32° O começo.

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Hermione  finalmente havia conseguido dormir, deixado suas preocupações de lado se sentindo segura com a presença de Draco ali; e ele, não sentia tão seguro assim.
Tudo que ele conseguia pensar naquele momento era que os dias estavam acabando, e que iria ter que colocar aquele plano ridículo de Voldemort em ação, por mais que não quisesse, ele se perguntava se aquele era o seu destino, se ele havia nascido apenas para servir de mensageiro nessa guerra e se o futuro dele seria morrer ali. Claro, sua cabeça estava tão cheia que ele estava pensando em alguma possibilidade de sua linha do tempo estar se alterando e o motivo das crianças estarem ali seria para dificultar toda a sua tarefa; uma tentativa falha de protege-los que resultaria em sua dolorosa morte, que deveria ter acontecido no passado e por um fio não aconteceu e que por alguma razão, ele acreditava que teria que acontecer agora.

— Isso tudo é besteira. — Ele sussurrou, mas sabia que lá dentro não era e nem chegava perto de ser uma. — Eu não posso ter medo.

Medo, era essa a palavra que ele mais temia e era esse o sentimento que ele mais sentia, e que sempre o atrapalhou das piores formas.
Como deixar de sentir medo?  ele pensava, mas era impossível ele mesmo se fazer essa pergunta e obter uma resposta, naquele momento estava tudo em ruínas, sua vida dependia de suas ações e a vida de todos eles também dependiam das ações DELE.. Mas ele não queria ser associado à esta palavra de novo, apesar que em sua situação, medo ainda é a palavra e o sentimento mais simples que havia; e que Draco sentia vergonha de sentir.

— Pai? tá tudo bem? — A voz de Scorpius faz o garoto sair de seu momento angustiante, de seus pensamentos agoniados e ansiosos.

— Sim, sim meu filho. — Draco deu um pequeno sorriso, percebendo segundos depois que estava involuntariamente sentado em um dos degraus da escada em que descia, abraçado em um dos pilares da mesma.

— Te conheço, pai. — Scorpius se sentou ao lado de seu pai. — à 10 anos, mas mesmo assim.

— Eu... — Draco suspirou, dando um pequeno sorriso em seguida.  — Tenho muito na minha cabeça meu filho, sinto que em algum momento posso explodir. — Ele soltou uma risada e Scorpius sorriu. — Não quero ter medo, não quero fracassar por causa do meu medo! Você vê sua mãe, ela é corajosa e não tem medo de nada.

— Minha mãe tem sim muitos medos papai. — O menino respondeu. — mas essa não é a questão.. a questão é que, pai, é normal sentir medo, é normal sentir medo de fracassar. — Scorpius disse, dando um abraço no seu pai. — Mas não pode deixar que o medo te domine por completo, precisa erguer a cabeça e pensar positivo, afastar tudo isso que impede e seguir em frente, ser corajoso.

Draco sorriu, soltando uma risada alta logo em seguida.

— Estou recebendo conselhos de uma criança de 10 anos, que é meu filho, no futuro que agora tá no passado. — Ele sorriu, negando com a cabeça.

— Não tá recebendo um conselho de uma criança de 10 anos pai... — Scorpius sorriu e olhou para o seu pai ao seu lado. — Está recebendo os seus próprios conselhos. — Ele sorriu. — O senhor quem me ensinou tudo isso, e eu agradeço muito, claro que ter medo do escuro não é nada parecido com o medo que o senhor está sentindo, mas acho que pode ajudar a se erguer de novo e não deixar com que se perca nesse sentimento. Tudo vai ficar bem pai, eu prometo.

Nesse ponto, Draco já havia começado a chorar, ele na verdade nem sabia se era de emoção, tristeza ou preocupação, mas ele estava ali, finalmente colocando toda aquela angústia, ansiedade, tudo aquilo que ele sabia que não o ajudaria, para fora.

