Sobre lençóis verde-musgo

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- Eu só preciso que entenda, pequena, que você sempre será minha prioridade. Eu sou super protetora porque amo você. Eu sou tão controladora assim porque amo você. Eu amo você mais do que amo qualquer pessoa no mundo, tá bem? - Já com lágrimas nos olhos, enxugando também o rosto delicado da irmã a sua frente, deixou que seus braços apertassem o corpo magro e pequeno daquela que procurou, com tanto pesar em imaginar, algum dia, lhe contar que seu herói não é quem diz ser. Sentiu seu coração se quebrar ao meio quanto sentiu o choro de Cece aumentar, assim como o aperto em sua cintura que a mesma lhe deu. Seus corpos tremiam juntos e nunca pensou sentir-se tão sozinha e responsável de seu pequeno mundo.

Não conseguia tirar da cabeça, a marca da mão daquele Comensal da Morte, e percebeu que seu coração já estava quebrado muito antes daquele abraço com a irmã caçula. Seu coração despedaçou quando lembrou da mão grande e firme de seu pai, a segurando, tão pequena e nova, enquanto a mãe ria com o desespero daquele que a salvava daquela árvore tão grande, no quintal de casa.

Sua casa tão grande e tão vazia depois da morte de sua mãe. Sua irmã tão triste quanto agora, chorando em sua cama, não conseguindo dormir na própria cama por semanas. A mão de seu pai, apertando levemente seu ombro no funeral de sua mãe.

A marca da mão daquele homem que um dia a consolou. A mão daquele homem que um dia foi seu herói. Aquele homem que chamava de pai e já não lembrava por meses.

Seu próprio pai rendeu-se à esperança do poder. E seu coração despedaçado parecia querer sair por sua garganta, num choro alto e rendido ao abraço da irmã, que lamentava junto a sua alma. E naquele afastado canto do castelo, frio e mal iluminado pela luz da manhã, ouviu a pergunta chorosa da menina em seus braços, que agarrava e apertava seu corpo contra si.

- Eu não entendo, Pansy. Não entendo porque, não consigo entender.

E querendo fundir-se a sua ingênua menina, sentiu uma mão quente em suas costas. Não respondeu ao desespero de sua irmã e não precisou olhar para a presença da pessoa, para saber quem era. O cheiro era cítrico e sentiu o corpo quente a abraçar por trás. Pansy fechou os olhos e chorou ainda mais, silenciosamente, sendo amparada pela namorada enquanto amparava a própria irmã, que também sentiu a presença de Hermione ali, junto a elas. E mesmo o momento sendo muito íntimo, agradeceu a presença da mais velha para poder ser a sua irmã, o que a própria era para si: sua pilastra de firmeza. A única que a entendia e protegia do mundo.

- Pansy. - Atraindo o olhar da mais velha, Cece, que agora parara de chorar, encarou seus olhos claros e apertando sua cintura, apoiou o queixo em seu peito, sentindo o perfume da mais velha. - Vai ficar tudo bem?!

Rindo suavemente pela afirmativa questionável da pequena em seus braços, limpou o resquício de lágrimas do rosto da mais nova, sentindo seu coração se acalmar. Balançou suavemente a cabeça e beijou suavemente a testa da menor. Suspirou sentindo um leve beijo em sua nuca, fechando os olhos para apoiar a cabeça na própria cabeça da irmã, que ouvia seu coração bater levemente agora. Sabia que tudo, de um jeito ou de outro, num futuro não tão distante, ficaria tudo bem. Precisava ficar tudo bem, ela precisava da fé que aquela morena atrás de si e o sorriso da pequena a sua frente, lhe davam. Só assim poderia seguir em frente, mesmo sem saber o caminho.

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Seus passos curtos ecoavam por toda a sala, e mesmo aquele som a irritando profundamente, não conseguia fazer suas pernas pararem. Queria não saber sobre seu pai e sua escolha burra e egoísta. Queria ter ajudado o menino Potter no passado, queria não ter que lidar com tudo que estava lidando. Queria não ter vivido tudo aquilo que estava sentindo agora, aquele desespero que consumia sua calma e fazia seu sangue ferver dentro de seu corpo, a deixando mais e mais ansiosa.

C.A.O.S.: Carnalmente Apaixonada, Operação Sonserina!Onde histórias criam vida. Descubra agora