


Sereno, o ruivo olhou de soslaio para Deidara, ele o conhecia desde seus 2 anos de idade, e não gostaria de ficar algumas semanas sem falar com o mesmo, por isso ignorou o comentário e se levantou, cruzando as pernas.


— Você pode ir lá em casa? Vovó está fazendo doces. — Seu olhar caiu no loiro um pouco mais baixo que si, esperando pela resposta.


Abaixando a cabeça, o Uzumaki negou. Seu pai não gostava da amizade dos dois proibindo assim o loiro de frequentar a residência dos Akasuna. Triste com a recusa, Sasori se levantou, sempre que ele chamava Deidara para sua casa ele recusava, ficou magoado achando que o loiro não gostava de si.



— Minha mamãe fez um bolo por isso não irei. — Inventou uma desculpa fajuta, como sempre fazia.


— Tudo bem Dei. — Uma brisa gélida soprou no parque, fazendo a criança ruiva se encolher.


Percebendo que Sasori sentia frio, lembrou-se do que sua mãe sempre fazia consigo em dias frios. Se aproximou inocentemente do ruivo e o envolveu em um abraço. Mesmo supreso pelo ato inesperado, retribuiu aquecendo-se.


— Mamãe diz que abraços quentinhos fazem bem para aquecer nosso corpo e coração. — Recostou a cabeça no ombro do mais alto, fazendo seus fios loiros e longos caírem sobre as costas do ruivo.


— Abraços quentinhos podem aquecer meu coração? — Ainda abraçados, Sasori perguntou.


— Podem sim. — Sorriu afastando-se do amigo.

— Então vou te dar muitos abraços quentinhos! — Exclamou eufórico.


Deidara sentiu suas bochechas esquentarem, e se questionou pensando o por que disso só acontecer quando está próximo do ruivo.


— Já está ficando tarde, melhor nós irmos embora não quero a vovó brigando comigo. — Pegou nas mãos tão pequenas quanto as suas e entrelaçou seus dedos, puxando o loiro para a calçada.



Passagem de tempo.




Olhando-se no espelho, o ruivo se admirava. Com seus 14 anos se arrumava para sair com seus amigos, Hidan já o esperava no carro, impaciente pela demora. Pegou o vidro do perfume que ele gostava e se perfumou, sorrindo como um tolo apaixonado. Seria naquela noite que se declararia para Deidara, planejou cada detalhe, casa palavra que sairia de sua boca fora meticulosamente ensaiada pelo mesmo. Vestiu sua jaqueta por cima da regata preta e saiu de casa, deixando um beijo na bochecha de sua avó.


My beloved DetectiveOnde histórias criam vida. Descubra agora