Viver uma nova vida longe dos problemas era uma idéia que me encantava,sempre sonhei em ser independente,querendo ou não,eu e minha mãe tínhamos um relacionamento questionável.Eu não tinha de enfrentar as coisas,pois minha mãe estaria lá por mim,mas hoje não,hoje eu não sinto medo de nada,nem mesmo da morte.
Acho que já chega de escrever baboseiras nesse pequeno livro de noventa páginas com a estampa de um gato com asas de anjo que chamo de diário,se bem que,eu poderia dar outro nome...Talvez "livro dos pensamentos diários"...Nah,diário é melhor e mais curto,afinal eu só o tenho porque minha antiga terapeuta recomendou que eu escrevesse meus sentimentos.
Ainda estou no avião,por alguns segundos eu me esqueçi que ainda estava sentado nesse banco fofinho,porém já acordaram todo mundo,está quase na hora do pouso,devo me preparar para viver em um lugar que não faço a menor idéia de como pode ser...Mas estou determinado e vou conseguir,afinal eu sempre sonhei com isso tudo,e...
Avião está pousando,é agora.
Após o sinal do piloto a aeromoça da as ordens que as pessoas aos poucos se levantem e peguem seus pertences, após algumas pessoas saírem do avião,levanto de meu assento,tendo em minha mão,meu diário e uma caneta preta,das quais eu guardo em minha maleta por uma fresta pequena que abro no zíper.
Pego minha bagagem e sou um dos últimos a sair do avião, desço aquelas escadas grandes de metal sem olhar para trás,e vou andando em direção ao centro do aeroporto,pego assim meu celular e chamo por um táxi,que me levaria ao endereço de meu apartamento.
Logo depois de chamar um táxi pelo meu celular,aguardo em frente ao aeroporto,sinceramente morrendo de fome,decidi não comer nada no aeroporto já que tem lugares que posso comer na estrada.Entrei no carro,sentei na parte de trás,logo,indico meu destino,começando assim a viagem,fecho os meus olhos,apoiando na janela do carro enquanto ouço um podcast ótimo sobre filmes clássicos do cinema.
Peço para que o motorista dê uma parada para que eu possa comer,desço do táxi e sento em frente ao balcão da lanchonete, peço um queijo quente e café com leite,eu sou viciado nessa porra...Enquanto isso,o motorista está apoiado em seu carro, fumando um cigarro e mechendo em seu celular.E quando eu terminava de comer reparei em uma mulher que estava me observando,e sorrindo para mim,retribui o olhar,e também dou um sorriso, já depois de comer coloco seis dólares em cima da bancada,olho para a moça uma última vez,e antes que ela pudesse falar alguma coisa,derrubo seu copo de café em cima de seu colo e saio andando apenas ouvindo o grito de alguém que se assustou com tal atitude.Isso sim me deixou animado de verdade,volto para o táxi,que me leva a meu endereço em cerca de cinquenta minutos depois.
Agradeço o motorista e desço em frente ao prédio,olhando para cima e notando sua altura,me lembrando que irei morar em um dos apartamentos mais altos do prédio.E eu,segurando minhas malas,entro no prédio e falo com o porteiro:
_Oi,eu sou Theobaldo,novo morador daqui.Ele,ao perceber minha presença se vira e pergunta:
_É você o rapaz que veio de Ohio?
_Sim,sou eu,vou fazer faculdade de engenharia aqui perto.
_Já ouvi falar de você,pode falar com a síndica aqui do prédio,ela vai te apresentar seu apartamento.Diz ele apontando o dedo indicando que eu entre.
Escuto o som de passos chegando cada vez mais perto de mim, então chega uma moça, sorridente e ainda se despedindo de uma moradora do prédio.Quando chega perto de mim ela já me pergunta:
_Você é o morador novo?Pergunta olhando para mim de cima a baixo.
_Sou sim,e você deve ser a síndica? Pergunto já imaginando a resposta.
_Prazer,Ruby eu sou a síndica do prédio,pode vir comigo.Fala ela dando as costas e me chamando com os dedos.
Subimos as escadas,eu sempre ia andando atrás,observando cada passo que dava,e a julgava pelas suas roupas,blusa preta, blazer, calça preta, e um belo salto,sem contar seus enormes brincos de argola e sua maquiagem,que aparentava ser muito bem feita,ela não parece ser qualquer uma,quer ser vista,notada,ela é esperta,devo tomar cuidado...
Ao chegarmos no décimo primeiro andar ela me apresenta meu apartamento,abrindo com sua chave e logo entrando,entro junto a ela,observo o apartamento e falo:
_Realmente bem aconchegante, está bem mobiliado.
_É...Sinto falta da minha época de estudante.Diz ela me entregando a chave e indo em direção a porta.
_Mais nenhuma coisa a dizer?Pergunto.
_Sem música alta depois das oito,limite de dois animais de estimação,e sem transformar seu apartamento em uma refinaria de drogas.Diz ela já na porta,dando um pequeno sorriso, e indo embora.
Começo a observar todos os cantos,olho as paredes,elas tem um tom cinza azulado,os móveis estão todos cobertos com plásticos,dos quais eu retiro já amassando-os e os jogando no lixo que estava ao lado do fogão de minha cozinha,eu já sabia que o apartamento estaria mobiliado então não me surpreendi,agora o que tenho a fazer é apenas ajeitar as coisas do meu gosto.
Depois de guardar minhas roupas,vou em direção a sacada,apoio minhas mãos nela e olho para baixo,vendo que lá embaixo fica o estacionamento do prédio,que mesmo muito grande,no momento não havia muito veículo.
Percebo que muitos dos apartamentos tem tela de segurança na sacada,mas eu não teria condições de pagar por isso, também acho desnecessário,não tem problema.
Minhas aulas vão começar daqui dois dias,vou poder aproveitar um pouco,mas preciso ir comprar alguns mantimentos antes.
Ainda me preparando para sair de casa,recebo uma chamada em meu novo número,na hora isso me assusta,mas então eu dirijo minha mão ao meu bolso para atender essa chamada.
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Dear Diary
Mystery / ThrillerApós a morte de sua mãe em um terrível acidente de carro, Theobaldo, um jovem psicopata de 22 anos tenta uma vida nova, sem família, amigos, e problemas passados. Até o dia que ele se sente encurralado e resolve seus obstáculos de uma forma não mui...