CAPÍTULO 39 - A VOLTA DO SENHOR DAS TERRAS

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No começo, os dois estavam tão felizes só de estarem juntos e longe do Castelo Leoch que não falavam muito.

Para atravessar a superfície plana da charneca, Donas podia carregá-los sem grande esforço e Sasuke cavalgou com os braços em torno da cintura de Naruto, sentado atrás dele. Regozijava-se na sensação dos músculos aquecidos pelo sol remexendo-se sob seu rosto, que apoiava nas costas do marido. E sentia-se extremamente leve e feliz, de uma maneira que nunca se sentira antes.

Quaisquer que fossem os problemas que poderiam enfrentar (e Sasuke sabia que havia muitos pela frente), estavam juntos. Para sempre. E isso era o suficiente para fazê-lo sorrir pequeno contra as costas largas por todo o caminho que percorriam.

Naruto, vez ou outra, tocava as mãos pálidas que mantinha em sua cintura e Sasuke podia ouvi-lo suspirar, apaixonado, quando os dedos encontravam a aliança do casamento deles. A chave de Konoha.

No dia em que a recebera, nenhum dos dois parecia acreditar de verdade que conseguiriam retornar à terra dos Uzumaki. Agora, lá estavam eles: cavalgando pelas colinas e campinas verdes da Escócia, seguindo em direção às montanhas das quais Naruto falara levarem até Konohagaruke.

Ficaram nesse clima gostoso, com ambos trocando olhares carinhosos e repletos de afeto furtivamente, lembrando-se da noite passada e das palavras ditas.

Sasuke sentia-se como se estivesse namorando pela primeira vez, caminhando ao lado de seu primeiro amor e agindo como um adolescente realizado. Nem mesmo parecia que acabara de completar 28 anos e que estava cada vez mais perto dos 30.

Então, quando o primeiro impacto de felicidade amadureceu no esplendor do companheirismo, Naruto foi quem puxou a conversa.

No começo, falaram sobre a região que estavam atravessando. Depois, cautelosamente, sobre Sasuke e o lugar de onde viera.

Naruto ficava fascinado com suas descrições da vida moderna, embora Sasuke pudesse ver que a maioria de suas histórias pareciam meros contos de fada para ele. Adorava especialmente as descrições de automóveis, tanques e aviões, e fê-lo descrever aquelas máquinas inúmeras vezes o mais detalhadamente possível enquanto tentava imaginar como deveriam ser. Por um acordo silencioso, evitavam qualquer menção a Neji.

- E eles ficam no ar, como os pássaros? - perguntou, olhando para o céu azul e cintilante.

Sasuke não conseguia tirar o sorriso pequeno dos lábios, achando-o lindo por estar fascinado com a ideia do homem poder chegar às nuvens.

- Não exatamente. - explicou, apoiando o rosto em seu ombro. - As asas dos aviões ficam paradas. Elas não batem.

- E você já voou em um? - ele continuava a olhar para o céu.

- Sim, várias vezes. Eu amo voar, na verdade.

Naruto desviou os olhos azuis (que, de uma maneira maravilhosa, tinham a mesma cor do céu daquele dia) para encará-lo com os lábios curvados para cima. Por se encontrar com a cabeça apoiada no ombro dele, seus rostos estavam próximos e Sasuke quebrou a distância que separava suas bocas para lhe der um selinho. Este foi retribuído por outro e por outro, até que Naruto se afastou antes que começassem a se beijar e acabasse perdendo o controle do cavalo.

Ele olhou uma última vez para o céu. Depois, voltou-se para frente, onde quilômetros de grama se estendiam pela charneca.

- O quão alto um avião consegue voar? - perguntou.

Sasuke se aconchegou contra ele, virando a cabeça para cima, ainda apoiado no ombro do marido.

- Não sei ao certo. - disse. - Mas são milhares de metros do chão, disso eu tenho certeza.

SÉCULOS - narusasu. (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora