Capítulo 15

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Hanniel

— Não da certo! Nada está dando certo! — Érebo exclamou, revoltado.

— Só a sua magia não é suficiente e a minha é
está muito fraca para ajudar. — Nix resmungou, suspirando e esfregando uma das têmporas.

— Por que não usam a chave e o cadeado ? — Os dois me olharam confusos. — Quando eu soltei você usei uma chave e na sua jaula tinha um cadeado...Eles são encantados, não são ? — Questionei.

— É claro!! Eles são sim enfeitiçados e podem conter magia suficiente para quebrarmos a barreira! — Nix disse.

— Obrigada, criança. — Eu Assenti sorrindo. — Só que eu e Érebo não podemos entrar na caverna. Depois que você sai, não pode mais entrar.

— Eu e a Brianna podemos buscar amanhã depois da escola. — Ofereci, segundos depois uma almofada atingiu a minha cabeça.

— Uma vírgula que eu vou naquela casa e naquela floresta. Euem, você está maluco. — Brianna ralhou, me encarando irritada.

— Larga de ser medrosa. Não tem mais nada lá...O monstro já está solto. — Apontei para Nix que permaneceu com o semblante sério, mas eu sentia que ela queria rir.

— Ela tem medo que eu a assombre com as aranhas de novo...— Minha melhor amiga tremeu e ficou pálida.

— Para com isso, irmã. Você não iria gostar se eu assombrasse o seu parceiro. — Érebo resmungou e abraçou a Brianna, aninhando ela em seu colo e dando um beijinho na sua testa.

Fofos.

— Certo...Não vou mais perturbar a algodão doce. — Eu abri meus braços e minha namorada ficou entre minhas pernas, deitando a cabeça em meu ombro.

— Está com fome ? — Sussurrei e vi ela assentir. — Vai comer, vou tentar não dormir antes de você voltar.

— Vai ficar bem sozinho ?

— Quem diria...A criatura maligna toda preocupada comigo...— Impliquei, recebendo um olhar de advertência e Nix tentou se afastar. Eu a prendi com as pernas, claro que ela deixou. Ela é bem mais forte que eu e se livraria do meu aperto em dois segundos.

— Criança arrogante e chata. — Eu ri baixinho e ela me roubou um selinho. — Até logo.

— Até. — Me despedi e observei ela desaparecer.

As vezes ela sumia do nada, mas também tinha vezes em que era gradual. Eu não podia deixar de lembrar do Gato de Cheschire.

°°°

— Não quero mais ir. — Brianna disse enquanto eu a arrastava até a ponte.

  Meu avô ainda estava trancado em casa e ninguém poderia ir até lá, ele chegou a reduzir os empregados e andava com uma arma pela casa. Aparentemente a minha parceira fazia visitas frequentes ao velho. Mesmo que a Nix não estivesse mais aqui, me arrepiei diante da neblina densa que assolava o outro lado da ponte de madeira obscura.

— Parece coisa de filme. Desse lado está um sol de matar e do outro parece que é um cemitério mal assombrado. — Brianna relatou e eu assenti, apertando sua mão.

Quando tomei a iniciativa de atravessar a ponte, senti a madeira ranger sob meus pés e engoli em seco pelo som que ecoou na floresta. Respirei fundo e comecei a andar, puxando Brianna comigo. Quando enfim chegando do outro lado, era como se a temperatura tivesse caído uns dez graus.

— Que merda, sai do deserto para o Alaska em dois segundos. — Sua fala saiu condensada, ou seja, uma nuvem de vapor se formou enquanto ela falava.

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