••
  Depois de alguns minutos, Draco decidiu que ficaria observando Hermione e que iria ficar ao lado dela para qualquer coisa que ela precisasse, fazendo companhia a ela; levantou-se e foi direto para o quarto principal, onde Hermione descansava. Scorpius preferiu não ir, queria deixa-los sozinhos para aproveitar o pequeno tempo que Draco havia ali antes de voltar para sua casa.
O pequeno garoto andou até a varanda da casa, observando as folhas das árvores balançando com o vento, e o sol de tarde refletindo na água do lago que havia ali na frente; sua irmã gêmea estava sentada perto do lago, como costumava fazer todos os dias quando algo a estressava.
Ele sabia o porquê, claro que sabia, estavam muito mais perto de presenciar uma guerra do que eles imaginavam, ou a preparação de uma, em alguns dias as aulas iriam voltar e tudo iria começar como planejado.
E então, ele resolveu descer e ficar na companhia de sua irmã, para ajudar a mesma e fazer com que aquele estresse fosse, pelo menos uma parte, embora.

— Fazendo o que? – O pequeno se sentou ao lado de sua irmã, que rapidamente olhou para ele.

— Pensando. – Ela respondeu, suspirando em seguida.

— Sei que está com medo Rose, mas vai ficar tudo bem. – Ele disse logo em seguida, fazendo ela dar um meio sorriso. — Eu tô aqui contigo, e nossos pais também, e eles vão nos proteger e sei que vai dar tudo certo.

— Eu espero que sim, Scorp, eu não quero mudar a linha do tempo e do nada parar de existir, e eu não quero que nossos pais morram, querendo ou não, sei que vamos dificultar as coisas para eles; antes eles não tinham muita coisa em jogo...hoje eles tem a gente. – Ela suspirou, com sua voz trêmula de tanto segurar as lágrimas, a pequena Rose sentia muito mais medo do que podia contar. — Eles já vão lutar bastante por eles, e agora por nós.

Scorpius desviou o olhar da sua irmã e começou a olhar para a água, de repente, todos os momentos com os seus pais se passavam pela sua cabeça; Rose estava certa, eles agora tinham muito mais o que se preocupar do que tinham antes, e com toda certeza muita coisa de antes iria mudar, assim como mudou quando os dois gêmeos chegaram ali.

— Crianças, o almoço está pronto. – Molly gritou para que os dois pudessem ouvir, os dois se entreolharam e correram para irem comer.

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O almoço havia sido agradável, mas Draco e Hermione estavam ausentes, o que não deixou as crianças muito felizes; Draco logo desceu as escadas e chamou os dois em um canto para se despedir.

— Eu prometo que não vou passar muito tempo sem vim aqui, certo? Cuidem de sua mãe e ajudem a mesma em sua recuperação, e caso precisem de mim, vocês sabem o que fazer. – Ele olhou para as pulseiras das crianças, que já não a usavam por algum tempo. — Eu amo vocês, mais do que tudo. – Draco abraçou os dois e sorriu, olhando para seus rostos, estava com pressa, sabia que sua mãe o esperaria do lado de fora no horário combinado; assim que abriu a porta, lá estava ela, como sempre pontual.

— Também te amamos papai. – os dois falaram em uníssono, dando mais um abraço apertado em Draco e correndo para os braços de sua avó, que se despediu deles logo em seguida. e assim, eles desapartassem.

Os gêmeos sabiam que a próxima vez que o veriam, seria o começo de tudo.

Continua...

Oi oi galera, foi uma demora e tanto né? Não sabia o que escrever, e para não parecer que eu havia abandonado a fanfic eu fiz esse capítulo, mesmo que pequeno, para atualizar e lembrar que não esqueci de vocês.
Não estava tendo ideias, não estava conseguindo escrever, era um bloqueio enorme e eu estava quase surtando.
Mas enfim, espero que vocês estejam bem e espero que esteja tudo certo; muito obrigada pela paciência ❤️
Um beijão ❤️❤️

Malfoy Granger: TwinsOnde histórias criam vida. Descubra agora