Sujeito Alpha - Sangue Escarlate.

Capítulo 1: A União.

Torre da Thorne Corp. Fallow City.

O grande salão que ficava no topo da Thorne Corp, com uma sala central com paredes de vidro fumê escuro. Ou seja, era possível ver o mundo exterior, mas o mundo exterior não enxergava o que acontecia lá dentro. Assim, os vigilantes poderiam vigiar tudo o que ocorria em volta deles. Uma grande mesa redonda se colocava no centro, com grandes telões e hologramas ao lado.

A União se reunia com urgência. Após saberem das últimas notícias, eles estavam lá para receber Gênesi. Todos os heróis descem para a enfermaria, em andares mais baixos para ter uma conversa com o herói da capa vermelha, que segundo os relatos, não estava nada bem.

Peregrino, Justice e Relâmpago adentravam a sala branca com respeito e cuidado. Atrás de uma cortina de seda também albina, estava Gênesi. O estado do mesmo era precário. Eram tantos machucados, tantas escoriações, que sua regeneração estava tomando mais tempo que o normal. Tantos órgãos explodidos, ossos quebrados e nervos destroçados levavam tempo para se recompor.

Ao se aproximarem, eles notam uma presença estranha, uma garota, em seus 20 anos, ao lado dele. Preocupada.

Todos se armam instantâneamente. Peregrino saca suas duas espadas, Justice entra em posição de combate, Relâmpago saca seus bastões.

— Não! Não! Não ser preciso! — A garota riscava o inglês com forte sotaque francês misturado ao Alemão, ela levanta as mãos como sinal de rendição. — Eu não sou o inimigo! Eu... Quero ajudar. — Puxando o R fortemente, ela dizia cabisbaixa.

— Você tem muito, MUITO, pra explicar, garota. — Justice dizia, com o seu modulador de voz dando um ar mais imponente ao Unificador.

— Meu nome é Elise! Elise Beaufort! Eu fui uma das pessoas que foram experimentadas pela Biologic na Alemanha. Eu... Conheço quem vocês chamam de Alpha. Eu sou como ele...

— Precisamos de fraquezas, pra ontem. Seja lá quem for, a pessoa que consegue fazer isso com Gênesi não é qualquer coisa. — Dessa vez era Peregrino quem falava, também com seu intimidador modulador de voz e intenções estratégicas afiadas.

— Em uma das nossas lutas, a Vero nos atingiu com balas criogênicas. Isso doeu muito e acabou quebrando a armaduras que podemos fazer. Impedindo a gente de mudar nossas formas e de usar nossas armas. — Ela se levanta, assustando a todos, que assumem uma postura defensiva. — Aaron não ser pessoa ruim, algo aconteceu com ele. Alguma coisa despertou dentro dele na luta contra o Cronos, e só piorou na luta contra o Gênesi. Por favor União, prenda-o, mas não o mate!

— Não somos mais carrascos, Elise. Você disse que este tal "Aaron" mudou durante a batalha. E se ele não for mais humano? Não podemos deixar uma arma de destruição em massa por aí a solta. — Justice respondia a garota, ele via que ela falava a verdade. — Vamos precisar de armamentos e armaduras pesadas.

— Vou aceitar a armadura. Sou novo demais pra morrer, olhe como o pobre do Barry ficou! — Relâmpago respondia, observando o amigo na maca.

— Elise. Preciso saber de todos as suas habilidades. De você e o que você saber sobre Alpha. Tudo. Comece falando quais são suas habilidades. Suba conosco e deixe Gênesi descansar. — Peregrino afirmou.

O trio de heróis e a garota francesa sobem até o andar da sala de reunião da União. Elise ainda se sentia intimidada pela presença dos grandes heróis da América, sentando-se na cadeira central, os heróis se reuniram em volta, cercando a pobre garota e enchendo-a de perguntas.

A conversa durou longas horas, ainda maiores para Elise, que sentiu cada minuto passar lentamente. A mesma disse tudo o que sabia, armas, fraquezas e habilidades, ressaltando ao final que Alpha era extremamente poderoso e ainda mais perigoso quando tomado pela fúria.

— A última vez que o vi, ele estava indo atrás de Erwin, dono da Biologic. É ele quem começou tudo isso, a causa de Aaron ter feito tudo isso, ele ser o homem desumano que iniciou todo esse caos!

— Erwin Rommel... Certamente Aaron ainda está indo atrás dele. E se isso for verdade, Rommel precisa pagar atrás das grades, onde vai sentir todos os seus pecados na pele.

— Aaron nunca vai aceitar isso, ele matará Erwin antes. — Peregrino responde, analisando toda a situação com cautela. — Claro, não no meu turno. Dante, reúna todas as fraquezas em um formulário. Coopere com Thorne e os engenheiros.

— Quer dizer que você tem uma ideia?

— Sim, Relâmpago. Não temos nenhuma chance em enfrentá-lo naturalmente. O único que podia era Gênesi, e vimos o resultado. Vou reunir todas as informações e produzir uma linha de armaduras adaptadas para este tal Alpha. — Justice leva seu dedo até o comunicador. — Thorne, reúna-se com Charles, ele está fazendo um relatório, chame Dante e coopere. Tenha toda a equipe de engenharia preparada, isso é um caso de urgência.

— Eu me encarregarei da busca e captura de Thorne, seja lá onde está, corre perigo. Temos pouco tempo para agir. — Peregrino dizia.

— Ei! E eu? O que eu faço? — Relâmpago dizia, como se fosse um adolescente no meio de adultos.

— Vou precisar de você após a captura. Você vai ser o guarda e o interrogador de Thorne. Se o que Beta falou é verdade, temos um jeito de escondê-lo do sonar de Aaron, no entanto, ninguém a não ser você e futuramente Gênesi, poderá se aproximar. Em nenhuma circunstância, lembre-se que o alvo deve estar sempre aos nossos olhos.

Entre conversas e planejamentos, a porta parece se abrir. Os rígidos aços que a compunham se jogam para o lado, revelando Gênesi.

O mesmo se encontrava ainda machucado, com dificuldade para se mover, ainda assim, em uma demonstração de força de vontade, o mesmo se leva até o centro da sala.

— Pessoal, temos um problemão. Esse... Cara. — Buscava fôlego entre as palavras, suas costelas ainda latejavam de dor, ainda mais agora, que se reorganizavam dentre o corpo heróico. — Ele é perigoso, instável... E estupidamente forte.

— Nós sabemos, Barry. Por isso sua próxima missão não vai envolver muito esforço físico, queremos você totalmente recuperado, e és o mais forte de nós.

Barry suspirou em alívio, que logo transformou-se em aflição. Alguém que poderia transformá-lo em uma sombra de seu passado, poderia dar ao mundo o caos. Os olhos vermelhos ainda invadiam sua mente, e o herói de cabelos brancos temia por seus companheiros, que agora, os considerava amigos.

O herói mexia em seus cabelos albinos em uma tentativa falha de se livrar da aflição. Relâmpago percebe o comportamento, o mesmo de chega ao lado de Barry, dá dois tapas amigáveis em seu ombro e diz:

— Você foi muito corajoso, irmão. — Dizia o herói eletrizante, dando-o um sorriso reconfortante.

— Espero que Peregrino e Justice saibam o que estão fazendo, ou eles vão se cagar na calça quando verem o que eu vi! — Retornou ao humor característico de Barry, soltando lufadas que supostamente deveriam ser suas risadas, doídas demais para saírem completamente.

— São os caras mais durões que eu conheço, tenho certeza que sabem. — respondeu.

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