Como não valia a pena voltar para casa quando terminara de prestar depoimento na delegacia de polícia, Joe se deitou no sofá velho do escritório e dormiu por três horas, até as sirenes o acordarem. Por hábito, seus pés atingiram o chão antes de se lembrar de que não precisava mais atender o alarme. Anos de treinamento lhe permitiriam apenas se virar para o outro lado e voltar a dormir. Em vez disso, levantou-se, os olhos vermelhos, e foi até a cafeteira, medindo o pó, ligando a aparelho. Seu único objetivo agora era levar uma gigantesca caneca de café para o chuveiro e ficar lá por uma hora.
Pegou um lápis que estava fora do lugar, e jogou no lixo, olhando com expressão severa enquanto o pote de café se enchia, gota a gota. A batida rápida na porta apenas lhe aumentou o mau humor. Voltando-se, dirigiu-o a Taylor.
- Cedo demais - resmungou, e passou uma das mãos no rosto. Por que diabos ela tinha que parecer sempre tão perfeita? - Vá embora, Taylor. Ainda não acordei.
- Não vou. - Lutando para não se sentir magoada, pôs a pasta no chão e as mãos nos quadris. Obviamente, disse a si mesma, ele dormira muito pouco ou não dormira. Seria paciente. - Joe, preciso saber o que aconteceu a noite passada para planejar os próximos passos que precisam ser dados.
- Contei-lhe o que aconteceu.
- Não foi muito generoso com os detalhes.
Resmungando, ele pegou uma caneca e se serviu da pequena quantidade de café que havia.
- Pegamos o tocha. Está preso. Não vai mais provocar incêndios por um bom tempo.
Paciência, lembrou Taylor a si mesma, e se sentou.
- Clarence Jacoby?
- É. - Olhou para ela. Que escolha tinha? Ali estava ela, maravilhosa, polida e perfeita. - Por que não vai trabalhar e me deixa organizar as coisas aqui? Farei um relatório para você.
Os nervos de Taylor se distenderam em sua espinha, para cima e para baixo.
- Há alguma coisa errada?
- Estou cansado - respondeu, ríspido. - Não consigo fazer uma caneca de café decente e preciso de um chuveiro. E quero que você pare de ficar atrás de mim.
A surpresa surgiu, primeiro, no rosto dela, substituída pela mágoa.
- Desculpe - disse ela, a voz fria e seca enquanto se levantava. - Estava preocupada sobre o que aconteceu a noite passada. Queria ter certeza de que você estava bem. Como posso ver que está... - Ela pegou a pasta. - E como não teve tempo de elaborar seu relatório, sairei do seu caminho.
Ele praguejou, passando uma das mãos pelos cabelos.
- Taylor, sente-se. Por favor - acrescentou quando ela permaneceu em pé, a expressão distante, na porta. - Desculpe. Estou me sentindo mal esta manhã e você cometeu o erro de ser a primeira pessoa na linha de tiro.
- Estava preocupada com você - disse ela, calma, mas não voltou para o escritório.
- Estou bem. - Virando-se, tomou o café. - Quer um pouco disso?
- Não. Devia ter esperado você entrar em contato comigo. Compreendo isso agora. - Era, pensou ela, como se subitamente estivesse pisando em ovos. Uma noite separados não devia torná-los tão desajeitados um com o outro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor & fogo
FanfictionJoseph Alwyn, o tipo de cara que faz o que tem de ser feito, sem se importar com os obstáculos. Taylor Swift, fria, calma, contida. Até alguém transformar sua empresa em fumaça. Literalmente. Criado nas ruas, não se podia dizer que Joe combinava...