Capítulo 4 - Milagres e Animes

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Apertem na estrelinha pra ver ela brilhando!

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Gostaria muito de dizer que estou de bem com a vida e que acordo como um verdadeiro ator de novela, cabelos impecáveis, dando bom dia para todo mundo e com um belo café da manhã na cama. Só que não. A minha realidade é total e cruelmente diferente dessa.

Dor nas costas, olheiras e um livro, o qual pesava três vezes o meu peso, jogado em cima da minha perna. Resumindo, eu estava um lixo, mas o importante estava impecável, o trabalho do Sr.Kwon.

Havia passado horas da noite anterior como um aloprado em frente ao computador, há quem diga que hackers do mundo todo estão chorando agora depois de terem visto a rapidez com que eu digitava aquelas seis mil palavras. Isso era tudo questão de entregar no prazo, além que Jake precisava da minha parte concluída para que o trabalho pudesse ser, finalmente, finalizado e entregue.

Eram cerca de 4 da manhã quando eu o enviei e, sem nem esperar alguma resposta do outro, caí no sono na mesma posição que estava, a coluna em perfeito estado, graças a Deus.

🎭

Agora eu andava como um morto vivo, arrastando-me pelos corredores da faculdade e rezando para não me deparar com o trio parada dura em plena 7h da manhã, o que foi estranho, pois desde que cheguei, não notei sinal de nenhum dos três. Que assim seja até o final do dia.

Três aulas seguidas de cenografia e figurino e, enfim, a tão esperada pausa. Decidi que iria até a biblioteca, as possibilidades de encontrar Jake lá eram grandes e eu queria saber se havia ocorrido tudo bem com a finalização do trabalho, ou se ele precisava de alguma ajuda.

No meio do caminho, pude avistar a inconfundível cabeleira azul de Yeonjun. Ele estava sentado em uma espécie de batente, encostado na pilastra e, ao contrário do de sempre, estava sozinho, assim como no dia que acabamos nos esbarrando na biblioteca. Yeonjun estava com os fones no ouvido e olhando para algum ponto fixo, seu semblante parece indiferente, arrisco que até um pouco perdido.

Era, de fato, raro presenciar cenas em que o garoto popular e metido - a besta - não estivesse dando em cima de alguma garota ou, até mesmo, importunando algum coitado que passasse por seu caminho. Na verdade, ele era imprevisível. E eu gostaria muito de saber o que se passava em sua mente naquele momento.

Ainda um pouco pensativo sobre a cena, volto ao meu destino anterior, chegando finalmente na entrada da biblioteca. Lembro do local em que vi Jake da última vez, na esperança de encontrar o moreno novamente, mas antes de ir procurá-lo, vejo o garoto de óculos vindo em minha direção.

- Soobin! Estava mesmo querendo falar com você. - Deu uma mini corridinha, tentando equilibrar os livros que carregava.

- Estamos juntos nessa então. - Falei, ajudando-o a carregar metade dos exemplares. - Algum problema com o trabalho?

- Não, mas encontrei o Sr. Kwon hoje e ele nos parabenizou. - Arregalei os olhos surpreso e Jake riu. Sr. Kwon não faz o tipo de professor que elogia assim tão facilmente, mas fico feliz em ser parabenizado por algo que me esforcei. - Bom, ele ainda quer falar com você pessoalmente.

- Vou ter que segurar a batata quente sozinho? - Dramatizei, fazendo Jake rir um pouco alto e, por consequência, receber olhares feios das pessoas ao redor.

- Relaxa, se tivesse alguma reclamação ele falaria comigo também. - Jake falou, tranquilizando-me um pouco sobre a possível bomba que viria.

- Jake, querido, está muito ocupado? Poderia organizar a sessão de ciências ficcionais? Esses pirralhos vivem pegando os livros e não são capazes de colocá-los na prateleira de volta.

A bibliotecária, que agora vinha cheia de livros nos braços, falou passando por nós, ela é uma senhora de meia idade, cabelos grisalhos e óculos redondinhos, um amor de pessoa na maioria das vezes. Mas não duvide da sua capacidade de arremessar uma caneta em quem estiver fazendo barulho na biblioteca.

