Capítulo 6

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 Os dramas que se concentram na cabeça de uma escritora são sempre acompanhados de muitos desfechos, parte trágicos, pois o cenário da imaginação é amplo e realístico. Neste momento muitas eram as expectativas e os anseios repassados pela cabeça de Julie. Em sua mente em nenhum momento havia se passado a perspectiva de ter sido coagida ou influenciada de uma forma diferente pelo espécie, mas também não entendia bem a química sentida.

Queria sair de Homeland, não tinha nenhuma obrigação com o espaço e muito menos com nenhum dos presentes ali, todavia, uma coisa era certa: quando em sua vida teria oportunidade de conhecer um mundo ainda pouco explorado na escrita? e, principalmente, quando teria a chance de estar com alguém – de forma tão intima quanto experimentou e com tanta conexão?

Justice havia a encaminhado para a sua secretária, na expectativa que ela procurasse uma mulher – que sinceramente ela nem lembrava o nome. Mas, o foco da sua mente era a sua infantilidade apresentada. Ok, realidade nova. Ok, transou com um nova espécie. Ok, não entendia o motivo do anseio do mesmo pela sua presença. Ok, estava cercada de espécies. MAS, quem mais sanaria suas dúvidas senão o homem espécie a quem preferia omitir seus pensamentos por receio do que fosse ouvir ou descobrir? Uma mulher que não sabe o que quer, se dispõe a receber qualquer coisa que a deem.

Resolveu se estabelecer no corredor, na saída da sala. Não iria espiar a conversa, mas também não se afastaria do macho. Precisariam conversar. Mais do que isso, ela precisava de respostas. Até porque, para pensar sozinha precisaria de algumas informações do macho.

Akin saiu em alguns minutos da sala, sua postura impositiva vinha como um felino em sua direção. Conseguia enxergar a sobrancelha espessa arqueada, talvez pensativo sobre os próximos passos da fêmea. Ele não poderia ficar muito tempo com a mesma, teria que retornar para fora dos portões, em missão. Não a deixaria em sua casa, por conta da Zona Selvagem não ser o melhor lugar para uma humana, principalmente sozinha. Os pensamentos corriam rápidos, felizmente sua capacidade analítica ainda continuava intacta, mesmo sentindo sua mente o tempo todo sendo desconcertada – em função de sua fêmea.

"Precisamos conversar." – A frase saiu rápida pelos lábios dos dois.

"Preciso que me acompanhe."

As duas frases foram as únicas proferidas pelos dois, os momentos seguintes passaram como um borrão para os dois, logo estavam compartilhando uma sala, dentro de uma das casas de Homeland. Julie imaginava ser um dos alojamentos, mas achava estranho o silêncio e a ausência de mais pessoas a sua volta.

"Akin, eu preciso de algumas respostas. Eu não terei muito o que pensar se não ouvir de você a realidade sobre toda essa situação. Essa realidade é nova para mim, e, sinceramente, preciso entender isso.." – Fez sinal com os dedos, representando o espaço entre ambos.

O sinal que o espécie fez com a cabeça fez a perceber que deveria se sentar.

"Esse tipo de coisas que vocês humanos gostam, discussão, não é bem o melhor jeito que nós espécies entendemos como o melhor para dispor nosso tempo. Mas, quero que entenda algumas coisas, fêmea: Para nós, o compromisso de compartilhar a cama, tratar como companheira e assumir uma postura de relacionamento, é uma coisa séria. A partir do momento que você se entregou, se tornou minha".

"Vocês poderiam conversar estas coisas antes do ato..." – Os pensamentos da fêmea divagavam, não queria estar presa a alguém que conhecia a 24 horas. Achava tudo um absurdo, um estranho arrepio – que não sabia bem como classificar, passava por sua espinha. Preferia o entender como medo, mas o rubor que cobria sua pele ao imaginar sendo daquele espécie a desconcertava.

"Eu já disse que não gosto de conversas." – Se aproximou mais da mulher, se ajoelhando até que um os seus joelhos se chocassem com o chão e o outro ficasse dobrado, dando sustendo a sua posição. Estava de joelhos em frente àquela mulher, nunca antes se colocou tão submisso e abaixo de alguém. O próximo impulso do espécie foi o de levantar o queixo da mulher, que já estava levemente altivo. Sabia que aquele seria seu maior desafio, a conquistar.

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⏰ Última atualização: Apr 28, 2021 ⏰

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Akin - Novas espéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora