Quatro

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TAYLOR chegou ao Chez Robert precisamente às 20h. O restaurante francês quatro estrelas, com suas paredes forradas de papel estampado de flores e seus cantos iluminados por velas, era um dos seus favoritos desde que se mudara para Urbana. Só de entrar nele se sentia à vontade. Acabara de tirar o casaco quando foi cumprimentada entusiasticamente pelo maitre. Ele lhe beijou a mão com um floreio e sorriu.

— Ah, mademoiselle Swift... um prazer, como sempre. Não sabia que vinha jantar aqui esta noite.

— Estou acompanhada por um amigo, André. O sr. Alwyn.

— Al... — Com as sobrancelhas unidas, André procurou em seu livro de reservas enquanto mentalmente repetia o nome. — Ah, sim, dois para às 20h. Auwen...

— Quase isso — murmurou Taylor.

— Seu acompanhante ainda não chegou, mademoiselle. Deixe-me levá-la para sua mesa. — Com alguns ajustes rápidos e precisos, André trocou a mesa reservada por Joe para ficar mais adequada à sua cliente favorita, mudando-a de uma pequena mesa central em meio ao tráfego mais intenso do restaurante para o canto calmo, que era o lugar favorito de Taylor.

— Obrigada, André. — Já se sentindo em casa, Taylor se instalou na cadeira com um pequeno suspiro. Sob a mesa, seus pés escorregaram para fora dos sapatos.

— Meu prazer, como sempre. Gostaria de uma bebida enquanto espera?

— Uma taça de champanhe, obrigada. O de sempre.

— É claro, agora mesmo. E, mademoiselle, se permite a ousadia, a lagosta Robert, esta noite, está... — Ele beijou a ponta dos dedos juntos.

— Vou me lembrar.

Enquanto esperava, Taylor pegou sua agenda e começou a anotar seus compromissos para o dia seguinte. Quase terminara de tomar o champanhe quando Joe se aproximou da mesa. Ela não se deu ao trabalho de erguer os olhos.

— Ainda bem que não sou um incêndio.

— Nunca me atraso para um incêndio. — Ele se sentou e passaram um momento se observando.

Então, ele possuía um terno, pensou Taylor. E ficava bem nele. Paletó escuro, camisa branca bem passada, uma gravata cinza discreta. Embora os cabelos não tivessem sido completamente domados, tinha na verdade uma aparência mais elegante do que esperava dele.

— Eu o uso para enterros — disse Joe, compreendendo-a perfeitamente.

— Bem, isso certamente dá o tom desta noite, não dá?

— Você escolheu o restaurante — lembrou ele. Olhou em torno. Classe e calma, pensou. Apenas um pouco enfeitado demais e abafado... exatamente o que esperava.

— Então, que tal a comida aqui?

— É excelente.

— Mademoiselle Swift. — O próprio Robert, pequeno, gorducho e de smoking, parou à mesa para beijar a mão de Taylor. —Bienvenue... — começou.

Joe se recostou na cadeira, tirou um lenço do bolso e colocou de volta, observando enquanto conversavam em francês. Ela falava como uma nativa. Esperava isso também.

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