Uma mulher chamada desejo

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— Eu já disse que não quero ir para nenhuma boate! — esbravejou Júlia.

— Mas é o seu aniversário! Não vamos te deixar em casa sozinha! — reclamou Cíntia.

— Exatamente! Só passando por cima do meu cadáver você fica em casa, chorando por causa daquele imbecil! — completou Sofia.

Júlia levantou da cama e foi em direção à cozinha, sendo seguida pelas amigas.

— Eu não estou mais chorando. Vocês podem sair, eu vou jantar e depois dormir nos braços de Morfeu.

— Querida, eu só deixaria você dormir nos braços de Morfeu se ele se materializasse na sua casa e te comesse a noite toda. Como isso não vai acontecer, entra no seu quarto novamente e troca de roupa! — argumentou Sofia.

— Isso mesmo! Vamos logo que eu quero me esbaldar hoje à noite! — reforçou Cíntia.

— Não sei. Estou com sede de vingança, então, se eu for para alguma boate, vou cometer uma loucura — avisou Júlia.

— Mas essa é a intenção! Cometer uma loucura com um homem lindo e gostoso! Você não vai ficar aqui curtindo fossa, envelhecendo 100 anos, enquanto aquele cretino do Bosco está se divertindo com aquela nojenta da Melissa — alardeou Cíntia.

— Sem falar da outra vez quando ele se envolveu com aquela mulher, como é mesmo o nome dela?— perguntou Sofia irritada.

— Luíza, o nome dela é Luíza — informou Julia. — Ele saiu com ela antes de nos envolvermos, Sofia. Não dá pra chamar de traição e eles são amigos, somente isso.

— Não o defenda! Ele sabia que você estava apaixonada e mesmo assim se envolveu com ela.

— Esquece, amiga — pediu Júlia.

— Esquecer? Desde quando eu esqueço esse tipo de coisa? Deixa de ser boba!

— Concordo com a Sofia. Você tem que mostrar para o Bosco que a fila anda, amiga. — pontuou Cíntia.

Júlia parou um instante, pensativa.

— Quer saber? Vocês estão certas. Vou colocar uma roupa estilo "vestida para matar", depois saímos para caçar!

— Isso! Uhu! — Cíntia gritou.

— Enquanto se veste, vamos iniciar os trabalhos tomando uma cerveja — falou Sofia.

Julia entrou no quarto, foi até o closet e escolheu um cropped e short de malha com uns fios brilhosos. Nos pés, bota preta até os joelhos. Caprichou na maquiagem e deixou os cabelos soltos, olhou-se no espelho e gostou do resultado. Quando saiu, Sofia e Cintia assobiaram.

— Eita, amiga! A noite promete! — comentou Sofia.

No meio do caminho, foi convencida a ir a uma das boates que Bosco cuidava da segurança, a intenção era provocar. Mas, quando o Uber parou em frente, Júlia mudou de ideia.

— Gente, não sei se essa é uma boa ideia, talvez o Bosco esteja aí dentro. Não quero dar de cara com ele e a Melissa, sou capaz de dar uma voadora na cara dos dois!

— Júlia, nós vamos entrar sim! Desce logo que o tempo está passando! — disse Cíntia.

— E como vamos entrar? Olha o tamanho dessa fila! Você sabe que eu odeio fila! — reclamou Júlia.

— Nós temos entrada vip, gata! — falou Cíntia sorrindo, abanando-se com as entradas.

— Como conseguiram isso? — perguntou Júlia.

— Nem queira saber! — riu Sofia. — Tivemos que usar todo o nosso poder de persuasão! — Piscou o olho.

— Gente, o tempo está passando! Parem com essa sessão de interrogatório e caminhem para a entrada. Anda meu povo! — resmungou Cíntia.

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