- Claro, Sra. Jina, faço isso agora mesmo. - Respondeu Jake, com seu jeito polido de sempre, prontamente se levantando. - Preciso ir agora, Soobin, boa sorte com o Sr. Kwon. - Falou, pegando os livros da mesa e indo até o balcão da Sra. Jina.

- Obrigado, eu acho... - Sem muito mais o que fazer, pego minha mochila na intenção de ir para casa e aproveitar o resto da tarde da melhor forma. Dormindo.

Isso se, claro, eu não encontrasse o queridíssimo Sr.Kwon no meio de todo esse processo.

- Grande Soobin, quanto tempo, não? - Falou humorado, dando alguns tapas, ou melhor, murros, em minhas costas.

- Ah, oi, professor. Jake disse que queria falar comigo. - Perguntei de uma vez, sem querer prolongar muito aquela conversa.

- Claro! Queria dar meus parabéns pessoalmente, sabe que não tenho esse costume, mas o trabalho está impecável. Sempre disse que você tinha muito potencial, Soobin, continue assim e irá longe, rapaz. - Se eu estivesse com a condição emocional abalada, poderia dizer que talvez eu chorasse, talvez.

Sabe a sensação de ter acertado pelo menos uma vez na vida? As palavras de Sr. Kwon, por mais formais ou genéricas que tenham sido, fizeram-me lembrar por quais razões havia escolhido aquele curso. Gratificado, era como me sentia.

Depois de quase choramingar agradecendo, volto ao meu objetivo, ir para casa.

🎭

Banho tomado, cheiroso e pronto para descansar meu corpo tão judiado pela semana.

Sexta-feira era como um ticket de descanso, o dia que eu me permito comer besteira, assistindo qualquer filme trash que estivesse passando na televisão até que eu pegasse no sono e acordasse no outro dia com torcicolo por ter dormido no sofá, pois é.

Com uma pizza inteira ao meu lado e um litro de Coca-Cola, estava pronto para maratonar, pela décima quinta vez - sim, eu contei -, death note, por mais que eu soubesse que nunca assistiria até o final de novo. Resumidamente, precisava alimentar a vontade que surgia a cada momento de tédio e, bom, hoje era um deles.

Nunca vou saber explicar, propriamente, como eu comecei a me interessar por animes, especificamente death note, mas já houve fases de extremo vício, onde meu quarto era tomado por posters e tudo, absolutamente tudo, em meu celular tinha alguma coisa que fizesse alusão ao "livrinho da morte". Até onde vai a obsessão.

00:00 em ponto. Metade dos episódios já tinham ido, assim como a pizza e a minha disposição para levantar e me deslocar até o quarto. Movimentei o mínimo possível para conseguir desligar o notebook, sem sair daquela posição que, na minha cabeça, parecia ser a mais confortável. Dei uma pequena olhada no meu celular, para ver se havia alguma mensagem do foxymint, porém nossa conversa parou na minha mensagem perguntando "como foi seu dia?", entretanto, sem respostas até agora. Eu diria estranho, mas estava sonolento demais para perguntar se estava tudo bem.

E como de costume, dormi ali mesmo.



Notas do autor

Demorou um tico, mas enfim o capítulo 4 foi postado, (não nos matem por favor!!!) ele é meio paradinho mesmo pois é um capítulo de transição, mas não se preocupem, o próximo capítulo promete!

Ah, e só mais uma coisinha, vi muita gente perguntando se é o Jake do enhypen, e não, não é. Até pensamos nele na hora de escrever, mas não é ele, porém vocês estão livres para imaginá-lo da forma que quiserem! 😋

E aos leitores novos, sejam muito bem vindos ao universo de WeStranger, sintam-se livres para comentar e darem suas opiniões sobre a história, ficamos muito felizes em ver os comentários de vocês!

Não esqueçam de votar e comentar bastante, até a próxima!!

Beijocas! ( ˘ ³˘)

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