Lia juntava as peças, os olhos antes altos e altivos se baixavam para encarar o chão, como pudera se esquecer.
Ele a agarrara. Naquele dia. O dia em que matar e escravizar é aprovado pela lei.
Ela seria uma criada, acompanhante ou simplesmente uma concubina.
Lia se lembrou, ela sentiu o sangue quente em sua pele. Ela viu os olhos sem vida de sua irmã, era neles que ela colocava sua atenção, porém aquele castanho confortável e conhecido por tantos anos havia sumido, e o que sobrara era frio e imóvel.
Lia não sentiu seus joelhos cederem e nem mesmo sentiu-se cair. Tudo lhe faltava, a única coisa que pudera contar era um pouco de liberdade.
Que perdera.
- Gostaria de conversar sobre essa situação- disse se aproximando - E não estou em busca de faxineiras ou arrumadeiras - disse agachado ao seu lado, Lia sentia se estômago embrulhar, Nikolai não era assustador, e muito menos feio, mas o sentimento de virar a concubina de qualquer pessoa lhe causava arrepios. - E também não busco companhia em minha cama.
Ela suspirou aliviada.
Ele tinha um olhar misterioso, os lábios levemente comprimidos. Ele passou uma mão pelos cabelos suspirando sem olhá-la nos olhos.
Ele levantou rapidamente, estendendo a mão para Lia, que, contra todos os seus sentidos, segurou. A mão dele era quente e forte, pensou ela, calejada o suficiente para não ser da realeza mas não o suficiente para ser um soldado.
- O que você é? - Lia pensou alto encarando aqueles olhos esverdeados, ela não os havia reparado antes nas sombras, eles tinham um cor que ela nunca havia visto antes, uma mistura da cor da grama e do céu num dia ensolarado. Nikolai cortou rapidamente o contato visual, mais uma vez contraindo os lábios.
- Isso não te diz respeito - a voz saiu grave e forte, o sotaque dele era diferente ela reparou subitamente, "seria um sotaque nobre? Ou um sotaque de outra província?" Lia bufou.
- Por que eu estou tão dolorida? - disse ela equilibrando-se, indo em direção à cama.
- Procedimento padrão - Lia empalideceu, os olhos se arregalando enquanto juntava as peças, mas sem conseguir encontrar alguma memória do que aconteceu após ele tê-la agarrado. Suas mãos desceram pela sua barriga até ápice das coxas, segurou a camisola com força até seus dedos ficarem brancos. O olhar se mantendo naquela região, o lábio inferior tremido levemente.
Os olhos dela se tornavam pesados, não era virgem mas ainda sim sentia como se algo fora tirado dela, ela franziu o nariz, olhando aquela região, incapaz de encara-lo e quase incapaz de conter as lágrimas que ameaçavam aparecer.Oi galera, não esquece de deixar o votinho se você gostou do capítulo.
Um comentário seu também ajuda muito.
Fer
VOCÊ ESTÁ LENDO
Prometidos
ParanormalUm país quebrado governado por um rei corrupto e violento, com uma corte de mentiras e um exército poderoso. Um garoto e uma garota, dois destinos entrelaçados. Nikolai está na corte. Todos os seus pesadelos se realizaram ele foi vendido pelo seu...