Sete

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O ÚLTIMO lugar que Taylor esperava passar a tarde de sábado era numa quadra de esportes, assistindo policiais e bombeiros jogarem basquete. Ficou de mau humor por quase todo o primeiro quarto, os cotovelos nos joelhos, o queixo nas mãos. Afinal, Joe não havia mencionado o jogo, não a havia convidado diretamente. Estava lá para testemunhar o que era obviamente uma importante rivalidade anual apenas por causa da sobrinha. Não que isso tivesse importância para ela, garantiu. Joe, certamente, não tinha obrigação de incluí-la em seus divertimentos pessoais. O canalha.

Ao lado dela, Aly estava no paraíso do basquete, torcendo pelos camisas vermelhas com o entusiasmo apaixonado de uma admiradora incondicional. Os olhos castanho-claros brilhavam enquanto ela seguia os movimentos na quadra do antigo ginásio na zona oeste.

— Não é um jeito tão ruim de passar a tarde — comentou Bella acima do som agudo do apito do juiz. — Olhando um bando de caras meio despidos suar. Por falar nisso, seu cara é bem bonito.

— Já lhe disse, não é o meu cara. Nós apenas...

— Sei, você me contou. — Rindo, Bella passou um braço pelos ombros de Taylor. — Alegre-se, Tay. Se tivesse ido com Austin e os meninos descarregar o carro na casa de Gigi, seu irmão a estaria interrogando agora mesmo.

— Você tem razão. — Deixou escapar um suspiro. Apesar de supostamente aborrecida, estava acompanhando o jogo com atenção. Os tiras perseguiam Joe o tempo todo, observou. Não era uma estratégia ruim, já que ele jogava como um trator e fizera sete pontos no primeiro quarto. Não que estivesse contando...

— Ele não me falou sobre este jogo — resmungou.

— Oh? — Lutando para não sorrir, Bella passou a língua nos dentes. — Devia ter outra coisa em mente. Ei! — Ficou de pé num pulo, como quase toda a multidão, quando um dos camisas azuis deu uma forte cotovelada nas costelas de Joe. — Falta! — gritou Bella, as mãos fazendo uma concha na boca.

— Ele aguenta — resmungou Taylor, e tentou não se incomodar quando Joe se aproximou da linha para fazer o lançamento. — Tem um estômago de ferro. — Lutou entre o orgulho e o ressentimento quando ele converteu os três pontos.

— Joe é o melhor. — Aly sorriu, já mergulhada na adoração ao herói. — Viu como ele se move para o campo adversário? E tem um salto sensacional. Já bloqueou três lançamentos sob a cesta.

Então, talvez ele fosse bom, admitiu Taylor. Aquelas longas e musculosas pernas pulando, aqueles ombros largos molhados de suor, todo aquele cabelo maravilloso voando enquanto se virava ou pulava. E também via aquela expressão nos olhos dele, feroz e arrogante. Assim, talvez quisesse que ele vencesse. O que significava que ficaria em pé e torceria.

No terceiro quarto, ela já estava em pé, como o resto da plateia, gritando e erguendo os braços, quando Joe fez três cestas de falta, e com isso os Smoke Eaters passaram os Bloodhounds em dois pontos.

— Direto no saco! — gritou, segurando o braço de Bella. — Você viu aquilo?

— Ele tem movimentos extraordinários — comentou Bella —, mãos rápidas.

— Sim... — Taylor sentiu um sorriso idiota se espalhar pelo rosto. — Nem me diga.

O coração aos pulos, ela se sentou de novo. Estava inclinada, o olhar preso à bola. O som de pés correndo ecoava enquanto os homens avançavam pela quadra. Os tiras fizeram um lançamento: os Smoke Eaters o bloquearam. A confusão que se seguiu deixou dois homens no chão e os demais rosnando uns para os outros enquanto o juiz apitava. Agora, pensou Taylor, zangada, estavam jogando sujo. Com uma exclamação de desprezo, mergulhou a mão num saco de amendoim salgado que Bella lhe oferecia. O treinador pediu falta. Cotovelos voavam, uma mistura de corpos sob a rede enquanto a bola subia, batia na borda, era perseguida.

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