Capítulo 3

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Os dois, se continuassem naquele ritmo, estariam em poucos minutos sem roupas por algum lugar da casa.  Mas, parecendo obra do destino, um rugido alto foi ouvido, fazendo com que se soltassem. Os olhos de ambos se conectaram, os de Akin desejosos e os de Julie assustados. 

Julie, segundos antes, estava totalmente descompassada; seu corpo estava sendo pressionado contra o carrinho (a fazendo sentir todo o glorioso corpo do macho), sua cintura recendo pressão de uma mão forte, e seus cabelos sustentavam a outra mão do macho entre eles (que os dava leves puxões, principalmente nos fios próximos da nuca).  Ela não sabia se o macho estava ciente, mas sua pegada a estava a deixando tonta. Akin, por outro lado, movimentava os lábios contra os de Julie e sentia seu corpo em total êxtase; um calor corria por suas veias, seu membro despertava e seus instintos gritavam que necessitava daquele corpo a sua frente. 

Precisava de controle.  Se afastou do corpo da fêmea e olhou em volta. Geralmente nada saia do seu controle e dificilmente um rosnado o assustaria, mas sabia que estar tão próximo de Julie o  tinha desconcentrado por instantes. 

"O que foi isso?" — A mais baixa puxou levemente o ar, buscando se recompor.  Akin se afastou, percebendo que  o clima pra ela havia mudado. 

"Estamos na zona selvagem, alguns animais ficam soltos por aqui, para facilitar nossa alimentação." — O macho estava zonzo, sentia que ainda estava em seu lado animal, tentava manter o foco no rosto da mulher, mas sua atenção somente se focava na camisa que usava - de botões, que estava levemente aberta, provavelmente por obra sua, enquanto a agarrava. 

"Acho que se você encontrar o caminho para o meu rosto, a situação pode ser mais fácil de ser explicada. " — Julie não estava verdadeiramente brava, pelo contrário, sua vergonha conseguia ser maior do que todos os seus sentimentos, mas sentia que precisava quebrar aquele clima entre os dois, antes que se arrependesse. "Como funciona isso de caça? Como não confundem uns aos outros?"

Akin continuou por mais alguns segundos sua inspeção, observava claramente o contorno que a peça escondia, conseguia ver coisas que muito o interessavam sob aquela camisa, mas precisaria respeitar sua fêmea. Puxou uma pesada e audível respiração e subiu seus olhos para o rosto da mulher. "Eu acho que seu conhecimento com espécies é menor do que o básico. Pensa que somos transmorfos? Nos apenas temos traços animalescos, mas nada de transformação a nenhum espécie." 

Julie se sentia envergonhada de sua suposição, era sim bastante leiga na vida dos espécies, mas qual é, que outro ser humano - isso se estende a pessoas fora dos seus círculos também-,  conhece tão de perto um espécie?  "Minhas suposições são equivocadas, mas já disse, meu povo tem poucas informações sobre vocês." 

"Entremos em minha casa, por mais que eu já sinta fome, sinto que não serei bem visto ao ter que destroçar um animal na sua frente".   — Resolver a tirar da calçada primeiro, as suposições sobre o que sua espécie sabia ou não da dele pouco o importavam, não confiava em todos mesmo.  

Mais do que depressa, Julie seguiu até a porta.  Não ficou muito tempo analisando a fachada da casa, mas notou que as paredes eram escuras - não reconhecia bem a cor nas paredes, pela escuridão, e que a porta era alta e larga. Como o espécie queria que ela não desconfiasse de transmutação com aquela porta de gigante?  Tateou as paredes, ao entrar na casa, mas não encontrou em lugar algum o interruptor, Akin vinha logo atrás com peso, queria o ajudar - mesmo com algo mínimo. 

Akin entrou e com bastante facilidade equilibrou os pesos da fêmea em somente uma das mãos, e apertou um interruptor próximo. Em poucos instantes a luz já corria pela casa, mas Julie já não focava seu interesse nisso, estava paralisada, olhando o corpo do homem  se flexionando de um lado - devido ao peso segurado. Era verdadeiramente musculoso. 

Akin - Novas espéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora