C.A.O.S.: Carnalmente Apaixonada, Operação Sonserina!

Mudança na Atmosfera

Descia as escadas sem pressa, já havia perdido a manhã inteira de aula novamente, como permitiu-se perder algumas antes, por perder a noção do tempo quando estava com Pansy e, mesmo assim, em todo seu ano acadêmico, não estava nem um pouco preocupada com o que perdera nas aulas. No fundo sabia que não faria diferença, continuaria a melhor aluna de Hogwarts, ainda sendo humilde.

Seu corpo estava muito mais leve de toda preocupação dos dias anteriores, de tudo que fazia sua sobrancelha ficar franzina e sua mente ser assolada de medo por Harry e tudo o que viria a seguir. Ainda sabia que corria perigo, ainda tinha ciência de que tudo aquilo era em vão porém, não conseguia parar de sorrir. Seu corpo nunca esteve tão leve naquele ano e, sendo sincera consigo mesma, não lembrava qual a última vez que se sentira tão bem assim.

Decidiu ir para a biblioteca. Hermione era uma leitora assídua porém, escrevia em alguns dias bons também. Apenas nos dias bons.

- Hermione! - Olhando rapidamente para trás, reconheceu a voz muito antes de olhar o rosto redondo do garoto, agora mais alto que si. - Harry estava te procurando, disse que iria para a cabana do Hagrid.

- Oh, sim, obrigada Neville. Eu vou apenas pegar alguns livros e...

- Ele parecia preocupado. Umbrigde.

Aquele nome poderia mesmo estragar qualquer dia (ou até qualquer vida) porém, Hermione estava disposta a continuar com aquela sensação gostosa de leveza, mesmo entre as preocupações. Afirmou silenciosamente com a cabeça e se despediu rapidamente do amigo, indo em direção da saída do castelo. Logo, observando o céu fora do castelo, percebeu que iria passar um pouco de frio se demorasse demais porém, preocupada com os amigos e com a Armada de Dumbledore, desceu correndo os degraus, franzindo as sobrancelhas quando chegou perto suficiente da cabana de Hagrid.

- Onde é o incêndio, mulher? - Não pode deixar de rir do susto que Gina lhe dera e da própria abordagem em si. Sendo sua amiga mais próxima, a única que sabia de sua queda sobre Pansy Parkinson. Até então, sabia apenas da quedinha e esse pensamento fez com que seu rosto esquentasse. Enquanto colocava a mão sobre o peito, sentindo o coração bater mais rápido pelo pensamento de contar sobre seu namoro secreto à alguém, respirou fundo fingindo ser apenas o susto anterior.

- Você ainda me mata do coração, Gina. Harry pediu para te chamar também?

- Na verdade, ouvi ele comentando com meu irmão e minha curiosidade falou mais alto. - Soltando uma risada fraca com a atitude da mesma, Hermione balançou a cabeça negativamente. - Qualquer coisa, já sabe, eu estava contigo na biblioteca.

- Como se fossem realmente acreditar. - Murmurando baixo, deixou a amiga seguir seus passos para a entrada da cabana, batendo levemente na porta. Escutando a voz grave do amigo gigante, fez força para abrir a maçaneta e logo viu seus amigos sentados em volta da mesa grande de madeira. - O que houve?

- Sirius.

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- Você precisa se acalmar, Pansy. Precisa pensar direito para ajudar, ok? Se não, tudo vai por água a baixo. - A voz de Mikaela era muito mais calma que o comum e seu toque era muito mais acolhedor do que de costume. Quando ouviu a situação de Hermione, presa na sala de Umbrigde, só o que quis fazer era estuporar a mulher com cara de sapo. Blaise deixou a notícia que havia conseguido ouvir nos corredores e disse que iria esperar no salão comunal, pronto para ajudar no que for preciso afinal, a brigada inquisitorial não tinha esse direito. Não tinha direito de nada, na verdade. - Agora você vai beber esse copo d'água e nos dizer o que quer que a gente faça.

Olhou ao redor, antes de respirar fundo e deixar sua visão voltar ao normal, podendo enxergar Amanda, Celina, Mel e até mesmo Jackie, atrás de Mikaela. Todas a encarando, com semblantes preocupados e prontos para fazer justiça. A justiça como havia de ser feita.

Sentiu o líquido fresco descer por sua garganta e, mesmo ainda zonza de preocupação com Hermione, fechou os olhos e em menos de dois segundos, sabia o que faria em seguida. Seu sangue fervia com o veneno que aquela mulher injetara em suas veias quando, praticamente, sequestrou Hermione e seus amigos. Sua sede de justiça estava longe de ser aliviada.

- Amanda, preciso que você vá com Mel junto de Blaise para a floresta proibida. - Assim que olhou pela janela e viu o lago negro, lembrou-se de Hermione contando o quão animada ficou quando o meio irmão ogro do guarda-caça a obedeceu. - Há uma coisa naquela floresta que preciso que libertem, podem fazer isso?

- Claro que sim, Pansy. Nem seremos vistos.

A confiança de Amanda lhe passou segurança e, contando o que havia na floresta, não viu nem ao menos receio nos olhos que, intrigados, ainda estavam a postos para ajudar uma boa amiga. Sendo acompanhada por Celina e Mikaela, pediu a Jackie o maior favor de todos e o mais seguro também. Garantir a segurança da mais nova e importante leoa da sua vida, Cece.

- Precisamos achar um jeito de tirar aqueles atrapalhados de perto deles. Eu tô começando a achar que eu deveria ter entrado para essa brigada... - Vendo os olhares de descrença nos olhos do casal ao seu lado, riu ironicamente. - Para poder sabotar. É o que faço de melhor, não?

Depois de montar todo o plano na sua cabeça, finalmente saiu das masmorras, acenando com a cabeça para os amigos que iam em direção oposta. Chegando perto da porta de madeira maciça da sala da megera, conseguiu ver o trio da Sonserina, provocando Longbottom. Antes de poder ver o que havia em cima da mesa e perceber que a Alta Inquisidora não estava na sala, procurou os olhos de Hermione por todo o canto. Nem ela nem o testa rachada estavam presentes.

Um sorriso percorreu os traços finos de seu rosto e, com um feitiço simples de troca, trocou os bomboms da mesa de Umbrigde por uma caixa de bombons que estava no seu quarto e que havia comprado, escondido, dos gêmeos Weasley, muito antes mesmo do par de ruivos darem aquele show de fogos de artifício esplêndido em meio as últimas provas do ano. Estava guardando os bombons para Draco, estando irritada com suas brincadeiras novamente, sempre fervendo de raiva nas vigias que ambos eram agora, obrigados a fazer no último mês de aula. Sua semana estava praticamente arruinada devido à presença insustentável do antigo amigo.

E antes de ter a próxima ideia, viu o cabeça de cenoura mais novo dizer, com uma voz carregada de segurança, que estava com fome. Fome de doce.

Ela sabia que seria o suficiente para o trio da brigada se distrair com as espinhas gigantes em seus rostos, deixando um espaço tempo para Lovegood conseguir pegar sua varinha. Sorriu minimamente sabendo que seu plano estava dando certo apenas porque, odiava admitir, os colegas das outras casas estavam dispostos a ver oportunidades para sair dali. Deu graças a inteligência estranha daquela lunática.

Antes de colocar a próxima ideia em prática, prometeu a si mesma que os bombons roubados de Umbrigde, seriam divididos como recompensa com suas amigas, naquela noite, devido ao bom trabalho.

Ou talvez na manhã seguinte, devido aos acontecimentos obscuros que acompanhavam Potter.