Capítulo 7

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Boa leitura.

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Há um homem de joelhos com as mãos amarradas atrás das costas, aparenta ter mais de 30 anos. Seu rosto está completamente ensanguentado e machucado, seu peito têm marcas de ferimentos graves causados por cortes profundos. O líquido vermelho escorre de suas feridas, inclusive pelo nariz e boca. Vejo Thomas com uma arma apontando para a cabeça enquanto grita com o rapaz aborrecido, na outra há uma navalha suja. Ele aproxima a navalha do braço do homem e faz um corte até o cotovelo, fazendo o mesmo ugir de dor.

A cena me faz dar um passo para traz, no entanto, Thomas percebe minha presença e me olha curioso com o rosto completamente assustador. Meu coração palpita, parece que vai sair pulando pela minha boca. Vejo fúria em seus olhos escuros, Thomas é o verdadeiro demônio.

Dou meia volta para correr, porém sua voz me faz parar:

— Aonde pensa que vai ruivinha? — engulo em seco.

Me viro novamente e não evito olhar a poça de sangue formada ao redor do homem amarrado. Há dois capangas de capuz tapando seus rostos logo atrás dele, vestidos de preto e devidamente armados. Meu estômago embrulha.

— Venha aqui. — faço que não com a cabeça, paralisada. — Eu disse.venha.aqui. — disse calmamente, então decido não deixá-lo mais furioso ainda.

Contra minha vontade me aproximo do Thomas, diante de seu olhar assombroso que me faz arrepiar por completa.

— Está vendo? Isso acontece com quem me enfurece, jamais devem brincar comigo, ruivinha. E advinha? Esse rato mexeu com a pessoa errada. — rosna entredentes.

— Por favor...

— Esse desgraçado estava me roubando drogas, dinheiro e mandava informações para os tiras! Não perdoamos traidores!

— Thomas...

— Cala boca caralho! — levo um susto. — Olhe... — aponta com a cabeça para o traidor.

Eu não quero. Eu não quero.

— OLHA! — dou um sobressalto quando ele pega minhas bochechas e apertam me fazendo olhar para o "traidor" que mantém a cabeça baixa e implora por sua vida.

Meu deus, isso é horrível.

— Digo, acabe com ele. — ordena, arregalo os olhos e logo as fecho novamente deixando que as gotas de lágrimas caiam.

Apenas escuto um tiro e um barulho contra o chão, certamente do corpo sem vida. Um selinho é depositado em meus lábios. Logo escuto sua voz em meu ouvido:

— Não queira me provocar, mocinha. Posso fazer muito pior que isso. — assim que ele me larga saio correndo em qualquer direção, acabo saindo pela porta desesperada.

— LAURA!

Sinto meus pés molhando na grama da fazenda, apenas corro com todas as minhas forças sem ter a certeza para onde estou indo, visualizo o céu nublado e frio. Meus olhos estão embaçados por conta das lágrimas quentes e grossas. E mesmo correndo em qualquer direção e achando que já estou longe, braços me rodeiam e caímos de encontro ao chão.

— NÃO! ME SOLTA! POR FAVOR...AAAAAH! SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA!!!! —  grito a todo pulmões.

Meu corpo é imobilizado, não consigo me mexer, mas mesmo assim eu tento me debater. Impossível, quem quer que seja é muito mais forte que eu.

— Traga ela para mim. — ouço Thomas logo atrás.

— ME LARGA! EU QUERO IR PRA CASA!

Sou erguida e colocada de frente para ele. Seu rosto sem expressão faz minhas espinha se arrepiar e o frio na barriga ter medo de seu olhar.

Minha Liberdade (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora